domingo, 21 de dezembro de 2008

Top 15- 2008

Como habitual no final de cada ano, aqui deixo as minhas 15 preferências para os álbuns saídos durante 2008. Se bem que a primeira posição do top foi para mim sempre indiscutível (tal como “In Rainbows” (Radiohead) o era em 2007, “Pearl Jam” em 2006 e “Future Perfect” (Autolux) em 2005), todas as outras foram naturalmente sofrendo alterações na colocação consoante a volubilidade da minha disposição.

1. Bon Iver – For Emma, Forever Ago

Assim, é sem qualquer surpresa que Bon Iver ocupe o primeiro lugar do top. Não é habitual que um conjunto de canções tão humildes e descomprometidas apareçam com frequência na compressão imediatista do mercado musical contemporâneo, francamente obcecado com “a próxima tendência” que igualmente abdica com rapidez. “For Emma, Forever Ago” demonstra com brilhantismo uma evidência indelével – que por qualquer quantidade de produção aparatosa e lustrosa recheada de letras pré-formuladas e açucaradas e exercícios cosméticos de estilo, nada se pode comparar à honestidade de um homem com a sua guitarra e emoções reais. Por isso a música delicada e despojada de Justin Vernon (Bon Iver) absorve-nos por completo até à impenetrabilidade da nossa intimidade. Não tenhamos dúvidas, a batalha catártica de Justin Vernon com a sua desilusão, é uma batalha em todos nós.

2. Mogwai – The Hawk is Howling

Em segundo surgem com naturalidade os Mogwai com o seu 7º disco de estúdio “The Hawk is Howling”. E que mais posso dizer desta banda senão que é uma das minhas predilecções pessoais há quase uma década? Os Mogwai raramente colocam letras nas suas músicas, mas a poesia está latente por toda a sua obra e este 7º disco é disso um excelente exemplo. Para mim “The Hawk Is Howling” resume o melhor dos Mogwai, o pendor etéreo dos 3 melhores discos da banda - “Young Team”, “Ten Rapid” e “Rock Action”- com o acréscimo experimentalista sintético de “Happy Songs...” e “Mr Beast”. Enquanto a música de bandas comparáveis como Explosions in the Sky ou Sigur Rós é evocativa de paisagens majestosas e impessoais, a música de Mogwai liberta emoção bruta de um modo extraordinariamente conciso e açambarcador. Mestres do fornecimento de tensão após tensão até que a libertam suavemente na corrente sonora do clímax, com instrumentos que conseguem amargurar e dulcificar ao mesmo tempo, esta é uma obra que nos deixa a levitar em múltiplas dimensões. Existe aqui a brutalidade do metal, a textura sintética da electrónica, as melodias de cordas dos épicos e depois aquela secção rítmica do Martin...que coisa impressionante! Um excelente, excelente, excelente disco de uma banda completamente indispensável (e um concerto a não perder em Fevereiro na Aula Magna).

3. Youth Group - The Night is Ours

Em seguida, temos Youth Group, um grupo estranhamente ainda pouco divulgado no continente europeu mas que me conquistou logo em 2005 com o seu segundo álbum “Skeleton Jar“ e me foi atraindo progressivamente com o terceiro álbum “Casino Twilight Dogs” que continha a versão rockeira da sempre “kitschie” e etérea canção “Forever Young” dos Alphaville. The “Night Is Ours” é contudo distinto de todos os outros discos da banda em muitos aspectos, sendo um deles o seu processo de gravação. O quarteto australiano gravou o seu quarto álbum num depósito abandonado do porto de Sydney conseguindo criar um ambiente singular que se sente por todo o disco. O resultado é uma obra coesa e convincente, combinando com destreza e modéstia géneros, instrumentos e atmosferas aliados aos brilhantes recursos letristas de Toby Martin. O disco mostra o progresso firme de uma banda experimentando novos sons mas ainda assim mantendo sólida a paixão delicada e melancólica pop que edificou a excepcionalidade desta banda. "Dying At Your Own Party" é uma canção simplesmente brilhante.

