sexta-feira, 29 de setembro de 2006

A nossa hora

O mundo transfigurado numa memória de génese. Olho lentamente as luzes que me acendem um tempo longínquo, iluminam devagar a passagem das horas. Num canto do escritório, o rádio emite uma música de mortos , e em todo o mundo à minha volta ressoa a voz do que findou. A nossa hora. Com todos os problemas deixados à porta. Desligo a televisão do réprobo e olho o imenso céu escuro por uns momentos . Deus cabe lá. Mas fica ainda um enorme espaço vazio por preencher...

Led

quinta-feira, 28 de setembro de 2006

Oceansize - One Day This All Could Be Yours

Muralhas de som rasgado cheio de agressividade intercruzado com subtis orquestrações espaciais que repousam tranquilamente sobre guitarras reverberadas hipnóticas, batidas lânguidas e linhas de baixo sepenteantes. Estou certo que os os fãs do metal duro vão pensar que este é um album demasiado suave e os outros vão pensar que é muito pesado. Eu acho que é o melhor dos dois mundos!

Eis os Oceansize, a banda rock mais polivalente de sempre!Desde Hardcore a Metal, passando por Post-Rock, Indie e até mesmo Pop-Rock.

Este é um tema retirado do primeiro album – “Effloresce”, de 2004-, ao que se seguiu o EP – “Music for Nurses” de 2005 e este ano o último album “Everyone Into Position”, uma verdadeira obra prima. Aconselho vivamente a audição cuidadosa (com phones) dos três álbuns para que a brilhante progressão para o experimentalismo seja evidente.

A minha banda da semana, como já o tinha sido há alguns meses atrás. Apocalíptico!
Enjoy lads!



Powered by Oceansize

Led

quarta-feira, 27 de setembro de 2006

Dragão ao tapete


A confirmação do que tenho vindo concebendo desde a pré-época. O FC Porto tem equipa que chegue e baste para competir com o Sporting em Portugal, mas não a tem para a Europa, como aliás já se tinha visto um pouco contra o CSKA. Este grupo possui cinco grandes jogadores (Lucho, Quaresma, Paulo Assunção, Helton, Pepe) e um génio (Anderson); depois, tem mais uns três jogadores razoáveis ( Lisandro, Adriano, Raul Meireles) e todos os restantes são triviais. É uma equipa desequilibrada, com falta de bons jogadores em lugares fulcrais e falta de um banco à altura. Ontem então faltou tudo. Faltou ambição, ousadia, raça, convicção e classe. Não houve equipa ( a defesa foi um buraco completo) nem um fio de jogo constante que se perdeu por completo com a estranha e surpreendente substituição do artista de 18 anos pelo velho Adriano na segunda parte após o segundo golo. Henry, Hleb e Van Persie, os senhores incontestáveis do jogo.
Enfim, quem não tem unhas não toca guitarra. "Lamber as feridas" e seguir em frente.
Venha o Hamburgo!

Led

segunda-feira, 25 de setembro de 2006

Coldplay - "Castles" : Bullshit!

Depois dos mui famosos álbuns piratas “ A Rush of B-sides to the Head” e “ Songs for the One I Love”, deambula pela Internet mais um boato infundado que dá conta de um suposto novo album duplo dos Coldplay, de título “Castles”, que seria lançado pela EMI em Dezembro deste ano. O primeiro disco seria composto por uma selecção de lados-b de alguns singles , por alguns lados-a dos 3 EP’s pré-"Parachutes" e ainda por 2 demos ao vivo. O segundo disco, um concerto na Holanda na tourné de 2003.

