quinta-feira, 28 de dezembro de 2006

Nude (aka Big Ideas – Don’t Get Any)

Mais uma canção que fará certamente parte do novo álbum previsto sair em meados de 2007. O tema, bem conhecido pelos bootleggers e fãs mais próximos e por estes também frequentemente referido por "Big Ideas (Don't Get Any)", é tido como um dos lados –b do OK Computer, canção perdida no tempo, que vem sempre sendo recuperada pela banda em concertos e repetidamente anunciada por Thom como sendo uma provável preterida para um álbum desde 1998, apesar das confissões do mesmo da dificuldade de gravação e adaptação aos novos sons produzidos a partir do Kid A. É especulado que desta vez já se encontra mesmo gravada e que por isso se juntará a um rol de canções novas tocadas nesta última tourné de experimentações para o novo disco. A saber: “Down is The New Up”, “Videotape”, “Arpeggi”, “Spooks”, “Bangers n’ Mash”, “House of Cards”, “Go Slowly”, “Open Pick”, “ 4 minute Warning”, “Bodysnatchers”, “15 step”, “All I Need” e “Reckoner”.

Ah, a canção é mesmo lindíssima e a qualidade desta versão ao vivo em Amsterdão não é nada má!

Bom proveito!

Led

terça-feira, 26 de dezembro de 2006

Cai neve


Ler só o que me apetece – reler livros de que gostei. Dou por mim às vezes a reler os manuais e selectas da escola primária e primeiros anos do liceu! Coisas ingénuas e fáceis – e saborosas. Inexplicável, o sabor, a comoção, ao recuperar na Internet essa coisa medíocre e infantil que é a Balada da Neve de Augusto Gil:


Batem leve, levemente,
como quem chama por mim.
Será chuva? Será gente?
Gente não é, certamente
e a chuva não bate assim.

É talvez a ventania:
mas há pouco, há poucochinho,
nem uma agulha bulia
na quieta melancolia
dos pinheiros do caminho...

Quem bate, assim, levemente,
com tão estranha leveza,
que mal se ouve, mal se sente?
Não é chuva, nem é gente,
nem é vento com certeza.

Fui ver. A neve caía
do azul cinzento do céu,
branca e leve, branca e fria...
Há quanto tempo a não via!
E que saudades, Deus meu!

Olho-a através da vidraça.
Pôs tudo da cor do linho.
Passa gente e, quando passa,
os passos imprime e traça
na brancura do caminho...

(...)

E uma infinita tristeza,
uma funda turbação
entra em mim, fica em mim presa.
Cai neve na Natureza
e cai no meu coração.

Meus olhos doridos da distância, do espaço rarefeito do nunca mais. Regressar ao começo, à mocidade e ao eterno que é só dela, reassumir as raízes do sentir. A melancolia indizível do fim na presença oblíqua do que e de quem já partiu. Nas portas fechadas, persianas corridas, nas ruas desertas. A ausência do que se foi. Não o vazio, mas o ter estado habitado. O halo do passado. É ai que tudo mora. Não o que se recorda mas aquele que se evoca. Não o que distrai, diverte ou entristece na superfície mas o que nos abre ao palácio encantado da comoção interior, a uma transcendência de nós, um puro estar suspenso... Noite escura e fria. Subitamente, uma voz longínqua, a transfiguração do mundo, uma virgindade de ser...Se eu cedesse?
Led

domingo, 24 de dezembro de 2006

How Magic It Seemed


Como brinde natalício , trago-vos a canção mais gay dos Pumpkins (retirada da compilação “A Very Special Christmas 3” ) seguida de um tema retirado do single de natal de 1991 (0 1º) do clube de fãs dos PJ!
Não precisam agradecer!


Smashing Pumpkins - Christmas Time

Pearl Jam - Let Me Sleep

Cold wind blows on the soles of my feet
Heaven knows nothing of me
I'm lost nowhere to go
Oh when I was a kid oh how magic it seemed
Oh please let me sleep it's Christmas time
Flowered winds was where I lived
Thought you burned not froze for your sins
Oh I'm so tired and cold
Oh when I was a kid oh how magic it seemed
Oh please let me sleep it's Christmas time

Led

Todos aprendemos com os erros

"Só recentemente percebi que é feio telefonar às pessoas que nos enviam SMS. Apanhamo-las desprevenidas: não querem falar connosco."

Miguel Esteves Cardoso in Expresso

Led

sexta-feira, 22 de dezembro de 2006

2006 in Rock

Os Strokes em primeiro lugar na lista dos melhores (álbuns e concerto) do ano derradeiro de 2006, segundo as votações do público (no qual eu me encontro) que chegaram ao blog da Radar.

Fica aqui o meu catálogo dos 10 (+ 5) discos preferidos editados em 2006, assim como os meus concertos do ano :

1) Discos do Ano:

1º Pearl Jam - "Pearl Jam"

2º Thom Yorke - "The Eraser"
3º Muse - "Black Holes And Revelations"
4º Mogwai - "Mr. Beast"
5º The Strokes – “ First Impressions of Earth”
6º Oceansize – “Everyone Into Position”

7º Sonic Youth - "Rather Ripped"
8º Silversun Pickups – “ Carnavas”
9º Deftones – “Saturday Night Wrist”
10º Neil Young - “Living With War

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11º Placebo – “Meds”
12º God Is An Astronaut – “ A Moment of Stillness”
13º Cat Power – “Greatest”
14º Delgados – "The Complete BBC Peel Sessions”
15º Zero 7 – “The Garden”


2) Concertos do Ano:

1º Pearl Jam – Pav. Atlântico, Lisboa (05-09-06)

2º Radiohead – Marlay Park, Dublin (24-08-06)

3º Muse – Campo Pequeno, Lisboa (26-10-06)

4º Snow Patrol – Dublin Castle, Dublin (29-04-06)

5º God Is An Astronaut - The Village, Dublin (05-04-06)


Gostaria ainda de saber quais sãos os 5 álbuns e concerto do ano para o vastíssimo e exigente público deste blog . Fica por isso a caixa de comentários em aberto durante uma semana para sugestões e para uma posterior publicação. Bastará um comentário humilde e já ficarei no 7 céu pela consideração.

Many thanx!

Bom natal!

Led

quarta-feira, 20 de dezembro de 2006

Australian-Power-Pop-Indie-Rock

Da banda responsável pela versão rockeira do assombroso tema ad eternum "Forever Young" dos Alphaville (cujo videoclip já rodou por aqui) trago-vos o 1º single do 2º album ( Skeleton Jar) .
Enjoy lads!


The Youth Group - Shadowland

Led

segunda-feira, 18 de dezembro de 2006

Sem problemas de consciência é mais fácil

Ahhh...paz, união, alegria, solidariedade, família...que consolo espiritual...

