sábado, 21 de outubro de 2006

The Killers - Sam's Town



"Sam's Town", o último disco dos The Killers não é um bom album, conviemos. Mas também não é um péssimo album pois tem momentos honestamente razoáveis. A melhor prova disso é exactamente este tema - “Read My Mind”- que eu considero ser mesmo o ponto alto do album.

E a esta acrescentam-se outras canções medianamente aprazíveis como "Sam’s Town”, o single “When You Were Young” , “Bling (Confessions of a King) “,“For Reasons Unknwon” ou ainda o tema bónus “ All The Pretty Faces”. Já deve ter sido dito mas não há mal em repetir: o disco banal é o que perder à segunda audição; um bom disco é o que ganha.
Mas os julgadores da sensibilidade melódica, tão cheios de si e tão certos da sua vaidade cheia de legitimidade, chegam mesmo a condenar o album à categoria de cepo, calhau a evitar. Com muito escárnio e muito gozo, para inglês ver e embevecer. Corta o disco ao meio, queima-o e deita as cinzas na lixeira. O juiz decidiu, está decidido portanto. Abraçando com fascínio o hype mainstream da cultura e do chique musical, a review do Y da semana passada, no melhor estilo caustico Pitchforkiano, é tão ridícula pelo excesso de basófia intelectualóide, que em mim teve imediatamente um efeito avesso: esforçar-me por gostar do album. Classificar um album dando-lhe 1 valor em 10 é de uma imbecilidade profunda. Ou excesso de presunção. De qualquer maneira, mesquinha e parvónia.
Led

2 comentários:

nuno disse...

nunca mais se me esquecerá o dia em que o ex-pop rock, ex-sons e actual Y deu a estonteante nota de 1 em 10 ao "without you i´m nothing" na mesma semana em que deram 3 em 10 a um best-off do scooter.
por muito mau que sejam os killers (nada de bom sai de vegas. what happens there stays there), por muito pior que esse album de capa amarela seja que o do puto da camisola vermelha, os criticos do público são tão ou mais imbecis que o josé manuel fernandes. e mai nada.

aliás, só mesmo mais uma coisa. na reputadíssima revista "new yorker" li uma critíca aos dEUS em que lhes chamavam "the belgian response to coldplay"...

Ledbetter disse...

Já me habituei ao intelectualismo fanfarrão importado de certos críticos do Y que precisam de desprezar toda a gente para formarem uma reputação . Tornaram-se convencionais e assim vulgares, mas habitualmente tolera-se com algum distanciamento ou muda-se a página. Porque nem toda a gente se impressiona facilmente com a demarcação de regras divinas para o que é bom ou mau em música, uma arte sensorial e por isso inerentemente democrática.. Portanto as escolhas e classificações dúbias que fazem normalmente não me fazem mossa. Mas desta vez achei que exageraram na dose de desonestidade porque sabiam de antemão que iriam criar alguma controvérsia. Eu gostei muito do primeiro album e como eu muita gente descomplexada que ouve música pelo simples prazer mais básico, sem espaço para a álgebra musical e clara necessidade de protagonismo que lhe está por detrás. Este segundo album não é bom nem mau, aceita-se com algum desapontamento. Mas uma classificação 1/10 será sempre uma indecência.

dEUS the Belgian response to Coldplay? Perdoa-lhes senhor, que eles não sabem o que dizem...

Pop-rock:)...mítica, meu caro!