A lista de canções seria esta:

Disco 1:

1. Crest Of Waves (Clocks single 2003)
2. One I Love (In My Place single 2003)
3. No More Keeping My Feet On The Ground (Safety EP 1998)
4. Things I Don’t Understand (Speed of Sound 2005)
5. Gold In Them Hills (Collaboration with Ron Sexsmith 2003)
6. Brothers And Sisters (Brothers and Sisters EP 1999)
7. I Ran Away (The Scientist 2002)
8. Easy To Please (Brothers and Sisters EP 1999)
9. Bigger stronger (Safety EP 1998)
10. For You (Shiver 2000)
11. Pour Me-Live (Fix you 2005)
12. Moses-Live (rarity live song 2003)
13. See You Soon-Live (The Blue Room EP 1999)
14. Ladder To The Sun-Live (rarity live song 2003)
15. Such A Rush (Safety EP 1998)

Disco 2 (Live in Holland 2003):

1. Politik
2. God put a smile upon your face
3. A rush of blood to the head
4. One I love
5. See you soon
6. Shiver
7. Everything's not lost
8. Moses
9. Yellow
10. Clocks
11. In my place
12. Amsterdam
13. Life is for living

Mas não haja confusões quanto à veracidade desta notícia. Trata-se apenas de uma triagem de canções feitas por um fã que a decidiu colocar num determinado site de descarregamento para fazer uns trocos como se de um novo album tratasse. A banda ainda não precisa de lançar no mercado compilações sem nexo e feitas em cima do joelho para fazer mais dinheiro. Todas estas canções e muitas outras que aqui faltam podem ser facilmente encontradas nos EP’s e singles oficiais da banda. O último lançamento editorial tratou-se do 5º single do último album X&Y, “What if”. A banda encontra-se actualmente num hiato indeterminado após o final da tourné em Julho no continente australiano.

Led

Here we are now ‘cause you have entertained us

Fez ontem 15 anos que o rock perdeu a inocência.

Led

domingo, 24 de setembro de 2006

Rewind

E à primeira vibração das teclas de um piano, toda a emoção do passado se me abre. Estou lá, nesse tempo, revejo-o num aceno de uma alegria vã. É a alegria do que nem sempre foi alegre, a imagem do que passou e levou a vida consigo e a conserva irreal no absoluto da irrealidade. Ela passa, a minha imagem, eu estou. A memória comove-me de fascínio porque apela ao absoluto que transfigura aquilo que se evoca; a recordação, detestável porque me traz de volta a uma verdade desabitada e indesejada. Silencioso a vejo desaparecer no horizonte e me recolho de novo a mim, fechado de resignação, ao apelo brando de um choro terno no mais oculto de mim. E todo o passado se me dissipa em turbilhão. O amor eterno dos homens será apenas eterno na sua intensidade, não na sua duração que nem dura a vida daqueles que esse amor ama. Retórica lamuriosa de consumo rápido para fim de noite erudito.



Led

sábado, 23 de setembro de 2006

Extra Extra!!

“ Bento XVI converteu-se ao Islão. O Papa até já está a deixar crescer a barba, vai a Meca em Outubro e já meteu a papelada para mudar o nome para Muhammed Ali.
Bento XVI está em jejum desde que o Sol nasceu. Hoje começa o mês sagrado do Ramadão e o Papa, como bom muçulmano, vai respeitar o quarto dos cinco pilares do Islão, abstendo-se de comer, fumar e ter relações sexuais. Foi na quinta-feira, pelas 11H04, que Ratzinger abraçou a religião de Ali Khamenei, a única forma que encontrou para aplacar a ira dos muçulmanos depois do seu discurso na Universidade de Regensbrug ter causado um impacto comparável ao de um Boeing 747 num prédio de 110 andares. “ Peço aos cães infiéis, nomeadamente ao bilião que me seguiu enquanto vivi na ignorância, da esplendorosa revelação divina ,que abracem a única verdade: a que foi ditada pelo arcanjo Gabriel ao profeta Maomé”, disse ontem o Papa a uma multidão de turistas japoneses e freiras búlgaras na Praça de S.Pedro. Nas próximas semanas, Ratzinger vai a Meca, incógnito, como um comum peregrino, levando apenas o papamóvel, 2000 seguranças, 39 cardeais e 120 gangsta rappers”.