Led

Juntos na vergonha


Nuno Rogeiro, escreveu isto no JN na passada Sexta-feira no seguimento de um texto que havia escrito no blogue O Futuro Presente :

«A República "Islâmica" do Irão decidiu patrocinar uma reunião de nazis e racistas (incluindo David Duke, ex- "Grande Dragão" do Ku Klux Klan), elementos da extrema-esquerda "anti - ianque" europeia e japonesa, antigos membros dos "exércitos vermelhos" que semearam o terror na Europa (um dia falar-se-á sobre os mesmos, e os seus agentes em Portugal, sejam mais ou menos gordos).
A intenção era a de deslegitimizar o Estado de Israel, de negar a existência de um Holocausto nazi contra os judeus europeus e contra a civilização ocidental, nos anos 30. Por esse processo, pensavam a presidência e o Governo iraniano reunir, sob a sua bandeira, o mundo dos árabes de boa fé, criar um novo motivo de aliança dentro do Islão, e aproveitar os trunfos aparentes, gerados desde o relatório Baker.
O pouco dotado senhor Ahmadinejad terá pensado, como me foi dito por um dos seus "estrategos", que esta era a altura para "atacar a jugular" do "estado judeu", e "começar a sua derrocada". O erro de cálculo foi brutal. Exposta ao ridículo e ao opróbrio universal, a conferência nazi fez perder ao Irão, em dois dias, o que o mesmo terá ganho em «credibilidade internacional», nas últimas semanas ou meses (no fundo, desde o fim da guerra do Líbano).
Por um lado, o PM israelita pôde ir ao Vaticano e aos países da União Europeia, reuniu-se com o Paquistão, e recolheu apoios sentidos. Por outro lado, nem o patético Venezuelano Chavéz, nem o eterno moribundo Castro, se atreveram a solidarizar-se com a cretinocracia de Teerão. Até a arma atómica não declarada de Israel parece justa, face a um regime que se sente orgulhoso por receber, dentro de casa, os celebrantes dos genocídios do passado.
A União Europeia reagiu às tolices sinistras da presidência iraniana, mas devia ter ido mais longe. É preciso dar ao Irão um tempo razoável para pedir desculpa pelo que se passou. É preciso dar ao Irão um tempo razoável (mas não muito), para identificar publicamente aqueles que falaram em Teerão, e o que disseram sobre o Holocausto. É preciso dar ao Irão um tempo razoável para explicar quem entrou no país a proteger os «intelectuais nazi-estalinistas-trotsquistas-guevaristas», que guarda-costas e militantes o fizeram, e quem está indiciado ou procurado pela INTERPOL (a que a PJ iraniana pertence). Se nada acontecer, a UE deveria suspender toda e qualquer relação com o Teerão. E deveria expulsar os elementos dos serviços de segurança do Estado (MOIS), que estão identificados nas várias embaixadas e legações na Europa, e que foram os controleiros e contactos desta rede de alucinados, que faria outro genocídio, se pudesse.»
Led

domingo, 17 de dezembro de 2006

Approved with quality certification


Thom Yorke - Spitting Feathers (Japanese B-sides EP)

(aconselho também vivamente o download de dois temas remisturados do album The Eraser – The Clock e Analyse – recentemente adicionados pelo músico ao site oficial )
Albert Hammond, Jr. - Yours to Keep
Led

Viver o mistério

A paz, a paz. A serenidade. Que a graça desça sobre ti e essa benção te feche em ti, te leve toda a matéria terrosa, te devolva à tua pureza inicial e os olhos se te cerrem contra toda a agressividade exterior e recuperes a tranquilidade e te mergulhe no mistério do universo e te transcenda ao mais do que tu e te abisme no insondável e te adormeça no centro da vida e te reconduza ao absoluto perdido e te imobilize contra o efémero e transitório e te recolha ao seu seio materno e te unja e sacrilize e te ponha a mão na fronte e te diga sossega e te preserve contra o tempo e te derrame a água do esquecimento. A paz, paz. A serenidade. O silêncio.


Despedida, Encantamento, Absoluto, Luar, Escorrência, Distância, Vertigem, Excesso, Metafísica, Solidão, Transcendência, Amor...é tudo o que me apraz dizer neste momento.

Led

quinta-feira, 14 de dezembro de 2006

Music is not free of charge

O porquê de não haver música neste blog através dos audio players da Odeo.

As minhas desculpas pela inconveniência.

Led

terça-feira, 12 de dezembro de 2006

I Want None Of This

Um tema suave de fuga para ocultar a ausência de palavras neste espaço...



Disponível em: HELP: A Day In The Life

Gravado a 8 de Setembro de 2005 para o album de caridade War Child designado : 'HELP: A Day In The Life', e lançado a 9 de Setembro no formato digital pelo site WarChildMusic.com.
(...)
If you get off your knees
You'll be out on a breeze
Take a lesson from me
Don't get stuck on a dream
Led

quarta-feira, 6 de dezembro de 2006

Cat Power - Aula Magna (04/12/06)


“Um concerto com algumas imperfeições técnicas e problemas de som, que impediram o público de ser mais caloroso. Valeu pelos intensos momentos a solo, no piano e na guitarra... a redenção segundo Chan Marshal.”
Tenho fotos para partilhar, mas ambos os meus computadores estão avariados. Tenho uma perspectiva , mas não tenho tempo para a redigir.

De qualquer maneira, está tudo aqui ou aqui.
Led

segunda-feira, 27 de novembro de 2006

Try, Try, Try...pleaseeee?

“I have walked around with a secret, a secret I chose to keep. But now I want you to be among the first to know that I have made plans to renew and revive the Smashing Pumpkins. I want my band back, and my songs, and my dreams”

BC
Led

domingo, 26 de novembro de 2006

Select, Start

Ser contra a maioria. Ter uma opinião própria e aguentar. O conforto e a defesa do grupo, do bando, do correligionário. Estar só, privado do suporte para a nossa opinião e a nossa glória durante uma vida inteira. Porque uma reputação é feita pelos outros. E os outros fazem-na enquanto existe o motivo dela, ou seja o reputado. Mas não perguntes ou sê apenas em resposta o que seja de aceitação e esquecimento. Não deixes de existir enquanto te deixarem, mas existe como se não. E toda a grandeza da tua vida estará nesse intervalo. Nessa pequenez em que nem para ti sejas visível... Por cima, o céu escuro.

Deftones - U,U,D,D,L,R,L,R,A,B,Select,Start

Led

quinta-feira, 23 de novembro de 2006

Collapse

Mais música para não insistir no meu arrastamento penoso até ao ridículo lírico. Desta feita num tema brilhantemente conseguido retirado do penúltimo album dos Blind Zero, “ A Way To Bleed Your Lover”. E que prazer é agora ouvir o Miguel solto e ágil sem receio de se encontrar no seu próprio nicho harmonioso. Sempre apontei os BZ como uma das minhas bandas favoritas no panorama nacional...mas havia algo naquele timbre engolido emblemático do “Trigger” e “Red Coast” que me revolvia de desconforto e constrangimento. É fácil que um vocalista se não pareça com os outros. O que é difícil é que ele se pareça consigo.
Collapse me now!


Collapse me
Bed bound
Silence is free among the weight I breathe
A change of set
Clinic words
My inner panic stares at my love reward
Beholder of my breath
Send me, send me every heartbeat, send me
Seeing you
I wish we weren’t locked up against a wall
Come closer, say a word
You can take my hand but do not die with me
Beholder of my breath
Keep my heart forever yours
And go

Led

domingo, 19 de novembro de 2006

Chove.

Chove, chove. Escorre a água pela vidraça, nela se turba a exactidão do real. E o vento, o vento. Traz o augúrio de longe. Ás vezes assalta em cargas rápidas, marra com violência, enrodilha toda a cidade. A tarde escurece. Vagas longínquas do rumor do temporal. A chuva mais densa forma uma cortina cinzenta que a tudo apaga. Ouço-a fustigar a janela. Tudo é submissão como a desolação. Olhar apenas. Escutar. E ser-me tudo longe, noutra terra, noutro universo...
You'll get a chance, another chance, one more sun...