4. Deerhunter – Microcastle /Weird Era Cont.

Na 4ª posição aparece a banda que andou a abrir concertos dos NIN este Verão com o magnífico terceiro álbum “Microcastle”, seguramente dos mais ouvidos pela minha pessoa na segunda metade deste ano. “Microcastle” pega nos elementos mais espaciais e hipnóticos do afamado disco anterior “Cryptograms” e acrescenta-lhes um pouco mais de melodia e aperfeiçoamento de estúdio. O resultado é uma amálgama narcótica de harmonias surpreendentemente viciante. Absolutamente recomendado para todos os vanguardistas da música alternativa que ainda apreciam melodia.

5. Cat Power – Jukebox

Em seguida, surge a carismática Cat Power com o seu segundo álbum de covers “Jukebox”, a sequela natural e evolutiva ao “The Covers Record” de 2000. Um disco genial onde Cat e a sua excelente banda de apoio refazem temas de outros artistas (incluindo a própria) criando a ilusão que sempre foram seus. Mas esta é também uma Cat mudada, mais estável e amadurecida emocionalmente. E essa mudança nota-se perfeitamente na nova versão de “Metal Heart” incluída neste disco. Não mais um hino sussurrado ao folk, mas uma carta de amor com bateria e piano à antiga e frágil Marshall que outrora a escreveu por volta de 1998. “You’ll be changed”, ela canta. Não podia estar mais perto da verdade. E nós tranquilizamo-nos, porque amamos a figura.

6. NIN – Ghosts I-IV

Na 6ª posição coloquei o disco experimental “Ghosts I-IV” (aka Halo 26) dos NIN, o sétimo grande lançamento da banda de Trent Reznor pela primeira vez sem o apoio editorial em quase 20 anos de carreira. O álbum é uma colecção estilhaçada de harmonias concebidas durante os anos de preparação de “Year Zero” (análogo na forma à experiência “Pastichio Medley” do EP “Zero” dos Smashing Pumpkins), uma compilação de texturas sonoras sem uma referência e direcção lógica, expandindo o seu som sintético e industrial para instrumentos mais orgânicos como marimbas, banjos ou guitarra de slide. No conto geral é um disco suave e inteiramente ambiental que deixou muitos fãs surpreendidos/desiludidos. A mim seduziu-me por completo pela originalidade e risco calculado e por isso merece estar no top 15, à frente do “The Slip”, o grande lançamento da banda no ano de 2008.

7. Portishead – Third

A 7ª posição é ocupada pelos Portishead com o seu (mais que aguardado) terceiro álbum em 14 anos de carreira após um hiato de 11, simplesmente intitulado “Third”. O disco mostra uma despedida do som mais trip hop dos álbuns anteriores, aqui explorando temas mais sintéticos, minimalistas, duros e repletos de escuridão e claustrofobia cuja apenas a voz transcendente e delicada de Beth Gibbons consegue mais uma vez contrapor com assombro. "Silence", "Hunter", "The Rip", "We Carry On" e o single introdutivo "Machine Gun" são canções absolutamente imprescindíveis.

8. Coldplay – Viva La Vida or Death and All His Friends

Na 8ª posição aparecem os Coldplay com o seu pretensioso mas bem sucedido álbum “Viva La Vida or Death and All His Friends”. Há cerca de um mês foi lançado também o EP “Prospekt's March”, uma extensão do disco contendo alguns temas inéditos (como o magnífico “Glass of Water”) e outros mais desprezíveis (a versão da “Lost” com o rapper da moda Jay Z arrasou por completo a essência da canção) que, na minha opinião, deveriam ter sido incluídos no álbum de modo a criar uma obra mais multifacetada e consistente. De qualquer maneira, já fiz anteriormente a análise ao disco e portanto não vou entrar em pormenores. Apenas volto a reforçar a ideia de que é um erro desdenhoso confundir sucesso comercial com o melhor ou menor valor de um disco e de uma banda. O preconceito funciona para os dois lados e eu sinceramente estou-me marimbando para os dois lados sectoriais do eixo, os que amam e os que odeiam apaixonadamente.