Led

quinta-feira, 21 de setembro de 2006

Musa - Mapa da Problemática

Continua a ser o meu tema favorito do último album.

e este

"Life
Will flash before my eyes
So scattered and lost
I want to touch the other side
And no one thinks they are to blame
Why can't we see
That when we bleed we bleed the same
"

o meu trecho predilecto. Sem complexos.

Led

Ethereal submersion...

Comprei-os hoje. Finalmente!


Mogwai - Kicking a Dead Pig ( Mogwai songs remixed + Fear Satan Remixes) (1998)

Jonny Greenwood - Bodysong ( movie soundtrack) (2003)

Led

quarta-feira, 20 de setembro de 2006

The Spirit of America, Massachusetts

Prudential Tower Skyline, Boston

Harvard University Campus

At the authentic "Cheers" Pub, Beacon Hill, Boston

Old quarrels

Legends

Snow Patrol gig in Boston, 15/09/06

…At the very disappointing witchcraft village of Salem, MA

Camera-friendly, Harvard

Creepy day at the “dry” town of Rockport

At the Banknorth Garden, home of the “birds”

Boston view from Charles River

The Death within, Salem

Rockport sunset view

Led

Melancolia aos confins do mundo

Solene. Linda pura branca doce. Diáfana, suspensa, velada de doçura a tua face. Até que, inverosímil, na fina evaporação de mim imaterializado sucinto, conciso afloro no ápice do desejo, violentíssimo, estrito, brevíssima titilação do limite nervoso, a tua face afloro suave, um beijo aéreo no teu rosto. E um derretimento agudo como intrínseco ganido nos filamentos centelhas do meu ser. Lembro-te, olho-te, todo o meu corpo treme. A ferocidade da vida no arrepio do sítio melindroso. Sistemas, religiões, e a política, e a arte esgotada no espaço ambíguo do que não interessa aqui. E tu no efémero da minha excitação. No ápice virgem. Nós sós, na sufocação do mistério, intensos de plenitude, raiados à imensidão. Na evidência que me ilumina por dentro. Que ao menos um instante na totalidade de mim, my love, minha violência vertiginosa, minha ilusão tão verdade na coerência do negro, turbado de neblina, é uma rua deserta. Para a cúpula do céu, o rumor esparso errante da cidade. O anúncio do que nunca vem. Incerto, absurdo, eu, entre a certeza do fim e a verdade do início. Bêbedo.
Led

terça-feira, 19 de setembro de 2006

Mergulhando na inflexibilidade

“O medo de ser livre cria o orgulho de ser escravo”. Bela frase anarca. Da quantidade delas espalhadas pelas paredes da cidade que penso como saldo da revolução dos cravos. Fixei-a porque me pareceu de certo modo apropriada a estes tempos de confronto e histerismo. Mas não sei exactamente o que quero aprender com ela com receio que ela me suba até ao radicalismo mais absurdo. “Crês ou morres” também é uma divisa gira. Ama-se uma causa até à morte, amamos seja o que for até à morte, para que a anulação total de nós confira o valor máximo, que somos nós, ao que odiamos ou amamos. Tudo isto deverá estar profundamente certo. Mas tudo isto deve estar profundamente errado. Mas não irei insistir na sua reflexão. Não sejamos ambiciosos. Há o que é para entender e o que é só para admirar. De qualquer modo, há-de a morte subscrever ambas.
Led

Bento XVI e a palestra de Regensburg

(...) Assim para mim faz sentido que quando se ouve uma lição como a que o Papa deu na Universidade de Ratisbona, onde aliás deu aulas de teologia, alguns jornalistas se percam no meio de palavras daquela profundidade, reflexão e eloquência, e que movidos por esta moda mediática de “Infoitainment” (informação que pretende entreter o espectador e o ouvinte), procure apenas extrair o que pode ser fonte de polémica e de espectáculo, de resto muito triste, porque simplista, redutor e vazio, em minha opinião.