The Dissociatives - We're Much Preferred Customers

Led

sábado, 18 de novembro de 2006

Porque volta

Sim. Mas porque o não aceito, o não vejo, senão em momentos evanescentes de fadiga e desistência? Porque volta sempre a interrogação, eriçada de interrogações inquietas? Que significa a minha reabsorção no Universo, sem a consciência que ma faça conhecer? Não pergunto já porque é que tudo é assim. Pergunto apenas pelo meu destino de esvaziamento de mim. Precisava apenas de saber que a morte é um começo, com a presença de mim a mim nesse começar. Já o soube, mas esqueci-o e assim o ignoro. De toda a maneira, há momentos em que, como à noite, me apetece apenas dormir. Tudo em mim então se entrega calmamente e desiste. Um sorriso de pacificação me cresça então da alma. E tudo estará bem.
Led

quarta-feira, 15 de novembro de 2006

Fé Vermelha


“Para quem pensava que o comunismo tinha fenecido de vez, o encontro internacional de partidos comunistas e operários que decorreu no passado fim-de-semana em Lisboa pode ter sido uma surpresa. Ou mesmo um susto. Mas na verdade não foi uma coisa nem outra. Aquilo a que se assistiu foi a recriar das velhas encenações de gongórica solidariedade internacional a pretexto de combater o imperialismo, defender os povos explorados, reafirmar a validade da luta de classes e dar alento a milhares de crédulos. Isto porque os resquícios do comunismo assentam, hoje, não numa prática ( que, essa sim,desabou com os tempos) nem numa teoria ( que a esmagadora maioria dos seus seguidores desconhece profundamente), mas numa fé inabalável. Perdê-la, ou fazê-la vacilar nem que seja só por um momento, é fazer ruir todo um edifício construído à base de frases feitas, soluções utópicas e realidades pouco permeáveis a chavões pré-estabelecidos.

A confirmação do comunismo como base fértil para totalitarismos sangrentos e impiedosos não se coaduna com a repetição de discursos pueris sobre a classe operária ( que já é outra, bem diferente da que Marx ou Engels analisaram nos seus escritos) ou os povos pretensamente ansiosos de se livrarem do capitalismo.

A China, mantendo a capa comunista e o corelativo desrespeito pelos direitos humanos, entregou-se a um capitalismo selvagem que, se por uma lado lhe ampliou a riqueza e os horizontes ( os económicos mas também os da ambição de poder), por outro mantém sob uma quase escravatura milhões de asslariados mal pagos e tristemente servis. Ao Ocidente, no caso chinês, já não incomodam as bandeiras vermelhas ao vento nem a exibição marcial dos rituais comunistas. Não intimidam nem afastam. Pelo contrário, são uma cobertura alegremente folclórica para bem lucrativos negócios mundiais.

O que querem, pois, os resistentes comunistas da cimeira de Lisboa, mesmo os mais devotos ou honestos? Sobreviver, apenas isso. Manter galvanizadas as suas bases de apoio, nem que para isso tenham de mentir, como aliás sempre fizeram: o comunismo, enquanto sistema, deve deter um dos maiores índices de mentiras de toda a história universal. Ou parasitar os muitos podres que a sociedade, infelizmente, ainda lhes oferece: o subdesenvolvimento, a fome, a pobreza, as muitas guerras absurdas que o comércio, legal ou ilegal, de armas alegremente sustenta. Podem ser poucos, podem enganar-se mutuamente acerca da sua verdadeira representatividade ou força, mas isso pouco ou nada importa quando o que está em causa é a manutenção de um cenário que pretende iludir a decrepitude à base da fé. A fé nos “amanhãs que cantam” e na verdade não sabem cantar, a fé num “socialismo” que os seus antepassados políticos enterraram sob as cinzas de milhões de vítimas.

No comício final, o russo Guenadi Ziugannov disse que o planeta “está a ficar mais vermelho”. De raiva? Ou de Vergonha?”

Nuno Pacheco – Público (14-11-06)
Led

sábado, 11 de novembro de 2006

Who's gonna drive you home, tonight?




A excelente versão negra da canção Drive dos The Cars no tema bónus oferecido em exclusivo pela iTunes para o último e brilhante album dos Deftones, Saturday Night Wrist (uma boa review aqui).
Que melhor figuração ambiental para uma Saturday Night Fever?


Led

sexta-feira, 10 de novembro de 2006

Com os olhos bem arregalados - Linda Martini

Depois da bem-sucedida aventura em-rede de divulgação do EP homónimo que continha a força motriz da projecção da banda, Amor Combate , chega mesmo hoje às lojas o primeiro album, Olhos de Mongol. O titulo, segundo a própria banda, “faz referência ao escritor norte-americano Henry Miller que assim descreve a troca de olhares entre perfeitos desconhecidos que, por nenhuma outra razão além do olhar, estabelecem uma empatia imediata.”
O novo single “Cronófago” está já disponível no myspace.

Fica o alinhamento:

1. sinto a cabeça cair
2. cronófago
3. dá-me a tua melhor faca
4. partir para ficar
5. estuque
6. o amor é não haver polícia
7. quarto 210
8. amor combate
9. a severa
Led

Oração comuna

Temos pena!

Led

terça-feira, 7 de novembro de 2006

O código de Ahmadinejad

Conforme prometera em Fevereiro deste ano, Mahmoud Ahmadinejad lançou o hediondo Concurso Internacional de Caricaturas do Holocausto intitulado "Onde está o limite da liberdade de expressão no Ocidente?". O certame tinha como objectivo responder aos blasfemos cartoons do pastor Maomé publicados no jornaleco dinamarquês 5 meses antes de todo alarido, chantagem e violência bruta que correu e corou o mundo civilizado de submissão aos valores da ira religiosa islâmica. A ideia do fantoche e pseudo-líder iraniano , era claro está, dar largas à sua teoria mitificada do Holocausto, segundo a qual apenas umas poucas centenas de Judeus tinham sido exterminados e não os cerca de 5-6 milhões normalmente atribuídos pelos registos oficiais. Meter os Judeus ao barulho fica sempre bem e depois a falta de nível e a discrepância colossal entre o objecto de sátira do jornal dinamarquês e o das iranianas não é indecência suficiente para comover Ahmadinejad e a legião de clérigos, imãs , mulás e as multidões de crentes fanatizados que o acompanham no divertimento anti-semita primário. Os cartoons estão agora a ser expostos no museu de arte contemporânea de Teerão e este é apenas um dos exibidos na exposição que promove a saudável liberdade de expressão tão característica da tolerante religião islâmica :

Enfim...nada de surpreendente provindo de sociedades que não respeitam os mais elementares direitos humanos, onde as mulheres são sub-humanos sem quaisquer direitos, a não ser o apedrejamento por suposto adultério, o mesmo destino dos homossexuais. Mas apenas queria aqui fazer menção da reposta de um cartoonista e blogger norte-americano, bastante mais criativo do que a média, que decidiu corresponder ao desafio com uma engenhosa provocação, codificada no próprio cartoon. Eis o Ahmadinejad code descodificado pela contraversão do desenho:

Por esta hora , Ahmadinejad deve espumar de prazer com a honra de tal comparação.

