segunda-feira, 28 de setembro de 2009

"Bronzeados" cerebrais

”The rock band (Muse) was forced to play in playback during an italian tv show about football "Quelli che il Calcio". So Muse decided to exchange their instruments and positions. The singer became a drummer, the drummer sang and played bass, and the guy who usually plays the bass played guitar and keyboard. Nobody (in the tv show) noticed the difference. Furthermore at the end of that fantastic performance the hostess interviewed the drummer that still acting like the singer talked about his friend Mathew in the drums (he his the real singer). Dominic Howard is telling Simona Ventura why he chose Italy to record the album, says it's a wonderful country, he likes to be there, and that the drummer Matt lives in Como and they have just built a recording studio and enjoyed a lot and is a beautiful place to be creative. PS. sorry for not perfect english and remember that not all italians are ignorant and egocentric like the staff of that show”

(and Berlusconi).

Obrigado pelo link, Viegas.

Led

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Diálogos de interesse relativo

(..)
- Nada é absoluto porque tudo é relativo!
- Mas essa proposição Kelseniana não vale de muito e sempre foi usada para depreciar qualquer argumento!
- Porque “tudo é relativo” é de facto um "absoluto"?
- Sim. Mas também porque tudo é relativo como a exactidão absoluta desse axioma circular.
- ...
- ...
- Continua a parecer-me um pénalti claríssimo.
- Absolutamente relativo.


Led

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

6 (+1) canções para o fim-de-semana

Tyler Ramsey - Birdwings
Feist and Ben Gibbard - Train Song
A.A.Bondy - The Mightiest of Guns
Marissa Nadler - Ghosts and Lovers
JJ72 - Black Eyed Dog (Nick Drake cover)
Antony and Bryce Dessner - I Was Young When I Left Home

Neil Young - Light A Candle

PS: Caso alguma canção dê problemas no leitor do blog : "salvar como" ou "abrir numa nova janela".

Led

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Variação em sol menor

De vez em quando, e nos momentos mais imprevistos, derrama-se-nos sobre a alma uma tristeza infinita. De quê? De nada. Um deslizar brusco de tudo o que se acumulou, o rompimento das frágeis fibras sociais que nos amparam, até à nulidade e à indiferença dormente... Sem pré-aviso ou manual de instrução. Só nos damos conta do inesperado jacto, da irrupção brusca, do estampido de uma evidência áspera. Podemos talvez compor uma razão erudita e idealizada. E escriturar algo belo e piedoso sobre ela para colher compaixão vadia dos espúrios desgraçados que somos todos também. Coisas repetidas de best-seller e colunas cor-de-rosa, clichés desenxabidos, poemas respingados de banalidade, cotoveladas na sintaxe besuntadas de hipérboles e eufemismos, ninharias chorosas e artificiosíssimas com a pompa de coisas profundas e originais. Mas no vazio mais estéril de descrença todas as razões estão indisponíveis quando as procuramos.... E aí a sensibilidade mutilada. É a apatia de lodo que nem a música consegue fazer estremecer. É o cansaço cavado, é o descontrolo, é a vergonha rubra, são as trevas do mundo. É de manhã, o céu está nublado, há todo um dia a refrear. Mas de outras vezes, é uma alegria inesperada que nos invade, nos edifica além de nós, nos instaura em harmonia e bem-estar. O mundo multiplica-se de vozes mornas que nos falam, nos sustentam na rede do seu apoio, nos criam o lugar do adormecimento como uma mão quente na face. Na sala o rádio transmite não sei que música solene, (Mahler?), todo o interior da casa reverbera a claridade que vem lá de fora. E, subitamente, a aparição da verdade original, o encantamento da vida e do seu fulgor luminoso renascido. Somos assim um joguete de forças desconhecidas, com um sentir, todavia, que é nosso, nascido de nós e que em nós procura às cegas uma razão de ser. Porque deve haver uma razão para estarmos alegres ou tristes. E não há. Ou há aquelas razões domésticas que há sempre e logo adoptamos para haver lógica e coerência na vida. Sabemos assim de um amor forte que se nos extingue abruptamente ou do impossível gritante de ser nosso em plenitude. De um acidente ou da força renascida de dele sairmos incólumes. Da doença ou do conforto da convalescença. Da nostalgia ou da saudade dela sentir. Do sucesso ou do fracasso de um projecto. Da incompreensão de algo ou alguém que nos deixa ou que nos entra na vida e que ainda assim entra na íntima dialéctica que estabelecemos como razão para se estar triste ou alegre. Mas...só em súbitos instantes nos forma a evidência disso e a alegria ou o desgosto disso, a indiferença ou a agitação. Só em determinados momentos se vive o excesso de ser - o resto é a morte e o absoluto da sua inverosimilhança com o peso de uma grande pedra. O resto é o ser-se sem se ser. Na modorrenta e tranquila uniformidade. Em que é que se é mais homem? “Gato que brincas na rua...És feliz porque és assim” (Pessoa). Se na ponte segura. Se no abismo negro. Se no voo alado. Sei lá hoje onde se é mais humano. Tanta palavra importante que se nos escuma da boca. E nenhuma ser a essencial, a que nos dissesse todo e tudo e repercutisse na boca dos que a ouvissem. Que extraordinário esta coisa de o excesso de ser durar tão pouco. Mas decerto é necessário a intermitência para existir o seu deslumbramento, para ser excepção a sua excepcionalidade. E é esse, sem dúvida, o erro dos que ainda nos falam da felicidade. Porque se fossem apenas felizes, não eram felizes.

Led