Por outro lado, os muçulmanos que reagem de formas igualmente tristes e ridículas, reagem de forma invariavelmente ignorante, no seu obscurantismo ofuscante e aniquilador da razão, criando, em última instância, obstáculos à sua própria fé. Questiono-me observando tudo isto, porque não buscaram os muçulmanos o conhecimento, como incentivou Muhammad aos seus crentes, “nem que fosse até à China”? Será que leram o discurso? Será que o perceberam? Será que pensaram, reflectiram, ou sentiram-se motivados para o diálogo com a outra parte, que de resto, pode ter e terá certo, opiniões diferenciadas mas com que temos de construir algo em conjunto? Que este tipo de reacções emergissem, era de esperar, pois não temos ouvido outra profecia nos últimos tempos que não a da irracionalidade e violência por parte dos mesmos. Por outro lado vigora a tese da violência hegemónica onde o que conta é a notícia do “homem que morde o cão”.
(...)

Acho importantíssimo que os muçulmanos se dediquem a procurar mais conhecimento e desenvolvimento das suas sociedades aprendendo com os modelos de sucesso intelectual, tecnológico e científico. Considero urgente, acima de tudo, que os muçulmanos façam um esforço para questionar muitos dos seus dogmas e aprendam a racionalizar a fé e a estimular as capacidades da razão.
(...)

A Guerra Santa é um, conceito que precede as religiões abrâamicas e que influencia as civilizações bíblicas que as receberam em primeira-mão. Portanto a ideia de associar violência à causa de deus não é exclusiva do islão. O que importa é que, para dar um exemplo da história, e no contexto de sensibilidades que hoje vivemos, em que nos bastam os conflitos que temos, o Papa escolheu falar dos outros e preferiu ignorar os erros da sua própria igreja, que se vão repetindo, de resto até hoje, e em nome da qual se fizeram, e ainda se fazem as guerras mais ignóbeis e injustas."

Faranaz Keshavjee – Membro da Comunidade Ismaelita (Público, 18-09-2006)

Led

quarta-feira, 13 de setembro de 2006

Não vamos irritar os fanáticos

Imprescindível ler um pouco da brilhante ironia séria do FJV nas crendices e conspirações populares da actualidade.
Está mesmo aqui.

Led

terça-feira, 12 de setembro de 2006

Justificar o ódio


Ontem à noite num arrepiante documentário na TV evocativo do 11 de Setembro...Como é que o fanatismo pode assanhar tanto ódio? Ou como é que, para legitimar o ódio, se aviva o fanatismo? É impressionante até onde pode ir o apetite de odiar, a equidistante e exaltada satisfação com o drama do adversário. O ódio que se anseia e ama, assenta a sua retórica na retórica do que se pretende que o justifique. Por isso o extremo da religião é o que de melhor serve o extremo do ódio. Não é assim de estranhar que as religiões venham ao de cima com a sua fácil redenção ou sedução. É à hora da morte e debilidade que há mais conversões. E à falta disso, a política da simplificação fácil serve perfeitamente para deslumbrar de esperteza a malta dormente já com o ódio germinado. Após o 11 de Setembro, as multidões de bestas submissas que rebentaram numa alegria imensa pela rua árabe ou marxista-leninista-estalinista-trotskista-antiamericanista-progressista, conforme o caso...a beber chá verde ou champanhe e um charuto cubano para comemorar. Não é isto tenebroso? O homem não tem limites. Para o bem e para o mal. Assim ele se compara a Deus e com o mais abjecto dos diabos. Arre, que é de mais tanto excesso de boçalidade.
Led

segunda-feira, 11 de setembro de 2006

Pearl Jam : Lisboa (05-09-2006)

Seria preciso um esforço enorme para descrever por inteiro e em absoluto o que se reviveu em mais um concerto dos PJ sem entrar na mecanização fácil de discursos repetidos. A realidade é poderosíssima e acaba por destruir facilmente a construção imaginativa das palavras. Porque só se imagina o que está ausente. Por isso como resumir o concerto de terça passada? Decerto o melhor concerto que presenciei da banda . Sem dúvida!