9. Death Cab For Cutie – Narrow Stairs

Na 9ª posição surgem os Death Cab For Cutie com “Narrow Stairs”. Após o equívoco mediático que confundiu muita gente (incluído eu próprio durante uma semana – ver notícia aqui) depois de um internauta ter decidido disponibilizar o disco “Home Waters” (do final de 2007) da outrora desconhecida banda alemã Velveteen com o nome de “Narrow Stairs” (incluindo o nome das canções) e divulgando-o como o novo disco dos DCFC, só após um mês e com a saída do verdadeiro disco dos DCFC é que se chegaram a duas conclusões: que basta um idiota para embrulhar milhares de fãs ávidos e, pelo lado mais positivo, que os Velveteen também são uma excelente banda. Mas voltemos ao autêntico “Narrow Stairs”, um magnífico álbum! Quem duvide que ouça cuidadosamente o single improvável de quase 9 minutos de duração “I Will Possess Your Heart", um tema que começa com 5 minutos de crescendo sem letra antes de encetar numa obsessiva carta de amor. E é assim todo este disco, escuro e compresso ( do qual “No Sunlight” e “Cath...” são mais dois bons exemplos) e absolutamente irrepreensível tecnicamente. O melhor disco da banda até à data.

10. Beck - Modern Guilt

Em 10º, o último disco do nosso (e único) cientologista favorito. Como nunca fui um fã típico de Beck (o meu álbum favorito é o “Sea Change”) atrevo-me a dizer que este é um dos melhores discos deste alucinado multi-instrumentalista californiano em 14 anos de carreira. Há aqui a destreza técnica de “Mellow Gold” e “Odelay” e o intimismo franco do “Sea Change” , deixando ainda espaço para a ironia e obliquidade lírica de “Mutations” e “Midinite Vultures” . “Modern Guilt” é portanto provavelmente o disco mais completo e equilibrado (e viciante também) de Beck em muitos anos depois da relativa desilusão com “The Information” e “Guero”.

11. NIN – The Slip

Na 11ª posição surge o disco “The Slip” (aka Halo 27) dos NIN cujo processo de lançamento via digital transpôs mesmo o fenómeno de marketing “In Rainbows” ao serem disponibilizadas canções de elevada qualidade (ficheiros WAV) e de um modo absolutamente grátis (o download pode ainda ser feito aqui). “The Slip” é também o álbum mais directo e conciso da carreira dos NIN. Não há aqui qualquer vestígio das típicas introduções com crescendos demorados e meticulosos, entrando logo em acção com o tema agreste "1,000,000," e assim mantendo a intensidade e tensão durante metade do disco até gradualmente abrandar nos temas mais suaves e orgânicos do final dos quais "The Four of Us Are Dying" é o mais emblemático. “The Slip” serve como contraponto às excursões temáticas e instrumentais do “Ghosts I-IV”, recuperando o minimalismo sintético e áspero dos idos tempos de “Pretty Hate Machine” ou “The Downward Spiral” e acabando em atmosferas mais alusivas a “The Fragile” . Por outras palavras, um resumo compactado da carreira dos NIN e uma amostra das várias personagens artísticas de Trent Reznor ao longo dos 20 anos de carreira.

12. Uzi & Ari – Headworms

Na 12ª posição surgem Uzi and Ari com o seu mais recente “Headworms”. Se bem que na minha opinião inferior ao anterior registo “It Is Freezing Out” (2006) e mesmo ao disco mais pós-rock “Don’t Leave In Such a Hurry” (2004), “Headworms” mantém os níveis de exigência altos, com temas suaves e delicados que continuam a fazer lembrar o melhor de The Postal Service e dos Radiohead de alguns temas do “Kid A”. Uma excelente crítica em português ao disco pode-se encontrar aqui. Também convém divulgar mais uma vez ao interessados que estes rapazes vêm tocar a Leiria dia 22 de Fevereiro de 2009, concerto integrado na sua segunda tourné europeia.