Led

sábado, 4 de novembro de 2006

A tarde finda, há luz no ar

E a certa altura, um prazer íntimo de nos aconchegarmos em nós, separados de tudo, defendidos de tudo, com um certo mimo rabugento na pele como quando acordamos pela manhã e ficamos ainda no choco, de sono ainda inserido em cada poro, aninhados e felizes. Um momento de felicidade, de bem-estar. Ser feliz nesta hora da tarde, com um sol outoniço que rompeu por entre a chuva e dourou o ar de pacificação. A casa fechada, a intimidade connosco, o mundo lá fora suspenso. Um instante de plenitude, mesmo o de quem esquece. Esquecer. Ser feliz no abandono deste silêncio luminoso em que a tarde finda devagar. Tanta coisa te ameaça e não sabes o que é. Ameaça surda, oblíqua, sem razão. Esquece. Prazer infantil, insinuada memória de um refúgio maternal, prazer subtil e finíssimo, alheamento breve do duro e constante combate de adultos. E que tudo em ti adormeça numa vaga evocação de não saber o quê, de um futuro inexistente e que é agora belo por não existir, que tudo em ti se entregue à nulidade que te suspende e fluidifica e evapora em dissipação. A tarde finda, há luz no ar, as àrvores recolhem-se a uma longa meditação. Dissipa-te e esquece. Sê feliz.
Led

quinta-feira, 2 de novembro de 2006

Poema dum Funcionário Cansado

A noite trocou-me os sonhos e as mãos
dispersou-me os amigos
tenho o coração confundido
e a rua é estreita
estreita em cada passo
as casas engolem-nos
sumimo-nos
estou num quarto só num quarto só
com os sonhos trocados
com toda a vida às avessas a arder num quarto só
Sou um funcionário apagado
um funcionário triste
a minha alma não acompanha a minha mão
Débito e Crédito Débito e Crédito
a minha alma não dança com os números
tento escondê-la envergonhado
o chefe apanhou-me com o olho lírico na gaiola do quintal em frente
e debitou-me na minha conta de empregado
Sou um funcionário cansado dum dia exemplar
Por que não me sinto orgulhoso de ter cumprido o meu dever?
Por que me sinto irremediavelmente perdido no meu cansaço
Soletro velhas palavras generosas
Flor rapariga amigo menino
irmão beijo namorada
mãe estrela música
São as palavras cruzadas do meu sonho
palavras soterradas na prisão da minha vida
isto todas as noites do mundo numa só noite comprida
num quarto só.
António Ramos Rosa
In: Viagem através duma Nebulosa, 1960
Led

segunda-feira, 30 de outubro de 2006

Mediocridade

Espantam-se às vezes certas pessoas de que um escritor, músico ou grupo medíocre seja normalmente o triunfador do seu tempo. Mas o autor medíocre é que é admirado pelos medíocres facilmente deslumbráveis. E a mediocridade é o que há de melhor distribuído pelos homens. Os medíocres são assim em maior número. E neste caso também o número faz a força. Assim se fazem as convenções do nosso tempo.
Led

sexta-feira, 27 de outubro de 2006

Muse - Campo Pequeno (26/10/06)

Não há muito a dizer para não correr o risco de deturpar a indistinta experiência individual. A recém reconfigurada Praça de Touros do Campo Pequeno estava esgotada (cerca de 7 mil pessoas) e revelou-se um espaço interessante e capaz de rivalizar em certa medida com o atlântico apesar de algumas carências (alguns ecos e perdas de som inconvenientes) em termos de suporte sonoro para concertos de grande envergadura como este. Mas vamos ao concerto em si. Passado o torpor enfadonho dos catalães Poet in Process com o seu seu pop-rock higiénico e pacato, o momento mais que aguardado. A entrada apoteótica do mais famoso trio de Devon, iniciada com um Matthew solitário no piano ensaiando os acordes do tema que principia também o último album. Com “You'll burn in hell for your sins “ chegamos todos ao derradeiro momento de abertura oficial do espectáculo com o apelo para o enlouquecimento rítmico da bateria de Dominic (escondida por detrás de uma cobertura movível) e para o peso majestoso do baixo de Chris. “Pay, You Must Pay, You Must Pay for you’re Crimes against the Earth”, e está feito o mote para o que aí vem a seguir. Pura adrenalina até aos confins do cosmos .
A setlist não trouxe grandes surpresas é certo, dando claro ênfase aos períodos criativos dos dois últimos álbuns ( 8 canções do “Black Holes..”, 5 do “Absolution”, 4 do “Origin of Simmetry” e 2 do “Showbiz") .
Mas havia quem no fim se atrevesse a dizer que o concerto foi curto (1:30, mais coisa menos coisa), o que, apesar de uma evidencia, denuncia uma ignorância audaz se analisarmos com frieza as songlists dos espectáculos anteriores - a verdade é que , mais uma vez bateu-se o record de canções tocadas em comparação aos concertos precedentes da tourné (20 temas contra a média de 15 dos restantes). Mas os Muse sempre foram assim, força sónica, um furacão de adrenalina musical.
Não há tempo para grandes colóquios com a audiência pois o tempo é de imediatismo e urgência . A única excepção foi mesmo a apresentação da “Starlight” em Português e um momento de repouso com “Forced In”, o brilhante tema instrumental a la Mogwai do single Uno.
O resto foi o já se estava à espera de uma das melhores bandas dos últimos 8 anos: a amálgama esquizofrénica de punk, heavy metal e rock progressivo em canções épicas, repletas de orquestrações colossais, bramidos, sussurros, falsetes, distorções e riffs explosivos.
O rock psicadélico até ao limite do universo que entoa ao puro princípio vital de nós, marcando as barreiras da inovação e do engenho tecnológico ao serviço da comoção cantada.
Knights of Cydonia e todo o mundo em uníssono seguindo o montruoso ecrã frontal:
No-one's gonna take me alive
The time has come to make things right
You and I must fight for our rights
You and I must fight to survive
Desfez-se o palco em fumo e neblina, qual D.Sebastião renascido e tudo em nós rendido, extático, arrebatado.
Setlist:
01. Take a Bow
02. Hysteria
03. Map of the Problematique+ Maggie's Farm riff
04. Butterflies and Hurricanes
05. New Born
06. City of Delusion
07. Plug in Baby
08. Forced In
09. Bliss
10. Apocalypse Please
11. Hoodoo
12. Invincible
13. Supermassive Black Hole
14. Starlight
15. Time is Running Out
16. Stockholm Syndrome
Encore:
17. Citizen Erased
18. Muscle Museum
19. I Want To Break Free (Riff)
20. Knights of Cydonia
Temas da noite: Hysteria, Map of the Problematique, Forced In, Starlight, Stockholm Syndrome, Knights of Cydonia
Led

quarta-feira, 25 de outubro de 2006

I'm going to the moon


Bye June. E uma plenitude instantânea entra em mim e entontece-me de uma comoção de outrora. Inclino o ouvido ao aviso que vem da balada recuperada de não sei donde, ouço-a intensamente até ela se abrir e eu penetrar nela. Inclino o ouvido em humildade e não entendo. A escorrência de mim nesta transfusão absurda de realidades.. Tanta coisa me comoveu. Já mal as sei. No avivar da brasa morta, apagada em cinza, na reinvenção de si, no retomar desde o início o que se gastou. E nada em mim lhe pode responder e exprimir senão uma auréola de sorriso que não chega à superfície. Devia haver uma verdade humana para este apelo do incerto que me cerca e me comove de prazer triste. Uma verdade registada e assentada para comodidade do fraco do olvido. Porque o que me faz sucumbir à profunda melancolia não tem razão se a houver. Uma verdade universal que autenticasse e tomasse em si este encantamento fleumático que se constrói na lembrança fulgurosa que me quebra até ao intangível. E o vazio de mim é aí que deve estar, nesse esquecimento, nessa massa de verdade morta como se fosse morta, nessa inutilidade do que soube e me fez e me faz vibrar e me recupera tudo o que sou.. Uma verdade que transcendesse sobre mim e me reconhecesse em força e certeza e harmonia universal...Recolhida. Leve. Doce. Do fim. Bye June.
I'm wishing you're there too
Led

Censura no Irão

“Damn those Portuguese! They should know how to cover themselves up. Let’s do it for them!”

Link1
Link2
Link3


Led

segunda-feira, 23 de outubro de 2006

Borat: Cultural Learnings of America for Make Benefit Glorious Nation of Kazakhstan

Borat's Guide to Kazakhstan:

My name is Borat, I like you ! I like sex! Is nice!