Poderia talvez começar por dizer que seis anos depois de terem actuado no Restelo e doze após os dois concertos míticos que encheram o Dramático de Cascais, os Pearl Jam regressaram mais uma vez para duas noites com casa cheia desta feita no palco do Atlântico. Depois poderia talvez explicar que em termos de factos numéricos este foi deveras um concerto especial, tocaram-se 31 canções! Tão somente o concerto de maior duração de qualquer tourné que tenha conhecimento ter existido desde o primeiro oficial no Off Ramp em Seattle que data de 1990. Provavelmente o maior concerto em 16 anos de carreira portanto! Foram mais de duas horas de um concerto empolgante, com direito a dois encores extensos, e que sem qualquer dúvida vai perdurar na memória de todos aqueles que tiveram o privilégio de o presenciar.

Terá existido alguém no final com a ousadia de se achar desiludido com o quer que seja? Inaceitável nesse caso. Foi um concerto para todas as categorias que entram na minha classificação pessoal: para as “pragas juvenis” que conhecem somente os hits do costume, para a malta conhecedora adormecida pelos seis anos de hibernação, para os fãs experientes e moderados e mesmo para os fanáticos mais obsessivos "armados" de bloco de notas e mini disc em punho que vão perseguindo a banda pelas várias tournés à volta do mundo, conscientes do que significa a mui falada experiência única nos palcos lusitanos . Porque tocou-se de tudo um pouco. Desde os temas do novo álbum, ao singles mais corriqueiros, às covers das referências habituais ( Ramones e Neil Young) , lados-b, e mesmo algumas raridades - que vão deixando de o ser à custa do descaramento bem intencionado do “Lost Dogs” de 2003 e à repetição exagerada das mesmos em muitos concertos das 2 últimas tournés (dos quais Yellow Ledbetter, I Got ID, Crazy Mary, Hard to Imagine, Breath, Alone ou Footsteps são exemplo) .

Mas os Pearl Jam sabem muito bem o que fazem, e no que toca à simplicidade na proximidade e contacto com os fãs, não há mais ninguém como eles. Eddie Vedder consegue transmitir-nos a ideia de que somos especiais e fundamentais para o espectáculo e é isto que fazem as grandes bandas e os grandes concertos. (Os Radiohead podiam ainda aprender um pouco neste campo....). O concerto estava assim, mais que ganho à partida com a euforia e ansiedade habitual. A entrada em palco de Vedder e companhia com os primeiros acordes de «Severed Hand» e o êxtase geral, iniciando-se mais uma experiência única com a banda que compreendemos e nos conhece tão bem. Sem grandes aparatos cénicos ( além de um competente jogo de luzes e uma bola de espelhos que volta e meia surgia), as canções foram-se sucedendo sem grandes intervalos para recuperar o fôlego. O público correspondeu sempre, mesmo com o calor intenso que se fazia sentir, e lá mais para o meio do espectáculo, é dado um dos momentos altos com «Black», cantado por milhares de pessoas em conjunto.

Seguiu-se o primeiro encore, com a improvisão típica ("Portugal, Portugal"), o tema «Big Wave» dedicado aos amigos e surfistas nacionais Tiago Pires e Buba. Ainda tempo para um visivelmente emocionado Eddie agradecer o cavaquinho oferecido pelo fórum/mailing list de fãs europeus “Bugs”, assegurando que o iria colocar na secretária do seu quarto em Seattle. E «Alive» no fim, aos pulos com a bandeira nacional às costas.

No segundo regresso ao palco, os Pearl Jam terminavam a noite em alta com «Better Man», «Rockin' In The Free World», versão de Neil Young e «Yellow Ledbetter», estes dois últimos já com as luzes do pavilhão ligadas, confirmando a sensação de proximidade e familiaridade única desta noite.