13. Snow Patrol - A Hundred Million Suns

Na 13ª posição aparecem os Snow Patrol com o seu 5º álbum “A Hundred Million Suns” desde que o excelente “Songs for Polarbears” saiu em 1998. Foi com satisfação que ouvi este disco após o excessivo abuso de sacarina pop que foi “Eyes Open”. “A Hundred Million Suns” é a obra mais completa da banda até então, a sua produção imaculada e energia sónica foram confeccionadas para catapultar a banda para os primeiros lugares do pop rock moderno. Nada de mal nisso desde que usado com moderação. Tal como “You’re All I Have” e “Chasing Cars”, ambos mega-singles do álbum anterior, canções como “Take Back the City” e “If There’s a Rocket Tie Me To It” repetem a formula cíclica, ambas com apenas meia dúzia de notas e uma simplicidade que ajuda a maximizar o potencial da canção. Mas “A Hundred Million Suns” também anuncia novas curvas no repertório da banda, desde “Lifeboats” (uma espumante e discreta canção de amor cheia de mid-tempos e glissandos harmónicos) ao suave hip-hop de palmas “The Golden Floor”, até à ode sinfónica final de 16 minutos de duração “The Lightning Strike”, uma composição em 3 partes de uma grandeza celestial e experimentalismo épico bem sucedido. E é aqui que os Snow Patrol sempre funcionaram bem até alturas de “Final Straw” – na intersecção entre pop/rock acessível e de algo mais desafiante, quer seja um arranjo inesperado ou uma reviravolta melódica interessante. É esta fronteira frágil que a banda tem de saber explorar no futuro sob pena de cair na trivialidade.

14. The Samuel Jackson Five - Goodbye Melody Mountain

Na 14ª posição surgem os noruegueses The Samuel Jackson Five com o seu 3º álbum “Goodbye Melody Mountain” uma das revelações dos pós-rock dos últimos anos. Neste disco eles pegam na fórmula minimalista dos discos anteriores e expandem o som à sua volta, chegando a adicionar novos elementos sonoros (metal e jazz). O que estes tipos já entenderam é que a música está em movimento perpétuo e por isso uma banda que queira crescer tem de arriscar sair da sua zona confortável, misturando novos sons e estilos musicais. A decisão de uma banda de se aventurar em novas temáticas é a principal razão que me leva a considerá-los como a típica banda de pós-rock, pondo de lado outros grupos demasiado ordeiros para mudar o seu som (ou fazê-lo da pior forma, como os Sigur Rós). Não é um disco fácil, eu próprio demorei várias audições até começar a gostar. É um disco demasiado sofisticado, demasiado subtil, demasiado inteligente para ser imediatamente acessível. Mas ofereçamo-lhe a atenção cuidadosa que merece (ouvir com phones) e eu garanto que irão beneficiar das vantagens.

15. Stereolab - Chemical Chords

E na última posição do meu Top15 de 2008 surgem os aliens surrealistas Stereolab com mais umas das suas doses refinadas de experimentalismo pop-lounge anglo-francófono dos anos 60 desta feita felizmente com um conjunto de temas acessíveis e orgânicos em detrimento dos sintetizadores analógicos inabordáveis dos últimos tempos. “Chemical Chords” é um álbum muito interessante e estranhamente agradável (ponham estranho nisso) mesmo para quem como eu nunca partilhou do fascínio intelctualóide com a banda britânica. Para ouvir com muita atenção.