Fuckin’ brilliant!:)

Led (Naughty, naughty!)

Verdade em nós

Lenine disse uma dia que a verdade é revolucionária. Mas se a verdade é a revolução, a revolução não é verdade. Porque se o fosse, estaria bem tramada.
Não há uma verdade em si. Há uma verdade em nós. Tudo o mais não interessa.
Imaginemos que toda a gente tinha a mesma política, religião,clube de futebol etc. Nem por isso se viveria mais em paz. Porque logo se descobririam diferenças naquilo que a todos unia. E paralelamente surgiriam as discordâncias, invejas e ódios subsequentes. Porque não é a ideologia que no fim de contas divide. A ideologia é apenas um bom pretexto. O que nos divide é a importância da nossa pessoa e o grupo extensivo a que nos recolhemos. O que nos divide é a individualidade que não tem misturas ou só as tem com quem prolongar a pessoa que somos.
Led

sábado, 21 de outubro de 2006

Entardece devagar

Dia exânime de Outubro, pacificação mortal de Outono. A tarde morre para lá da janela do escritório. O céu escurece denso de chuva e o vale em frente imobiliza-se na sua melancolia para o nunca mais. E toda a aventura fantástica da vida se me afigura neste findar breve de um dia, que morre naturalmente sem a mais leve perturbação do universo. E ser levado calmamente no envolvimento da noite que aí vem. Tenho ainda a energia do pensar, o que é bom. Quando nem sequer eu pensasse é que o abandono seria inteiro. Mas então não o saberia nem portanto o diria.
Led

The Killers - Sam's Town



"Sam's Town", o último disco dos The Killers não é um bom album, conviemos. Mas também não é um péssimo album pois tem momentos honestamente razoáveis. A melhor prova disso é exactamente este tema - “Read My Mind”- que eu considero ser mesmo o ponto alto do album.

E a esta acrescentam-se outras canções medianamente aprazíveis como "Sam’s Town”, o single “When You Were Young” , “Bling (Confessions of a King) “,“For Reasons Unknwon” ou ainda o tema bónus “ All The Pretty Faces”. Já deve ter sido dito mas não há mal em repetir: o disco banal é o que perder à segunda audição; um bom disco é o que ganha.
Mas os julgadores da sensibilidade melódica, tão cheios de si e tão certos da sua vaidade cheia de legitimidade, chegam mesmo a condenar o album à categoria de cepo, calhau a evitar. Com muito escárnio e muito gozo, para inglês ver e embevecer. Corta o disco ao meio, queima-o e deita as cinzas na lixeira. O juiz decidiu, está decidido portanto. Abraçando com fascínio o hype mainstream da cultura e do chique musical, a review do Y da semana passada, no melhor estilo caustico Pitchforkiano, é tão ridícula pelo excesso de basófia intelectualóide, que em mim teve imediatamente um efeito avesso: esforçar-me por gostar do album. Classificar um album dando-lhe 1 valor em 10 é de uma imbecilidade profunda. Ou excesso de presunção. De qualquer maneira, mesquinha e parvónia.
Led

quinta-feira, 19 de outubro de 2006

Uma questão de fé e vontade

O FCPorto, a quem a derrota ou empate significariam o fim de qualquer ilusão de apuramento e só a vitória poderia rigorosamente interessar, ainda que por si só não seja uma garantia de sucesso mas apenas a possibilidade de continuar na luta pelo segundo lugar, cumpriu com naturalidade aquilo que se lhe pedia.
O empate inicial contra o CSKA soou como uma premonição de fracasso e, a partir daí, a equipa ficou obrigada a correr atrás do prejuízo, não desperdiçando mais pontos em casa e a tentar conquistar fora os que perdeu na primeira jornada. Foi o que fez com eficácia. Quatro golos, uma vitória justíssima e uma exibição quanto baste.
Excepção feita à desastrosa arbitragem evidenciada em campo, ...um pénalti não marcado perante o derrube de Quaresma...o golo anulado ao Hamburgo...a expulsão por acumulação de cartões perdoada a Ljuboja e o golo de Postiga em fora-de-jogo...; esteve-se sem qualquer dúvida perante a melhor exibição desta época.
Não porque a vitória gorda seja reflexo exacto do que se passou nos 90 minutos. Não porque os sinais negativos tenham desaparecido, pois a insegurança na zona médio-defensiva, onde mais que frequentemente surgem jogadores em posição frontal completamente livres para rematar e cabecear deveriam servir de aviso a Jesualdo de que os erros defensivos continuam a repetir-se sem uma solução imediata à vista. Não porque não reconheça que tivemos os pontilhados de sorte em momentos cirúrgicos que faltaram no jogo com o CSKA ou admita que o Hamburgo é de facto uma equipa fraca, sem classe e muito previsível, não admirando por isso que esteja no último lugar do campeonato alemão. Mas essencialmente porque se notou a exteriorização de uma raça, vontade, e domínio de bola que raramente havia sido evidenciada pela equipa, salvo casos pontuais, muito provavelmente desde o Porto de Mourinho. A exibição aguerrida e desenvolta de Lisandro, ou mesmo a surpreendente estreia do defesa lateral uruguaio Fucile no lugar de Bosingwa foram aliás disso o melhor exemplo.

Aterradora foi confirmação da lesão de Anderson, que vem mesmo na pior altura ( com o jogo de domingo) e a vitória do CSKA sobre o Arsenal...Por isso os próximos jogos ( o primeiro já dia 1 de Novembro na Alemanha) são de vida ou de morte: tudo o que não seja vitórias deixará a equipa irremediavelmente dependente de outros resultados e muito provavelmente afastada da qualificação. As hipóteses de apuramento são de facto remotas pois as exibições do FCPorto ainda não são o suficientemente consistentes para afiançar com audácia que poderemos vencer na Alemanha e na Rússia...mas a chama da esperança ainda brilha muito alto. Agora que acabou o Hamburgo, venha lá então o Sporting!

PS: Depois da infeliz derrota em Glasgow, o Benfica está quase certamente arredado da qualificação (ainda que não matematicamente mas isso é conversa fiada para os adeptos de um treinador frustrado com o resultado) mas ao Sporting abrem-se ainda razoáveis perspectivas de pelo menos manter o segundo lugar do grupo que dá continuidade na Champions. Esperemos todos que assim seja. Com muita fé e muita vontade!
Led

quarta-feira, 18 de outubro de 2006

A Europa, a França e o Genocídio Arménio


O que se inventa para embargar a entrada da Turquia no selecto clube da UE...
“É defensável que as democracias tenham leis que proíbem as manifestações de ódio racial. É admissível que as democracias tenham leis a reconhecer crimes por elas próprias cometidos. Contra os judeus, por exemplo. Não é admissível que, do alto de uma qualquer superioridade moral, decretem que ninguém pode debater a natureza de um crime contra a humanidade cometido por uma país terceiro.
(...)
A liberdade de expressão, de pensamento, de discussão é, como dizia recentemente o historiador britânico Timothy Garton Ash, “ o oxigénio de que dependem todas as outras liberdades”. Por isso, a Europa tem insistido, e bem, junto do Governo turco para que elimine da lei todas as limitações ainda existentes à liberdade de expressão. Por exemplo, aquelas que permitem condenar o escritor Orhan Pamuk por dizer que houve um genocídio arménio, ou que impedem inúmeros historiadores turcos de debater livremente a questão nas suas universidades.