No final Eddie Vedder observava deliciado o Pavilhão Atlântico de uma ponta à outra não conseguindo deixar escapar uma constatação que me parecia óbvia – “You’re really the best!! . Inquieto e resignado com o fim lá disse o adeus final – “See you in a better world! Good night! Goodbye!". Um último olhar embevecido para a multidão submissa suspensa de deslumbramento e um gesto de saudação final. Desfecho apoteótico. E pouco a pouco os 6 anos de intervalo foram-se retirando. Quando saímos, já todos estávamos certos uns com os outros e com a nova lembrança. E os anos, afinal, também. Estavam lá outra vez, mas como se não estivessem.

Temas da Noite: Dissident, I Got ID, Garden, Smile, Why Go

Setlist
01 Severed Hand
02 Corduroy
03 Hail hail
04 Save You
05 World Wide Suicide
06 Dissident
07 Even Flow
08 Army Reserve
09 Whipping
10 State of Love and Trust
11 I Got Id
12 Garden
13 Do the Evolution
14 Sad
15 Daughter (It’s ok)
16 Insignificance
17 Black
18 Rearviewmirror

Encore 1
19 Improv
20 Come Back
21 I Believe In Miracles
22 Big Wave
23 Once
24 Footsteps
25 Alive

Encore 2
26 Wasted Reprise
27 Betterman
28 Smile
29 Why Go
30 Rock ‘In the Free World
31 Yellow Ledbetter

clips youtube: http://pearljamatlantico.blogspot.com/
setlists : http://www.pearljam.com/tour/shows.php
bootlegs oficiais 2005-2006: bootlegs2.pearljam.com
official tour photos : http://pearljam.com/tour/index-photos.php

Led

segunda-feira, 4 de setembro de 2006

All Those Yesterdays


No espaço de 15 dias assisto a concertos seguidos com as 2 bandas mais marcantes da minha existência...Esta em especial, pela ligação de quase 10 anos ao clube de fãs..De qualquer modo, as principais referências que ao longo da parte ciente da vida me agitaram e esgotaram o ser em sensibilidade melódica. Com elas também, a habitual fuga do tempo. Suave melancolia neste ténue espectro do passado turbulento que se vai sempre restabelecendo no futuro aqui ao lado. A eternidade que vive em nós....
"Immortality...I cannot stop the thought..."

Led

sábado, 2 de setembro de 2006

Eddie and Mike doing Dylan’s in 1993

Led

Os heróis do povo são imortais


Li algures sobre a revolução cultural marxista-leninista iniciada por Mao Tse-tung que levou como se sabe, entre muitas outras abominações destrutivas, à execução, tortura e aprisionamento de milhões de pessoas. Mas há um detalhe de uma brutalidade maquiavélica dos cangaceiros no horror das execuções públicas dos milhares de estudantes na praça de Tienanmen de 89, um cúmulo incrível de esmero de barbaridade e é que a própria família do condenado é que tinha de pagar a bala com que ele era executado. Decerto outros horrores foram por aí aparecendo para cobrirem este de esquecimento. Agora celebram-se frequentemente estes mortos como heróis da liberdade para enfeitar os discursos políticos. Mas estes continuarão mortos. E nos homens é um único, irrepetível, infinito, de cada vez. Como forçar agora a imaginação a vergar-se à realidade?
Led

sexta-feira, 1 de setembro de 2006

Yearning for a sleep


Lonely is the room the bed is made
The open window lets the rain in
Burning in the corner is the only one
Who dreams he had you with him
My body turns and yearns for a sleep
That won't ever come
It's never over,
My kingdom for a kiss upon her shoulder
It's never over,
all my riches for her smiles when I slept so soft against her...
It's never over,
All my blood for the sweetness of her laughter...
It's never over,
She's a tear that hangs inside my soul forever...

Buckley

Led