Em resumo:

1. Bon Iver – For Emma, Forever Ago
2. Mogwai – The Hawk is Howling
3. Youth Group - The Night is Ours
4. Deerhunter – Microcastle /Weird Era Cont.
5. Cat Power – Jukebox
6. NIN – Ghosts I-IV
7. Portishead – Third
8. Coldplay – Viva La Vida or Death and All His Friends
9. Death Cab For Cutie – Narrow Stairs
10. Beck - Modern Guilt
11. NIN – The Slip
12. Uzi & Ari – Headworms
13. Snow Patrol - A Hundred Million Suns
14. The Samuel Jackson Five - Goodbye Melody Mountain
15. Stereolab - Chemical Chords

Menções honrosas:

M83 - Saturdays = Youth
REM - Accelerate
The Cure - 4:13 Dream
Kings of Leon - Only By The Night
Los Campesinos – Hold On Now, Youngster
Patti Smith and Kevin Shields - The Coral Sea
Unkle - End Title…Stories For Film
Nada Surf – Lucky
Elbow - The Seldom Seen Kid
Fennesz – Black Sea

Bom natal!

Led

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Volta e meia

Volta e meia e para atestar a qualidade da linhagem, lá aparece um tipo a defender para si o seu quinhão de causas sociais e a autenticidade do seu pólo político consubstanciado nas vezes que arremessa a sua verdade exclusiva e genesíaca contra todos os ismos que ostentam gosma burguesa na peugada, amesquinhando o sujeitículo acomodado do bloco central, esse tipo sem ética corrompido pela base que nunca leu livros progressistas neorealeiros e dado a essa coisa chilra e raquítica do diálogo e da sensatez, à tineta pífia do pormenor com a sustentabilidade e a responsabilidade. O tipório conhecedor do real e do trabalhador seu correligionário é um gajo desafrontado e seguro de si, de fórmulas milagrosas prontas na algibeira, de peitaça larga para a bordoada ideológica, que come bem, bebe bem, fornica bem, de ideias limpas, descomplexadas, tipo porreiro e solidário com as minorias, dorme do lado bom do humanismo, veja-se a nossa sorte, escasso de metáforas quando é preciso, companheirão, sujeito vivido, calmo e teso, nada de subtilezas sofísticas quando é preciso, pão pão, queijo queijo, escorreito, destemido, atestado de tomates e de glóbulos vermelhos e de lições para dar ao mundo.

Volta e meia aparece também a História cheia de estilhaços e sangue messiânico a desdizê-lo. A História, essa apóstata imunda e prepotente.


Led

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Alma Mater

Os Moonspell acabam de regressar de uma intensa tourné norte-americana e canadiana (a sétima incursão por estes territórios) parcialmente partilhada com os deuses noruegueses do black metal Dimmu Borgir que abrangeu 28 concertos durante cerca de um mês. À média de um concerto por dia em festivais e recintos fechados sempre esgotados, começa a ser constrangedor não lhes reconhecer o mérito com mais veemência por causa da típica desconfiança pelo género musical. Até porque em mais de metade destes concertos do outro lado do atlântico, conseguiram a proeza admirável de serem a principal banda de cartaz tendo sido apoiados por bandas locais. Este mês regressaram à velha Europa, com actuações programadas na Alemanha, Itália, Suíça, França, Holanda, Áustria, Hungria e Dinamarca. Quando muito se fala dos novos artistas portugueses que começam a arriscar mercados inóspitos (desde Legendary Tiger Man, passando por The Gift, Fonzie, X-Wife, Buraca Som Sistema ou David Fonseca), seria bom lembrarmo-nos mais vezes do caso incomparável da banda de Fernando Ribeiro que fez do “estrangeiro” palco principal há mais de uma década. Sem pretensiosismos e vitimizações lingrinhas, tiveram a ousadia suficiente para abandonar o ócio doméstico e arriscar num mercado outrora pouco explorado. Hoje são uma referência para o metal gótico em toda a Europa e inevitavelmente mundial.

Nunca os vi lamentar o fado avesso e o desdém do país materno e são eles próprios que o dizem sem ironias ou falsas modéstias: "É incrível, mas já fomos quatro vezes a Moscovo e nunca tocámos em Évora!"

Bem hajam, rapazes!

Sam The Kid, come pó!

Led