O que a Europa deve exigir à Turquia não é que reconheça oficialmente o genocídio, é que reconheça o direito ilimitado a discuti-lo, com a mesma liberdade para os que aceitam e os que recusam. O que a França fez foi o contrário: tal como na Turquia, a questão não pode ser discutida em França. Acto de bravata lamentável de um país que continua a pensar que é o centro do universo e que, ao fazê-lo, se arrisca a matar aquilo que verdadeiramente foi, um dos centros de irradiação dos direitos fundamentais e universais.”
Teresa de Sousa , Público 1710/06 : Sobre a aprovação no Parlamento Francês de uma lei que penaliza quem se atrever a negar ou a debater o genocídio arménio, perpetuado pelos turcos do final do Império Otomano, entre 1915 e 1917.
Led

terça-feira, 17 de outubro de 2006

Sometimes

Um canção de um amor retraído no meio de alienação e sufoco de uma civilização em ruínas. Um amor comprimido de contemporaneidade...

Uma nota técnica sobre o tema: Durante algum tempo considerei esta como a pior canção no album Loveless até que por acaso a ouvi entremeada na banda sonora do Lost in Translation. Sempre achei que, pelo minimalismo repetitivo, fugia um pouco da zona harmoniosa dos restantes temas, onde milhões de sons coloridos era dardejados no entrelaçado de uma só sinfonia, uma cacofonia de som texturizado. Decerto o album de enchimento melódico mais completo ( e complexo) que concebo neste momento. E o que me parece é que, e talvez previsivelmente, cada canção deste album fabuloso adquire muito mais poder de afectação quando é exposta à isolação. Sem outros temas para subtraírem o impacto, cada canção (e esta, em especial) segregada das restantes do album pode catapultar-se para o brilhantismo sonoro. Agora é sem dúvida, um dos meus temas favoritos dos MBV, e a verdadeira medula do meu Loveless.

Um sincero agradecimento à Sofia Coppola!

E é tudo por hoje.

Led

domingo, 15 de outubro de 2006

A Arte da Fuga

Um cão ladra ao longe para haver grandes espaços e um acorde distante ergue-se do universo e estende-se na infinidade dos tempos...Bach...Música das constelações, de astros mortos perdidos no impensável do infinito e do sem-tempo. Uma transcendência que desce sobre mim e me despega do terreno. Alegria calma de existir. Sagração de mim. Eu estou. Inscrito no eterno.

Coimbra, 15 Outubro 2006
Nascer do Sol: 7h 44m
Pôr do Sol: 18h 54m

Led

quinta-feira, 12 de outubro de 2006

Demora-te...

Demora-te ainda um pouco, demora-te ainda um pouco. Fugir dos lugares da opressão, do vexame, do rancor, do aplauso, do mínimo interesse exterior que fale em ti. Alheamento do viver à superfície de nós, do que está ligado ao que é da vida imediata, dos enredados das mil futilidades com que se nos enchem os dias. Atrasa-te nas horas mortas da vida, nos intervalos rápidos em que ela se distrai a pensar. Demora-te ainda um pouco, demora-te ainda um pouco. E então saberás o que é que em ti é imperioso e revelador. Descer à gravidade de ti, ao precipício hiante do teu ser a saber-se existindo. Lugar do aparecimento de Deus mas sem Deus e apenas a sua inundação de grandeza que és tu criador. No sentir palpitante que está antes e mais longe que tudo. Espaço rarefeito e assombroso, lugar da grandeza do homem e do que nele é fundamental e trágico até ao impossível da morte. Aí és verdade de sangue para a infinidade dos séculos. Há tanto ainda que ver, que pensar, que admirar... De todo o real imediato transborda todo um mistério oculto para quem entende e interroga. Por isso..., Olha. Escuta. E a vida te desdobrará na infinitude que é a sua. E tu viverás sem a desperdiçares no incomensurável da sua grandeza. E terás vivido sem nada deixares atrás quando ouvires o sinal de que é a hora. Mesmo no derradeiro instante, abre ainda os teus olhos – e vê. A vida é tão espantosa. Não terás talvez tempo de a saber. Mas demora-te ainda um pouco. Há muito ainda que amar...
Led

terça-feira, 10 de outubro de 2006

El PCP y su solidaridad con la justa lucha de las FARC-EP


Começa agora a ser revelado que desde 1999 o democratiquíssimo PCP vem convidando as FARC para a Festa do Avante. Mau. Desastroso. Ilegal. O governo está a investigar o caso (que já não deixa margem para dúvidas a ninguém).
Mas depois da polémica em torno do incidente (estranhamente só descoberto na última missa religiosa da alegria comuna) foi esta a bestial resposta do jornal oficial do partido:

«A alegada presença de membros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) na Festa do Avante! deu azo a semana passada a uma série de intervenções assaz curiosas. De blogues mais ou menos obscuros a jornais mais ou menos de referência, passando pela Assembleia da República, representantes da direita mais reaccionária e pseudo democratas de trazer por casa puseram-se em bicos de pés e deitaram as unhas de fora para clamarem a sua indignação pela suposta vinda de «terroristas» a Portugal» (Anabela Fino, no Avante)

Sobre o tráfico de droga, os assaltos generalizados, e sobre os milhares de cidadãos colombianos e de outras nacionalidades raptados, e mantidos há anos em clausura pela milícia terrorista marxista FARC-EP, incluindo mesmo a candidata presidencial às eleições Ingrid Bettencourt em 2002, nem uma única palavra.
Nada mais do que a habitual hipocrisia na moralidade de causas sociais de reverência...só que desta vez foram mesmo longe demais...
Asqueroso!
Led

segunda-feira, 9 de outubro de 2006

Alabama hippie yae hippie yo!

This is the sound
That swims inside me
That circle sound
Is what surrounds me

Devendra Banhart – This Is The Way

Led

Mais vale tarde do que nunca

Quem sempre usou a chantagem e a boçalidade como arma contra os Governos da República, para lhe ampararem os défices, sem o mínimo respeito pelas contínuas advertências do Tribunal de Contas, não hesita agora em cair no ridículo ao pedir a demissão do ministro das finanças , o “Sr. Santos”. Mas a que porta o despótico governador ( e professor reformado) irá bater agora para a não promulgação da nova Lei das Finanças Regionais ? À do Sr. Silva, a quem nas legislativas de 2005 havia exigido que se demitisse do PSD? Já era tempo de ver um governo não ceder à contínua extorsão e irresponsabilidade do soberano madeirense. Fica portanto aqui o elogio à coragem do ministro e do executivo.
Vale ainda a pena recordar uma crónica de Vital Moreira onde alertava para os desvarios financeiros no reino da Madeira antes do actual congelamento das transferências de estado.

Led

domingo, 8 de outubro de 2006

Regresso

Os The Breeders vão novamente para o estúdio com o distinto Steve Albini para gravar um novo album, o sucessor do algo mísero "Title TK" de 2002. Esperemos que o novo album (com saída prevista lá início de 2007) não seja o “last splash” da controversa banda da gémeas Deal.

Passados 5 anos preenchidos por 2 EP’s , os Veruca Salt lançaram também recentemente o novo e quarto album de longa-duração com o título "IV" . O primeiro single – “So Weird”- já anda a rodar por aí e parece surpreendentemente razoável para uma banda que perdeu há muito parte da sua identidade com a saída intempestiva de Nina Gordon após o segundo album em 98. Até porque, segundo algumas reviews por onde passei os olhos, este poderá ser mesmo o melhor album do grupo de Chicago. Aguardarei portanto para ouvir o resto do album antes de qualquer análise de valor.

Ficam os anúncios para os fãs das Riot Girrrls.

