Depois da previsível esfrega ao Scolari, Ricardo e Paulo Ferreira, chegou a vez da discussão utópica e inútil da soirée: Será preferível educarmo-nos primeiro para modificarmos um país em seguida, ou modificarmos um país para que nos eduquemos em consonância depois? A distinta maioria presente (velhos aristocratas republicanos neorealistas e socialistas “do amanhã que não chega”) respondeu que mudava-se primeiro o país, signifique isto o que significar. Depois de uns breves instantes de perscrutação pela plateia, a alma penada escondida no canto da mesa redonda (de seu nome: ele) envolvia-se na contenda com o máximo de eloquência profética que se sabia capaz:
i
“- Bahh! Emigração, pá! Sair deste buraco fétido de uma vez!!”
i
Não acreditava no que defendia mas o facto é que ninguém se insurgia. Silêncio pesado... Seu irmão abanava a cabeça de desprezo reaccionário. Por seu lado, ele espumava de prazer diletante. O seu momento.
i
Entesado de confiança balofa, apreciou o embaraço durante uns segundos. Em seguida levantou-se demoradamente e, com os olhos presos ao tapete persa, abandonou suavemente a sala e o fumo fidalgo dos charutos. Pegou nas chaves do carro.
i
Foi-se embebedar.
i
Ledbetter in : Contos impossíveis - antevisão melodramática de um certo sábado à noite.
i
Led
2 comentários:
sera que foi..?
Não me lembro do resto!;)
Enviar um comentário