Led

sábado, 7 de outubro de 2006

Loose Loose Change


Em várias cavaqueiras de café tidas recentemente, notei que muita gente tomou como aceitável a informação contida no “documentário” Loose Change. “Se a RTP e a Sic Notícias o passaram é porque a coisa é provável” – diziam alguns.Francamente, penso que já nem sequer vale a pena insistir em contestar essas pessoas. Por um lado porque no que respeita a estes assuntos normalmente estou sempre em minoria no debate juvenil. Por outro porque, se até agora ainda não se aperceberam do que está errado, não creio que o venham ou o queiram compreender.

E o que está errado são os factos. Podemos especular sobre factos conhecidos. Podemos até duvidar dos factos que nos são apresentados – sobretudo quando as fontes não nos oferecem crédito. Não podemos é adulterar, forjar, esconder e corromper factos só para que estes encaixem nas nossas teorias com objectivos políticos bem claros. Se procedermos assim, caímos na abstracção diletante, não havendo nada neste mundo que não possa ser provado/desmentido.

Eu bem sei que a esmagadora maioria daqueles que dizem acreditar em teorias como a exposta no Loose Change está já disposta de antecedência, devido aos seus preconceitos e facciosismo, a engolir todo esse tipo de lixo grotesco. Tudo isto era de esperar, dada à disposição doentia euro-ocidental para a auto flagelação e aversão americana. Mas de qualquer modo deixo aqui um link para um site onde poderão ver desmascaradas as teorias conspirativas acerca do 11/9. E para contestar a teoria conspirativa do atentado ao Pentágono existe um site que tem tudo bem explicado , desde o motivo do desaparecimento do avião até outras resposta a perguntas dos famosos “incrédulos” da versão oficial. Fica aqui também o link para quem tiver curiosidade de descobrir as diferenças entre uma explicação bem feita e que curiosamente convence à primeira e uma atabalhoada tentativa de fazer com que a ignorância bata certa com a realidade distorcendo a realidade na medida da ignorância. Mas aconselho cautela porque o site é certamente financiado pela CIA em ligação com o ex-KGB e FoxNews ...
Ainda sobre o assunto: passou há dias na SIC Notícias um documentário sobre o primeiro homem a conseguir dar à luz . Passaram testemunhos do próprio e de amigos. Passaram o depoimento do cirurgião que lhe implantou um útero. Mostraram fotos do procedimento cirúrgico e creio que até de uma ecografia. Houve mesmo um jornal que chegou a reportar o caso. Tudo estava bem feito, e muitos teriam levado a sério a história se, ao fim de largos minutos, os autores do documentário não tivessem confessado o embuste. Aqui, como no Loose Change, a informação foi propositadamente manipulada para induzir em erro os espectadores. Só que aqui, ao contrário do Loose Change, os autores fizeram-no para chamar a atenção dos espectadores contra impostores.

Mas é tudo tão claro e óbvio neste mundo sem contrastes a preto e branco eixo do mal. É só escolher o lado virtuoso neste grande embuste global. A começar pela ida à Lua. Confirmação irrevogável aqui e aqui (este ainda não li por completo, mas parece-me que nos ilumina também de lucidez e conhecimento) . É maravilhoso, pois segundo percebi, os Russos nunca mentiram, nem falharam, as naves deles atingiram sempre o seu destino, embora saibamos hoje que esconderam todos os seus fracassos. Os americanos pelo contrário, pelos vistos, inventaram todos os seus sucessos. Razão tinha o velhote do talho da minha rua (velho do restelo porque era do Belenenses) que não acreditava em nada daquilo.

Concordo inteiramente com Esther Mucznik no Público há umas semanas atrás quando teorizava que a longa experiência do negacionismo e do revisionismo histórico mostra que quando um acontecimento é demasiado tenebroso para ser desmentido, uma forma de o minorar, de o esgotar do seu significado, é atribuí-lo às suas próprias vítimas. É como uma forma de absolvição dos verdadeiros criminosos. Mesmo sob a forma de dúvida, é a forma mais eficaz de des-legitimar os EUA, retirando-lhes qualquer base de sustentação e credibilidade ética e política. Pensar assim dá-nos a dimensão do ódio atávico e unilateral de uma certa opinião antiamericana que sinceramente me envergonha. Pensar assim é confortável e conveniente.

"O racional deste tipo de conjecturas, é que estão sempre certas, qualquer que seja o argumento que as conteste. São do tipo religioso, portanto imunes a todo e qualquer facto refutador. "O que se passa com o Loose Change mostra como a má-fé e obstinação política anti-americana leva à corrupção do pensamento. E é mesmo contagiante, tanto para as mentes mais rudimentares como para as tidas mais progressistas e desenvoltas. Mas uma coisa é a dúvida legítima, outra é a idolatria cega. Uma ajuda ao desenvolvimento da civilização, a outra empurra-a para o obscurantismo medieval.
Led

sexta-feira, 6 de outubro de 2006

Silversun Pickups - Carnavas


Silversun Pickups, my best sound surprise since Autolux…and “Carnavas”, one hell of a debut full length album after the 2005 “Pikul” EP!
An incise and dry, straight-up indie rock n' roll record that combines the best of "white noise" (Sonic Youth, Autolux, Smashing Pumpkins (Gish, SD) and Can’s a like “fucked up” fuzzy distortion) and textured melancholic atmospheres (Ride, Lush and My Bloody Valentine’s dreamlike aural ambiances) all layered in-between "scream until it hurts" boy-girl-ish vocals and right-in-step percussion…
Furthermore and the best of all, it’s a terrific breath of fresh air from all the unbearably rehashed and lame 80's wannabe synth-pop/post-punk (mixed with teenage emo) revival.
What more could we ask?

A pleasant review at Popmatters

"Well Thought Out Twinkles" (Download MP3)

p.s. This album excels when played at extremely high volume.

Led

quarta-feira, 4 de outubro de 2006

Arpeggi

Jonny /Thom / Arab Orchestra of Nazareth (London Sinfonietta) – Ether Festival/Royal Festival Hall 27-03-05

Led

domingo, 1 de outubro de 2006

Manifesto de insensibilidade

Endurece-me a vida na mecânica dos dias. E é assim cada vez mais difícil descer à zona obscura de mim onde a comoção acontece. Só aí consigo por vezes recuperar o dom da emotividade que me coube, o encantamento que me fascina. Mas a graça não vem, estou duro e seco como um galho de inverno. Às vezes releio uma página de um livro, ouço uma música que me rebente a dinamite que me obstrui a entrada no palácio da fascinação. E acontece de quando em quando que uma fresta se abre do secreto de mim. Mas logo outra pedra descai e me tapa a entrada. É uma noite silenciosa e triste. Tudo está portanto pronto para que a comoção apareça. Mas eu não a sei.
Como é que há tipos que não acreditam na inspiração? Mas a inspiração é isso, a sensibilidade disponível, o encantamento que nos deslumbra e a palavra que o prende para ele nos não abandonar.
Infelizmente ficou-me o hábito de despejar para este caixote as merdices de ideias inconformadas que vêm ter comigo e não têm destino. Mas começo finalmente a perder a noção da significação disto tudo. Que palavra última me restará? Em que ideia final me reconhecerei?
Enfim. Vou dormir que não tenho mais nada aqui a fazer.
Led

sexta-feira, 29 de setembro de 2006

A nossa hora

O mundo transfigurado numa memória de génese. Olho lentamente as luzes que me acendem um tempo longínquo, iluminam devagar a passagem das horas. Num canto do escritório, o rádio emite uma música de mortos , e em todo o mundo à minha volta ressoa a voz do que findou. A nossa hora. Com todos os problemas deixados à porta. Desligo a televisão do réprobo e olho o imenso céu escuro por uns momentos . Deus cabe lá. Mas fica ainda um enorme espaço vazio por preencher...

Led

quinta-feira, 28 de setembro de 2006

Oceansize - One Day This All Could Be Yours

Muralhas de som rasgado cheio de agressividade intercruzado com subtis orquestrações espaciais que repousam tranquilamente sobre guitarras reverberadas hipnóticas, batidas lânguidas e linhas de baixo sepenteantes. Estou certo que os os fãs do metal duro vão pensar que este é um album demasiado suave e os outros vão pensar que é muito pesado. Eu acho que é o melhor dos dois mundos!

Eis os Oceansize, a banda rock mais polivalente de sempre!Desde Hardcore a Metal, passando por Post-Rock, Indie e até mesmo Pop-Rock.

Este é um tema retirado do primeiro album – “Effloresce”, de 2004-, ao que se seguiu o EP – “Music for Nurses” de 2005 e este ano o último album “Everyone Into Position”, uma verdadeira obra prima. Aconselho vivamente a audição cuidadosa (com phones) dos três álbuns para que a brilhante progressão para o experimentalismo seja evidente.

A minha banda da semana, como já o tinha sido há alguns meses atrás. Apocalíptico!
Enjoy lads!



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Led

quarta-feira, 27 de setembro de 2006

Dragão ao tapete


A confirmação do que tenho vindo concebendo desde a pré-época. O FC Porto tem equipa que chegue e baste para competir com o Sporting em Portugal, mas não a tem para a Europa, como aliás já se tinha visto um pouco contra o CSKA. Este grupo possui cinco grandes jogadores (Lucho, Quaresma, Paulo Assunção, Helton, Pepe) e um génio (Anderson); depois, tem mais uns três jogadores razoáveis ( Lisandro, Adriano, Raul Meireles) e todos os restantes são triviais. É uma equipa desequilibrada, com falta de bons jogadores em lugares fulcrais e falta de um banco à altura. Ontem então faltou tudo. Faltou ambição, ousadia, raça, convicção e classe. Não houve equipa ( a defesa foi um buraco completo) nem um fio de jogo constante que se perdeu por completo com a estranha e surpreendente substituição do artista de 18 anos pelo velho Adriano na segunda parte após o segundo golo. Henry, Hleb e Van Persie, os senhores incontestáveis do jogo.
Enfim, quem não tem unhas não toca guitarra. "Lamber as feridas" e seguir em frente.
Venha o Hamburgo!

Led

segunda-feira, 25 de setembro de 2006

Coldplay - "Castles" : Bullshit!

Depois dos mui famosos álbuns piratas “ A Rush of B-sides to the Head” e “ Songs for the One I Love”, deambula pela Internet mais um boato infundado que dá conta de um suposto novo album duplo dos Coldplay, de título “Castles”, que seria lançado pela EMI em Dezembro deste ano. O primeiro disco seria composto por uma selecção de lados-b de alguns singles , por alguns lados-a dos 3 EP’s pré-"Parachutes" e ainda por 2 demos ao vivo. O segundo disco, um concerto na Holanda na tourné de 2003.

A lista de canções seria esta:

Disco 1:

1. Crest Of Waves (Clocks single 2003)
2. One I Love (In My Place single 2003)
3. No More Keeping My Feet On The Ground (Safety EP 1998)
4. Things I Don’t Understand (Speed of Sound 2005)
5. Gold In Them Hills (Collaboration with Ron Sexsmith 2003)
6. Brothers And Sisters (Brothers and Sisters EP 1999)
7. I Ran Away (The Scientist 2002)
8. Easy To Please (Brothers and Sisters EP 1999)
9. Bigger stronger (Safety EP 1998)
10. For You (Shiver 2000)
11. Pour Me-Live (Fix you 2005)
12. Moses-Live (rarity live song 2003)
13. See You Soon-Live (The Blue Room EP 1999)
14. Ladder To The Sun-Live (rarity live song 2003)
15. Such A Rush (Safety EP 1998)

Disco 2 (Live in Holland 2003):

1. Politik
2. God put a smile upon your face
3. A rush of blood to the head
4. One I love
5. See you soon
6. Shiver
7. Everything's not lost
8. Moses
9. Yellow
10. Clocks
11. In my place
12. Amsterdam
13. Life is for living

Mas não haja confusões quanto à veracidade desta notícia. Trata-se apenas de uma triagem de canções feitas por um fã que a decidiu colocar num determinado site de descarregamento para fazer uns trocos como se de um novo album tratasse. A banda ainda não precisa de lançar no mercado compilações sem nexo e feitas em cima do joelho para fazer mais dinheiro. Todas estas canções e muitas outras que aqui faltam podem ser facilmente encontradas nos EP’s e singles oficiais da banda. O último lançamento editorial tratou-se do 5º single do último album X&Y, “What if”. A banda encontra-se actualmente num hiato indeterminado após o final da tourné em Julho no continente australiano.

Led

Here we are now ‘cause you have entertained us

Fez ontem 15 anos que o rock perdeu a inocência.

Led

domingo, 24 de setembro de 2006

Rewind

E à primeira vibração das teclas de um piano, toda a emoção do passado se me abre. Estou lá, nesse tempo, revejo-o num aceno de uma alegria vã. É a alegria do que nem sempre foi alegre, a imagem do que passou e levou a vida consigo e a conserva irreal no absoluto da irrealidade. Ela passa, a minha imagem, eu estou. A memória comove-me de fascínio porque apela ao absoluto que transfigura aquilo que se evoca; a recordação, detestável porque me traz de volta a uma verdade desabitada e indesejada. Silencioso a vejo desaparecer no horizonte e me recolho de novo a mim, fechado de resignação, ao apelo brando de um choro terno no mais oculto de mim. E todo o passado se me dissipa em turbilhão. O amor eterno dos homens será apenas eterno na sua intensidade, não na sua duração que nem dura a vida daqueles que esse amor ama. Retórica lamuriosa de consumo rápido para fim de noite erudito.



Led

sábado, 23 de setembro de 2006

Extra Extra!!

“ Bento XVI converteu-se ao Islão. O Papa até já está a deixar crescer a barba, vai a Meca em Outubro e já meteu a papelada para mudar o nome para Muhammed Ali.
Bento XVI está em jejum desde que o Sol nasceu. Hoje começa o mês sagrado do Ramadão e o Papa, como bom muçulmano, vai respeitar o quarto dos cinco pilares do Islão, abstendo-se de comer, fumar e ter relações sexuais. Foi na quinta-feira, pelas 11H04, que Ratzinger abraçou a religião de Ali Khamenei, a única forma que encontrou para aplacar a ira dos muçulmanos depois do seu discurso na Universidade de Regensbrug ter causado um impacto comparável ao de um Boeing 747 num prédio de 110 andares. “ Peço aos cães infiéis, nomeadamente ao bilião que me seguiu enquanto vivi na ignorância, da esplendorosa revelação divina ,que abracem a única verdade: a que foi ditada pelo arcanjo Gabriel ao profeta Maomé”, disse ontem o Papa a uma multidão de turistas japoneses e freiras búlgaras na Praça de S.Pedro. Nas próximas semanas, Ratzinger vai a Meca, incógnito, como um comum peregrino, levando apenas o papamóvel, 2000 seguranças, 39 cardeais e 120 gangsta rappers”.

Led

quinta-feira, 21 de setembro de 2006

Musa - Mapa da Problemática

Continua a ser o meu tema favorito do último album.

e este

"Life
Will flash before my eyes
So scattered and lost
I want to touch the other side
And no one thinks they are to blame
Why can't we see
That when we bleed we bleed the same
"

o meu trecho predilecto. Sem complexos.

Led