sexta-feira, 28 de abril de 2006

Indecente!

Não queria voltar a este tema mas esta notícia que recebi por email deixou-me mesmo incomodado e é talvez um bom exemplo da classe de jornalística deste jornaleco desportivo que já começa a ultrapassar largamente os limites da dignidade humana...fogo..isto é completamente intolerável!!

"Reles, impróprio para consumo, miserável, mesquinho, deplorável. A edição de 25 de Abril do jornal A Bola tentou, pela enésima vez, fazer humor à custa do presidente do F.C. Porto, apostando numa canalhice de mau gosto e avançando num caminho sem retorno. O diário desportivo brincou com a gravíssima doença de uma criança para atingir terceiros. Isso diz tudo acerca da escumalha que valida tais critérios.

A azia está para durar. É sempre assim quando o F.C. Porto é campeão ou vence uma competição europeia. Os sais de frutos desaparecem das prateleiras dos hipermercados, as farmácias vendem como nunca embalagens de medicamentos antiácidos, os jornais de tendência sulista assumem as dores dos perdedores. É uma sina inerente a cada conquista azul e branca, um dano colateral que, sinceramente, não justifica mais que um penitente encolher de ombros. Os pobres de espírito não são merecedores de muito mais.

Os portistas há muito estão identificados com a lógica do jornal A Bola e não estranham a diferença de tratamento entre o F.C. Porto e outros emblemas. Todos sabem que isenção e independência estão longe de ser conceitos que norteiam as chefias da Travessa da Queimada. Basta pegar, por exemplo, na edição desta quarta-feira para perceber a mórbida dor de cotovelo que lhes tolhe a visão.


Este caso, todavia, fixou-se para lá de todos os limites da decência. Estamos a falar da morbidez de uma chalaça que, sinceramente, só nos faz ter pena de quem a concebeu e, ainda mais, de quem a aprovou. Ou será que os responsáveis em questão são tão néscios que apenas se preocupam com as suas páginas do jornal, aquelas onde se curvam perante um clube e tentam esbater os feitos dos outros?

O histerismo e a raiva desta gente indecorosa não afecta minimamente o F.C. Porto. A falta de rigor jornalístico só dá vontade de rir. Muito mais que as piadas forçadas e pouco criativas. O que efectivamente revolta é esta leviandade intolerável. A vitória do F.C. Porto em Penafiel e os festejos do 21º campeonato terão constituído uma rara alegria na vida injustamente fragilizada daquele menino. Que tipo de gente consegue brincar com uma coisa destas?"


Led

Week album ---->Oceansize: Everyone Into Position (2005)


Pitchfork:

“…compiling colossal mobile sonic edifices capable of obliterating all in their way either in an instant or over the course of their opus. “
Led

terça-feira, 25 de abril de 2006

Turnstile Blues no 25 de Abril

Enquanto não chega o novo (as gravações deverão começar no inicio de Maio e o album previsto para o fim do ano) aqui está uma lembrançazinha para aguçar a curiosidade dos interessados:


Para quem não saiba isto é Autolux com a faixa Turnstile Blues do melhor album para mim de 2004-2005 (e secalhar deste ano) designado Future Perfect.

Ps: Demora algum tempo a fazer o "tampão"...(buffer). Assim, aconselho deixarem em play e mute, irem dar uma volta pela blogosfera (para isso têm de abrir outra janela) e voltarem passado 10 minutos para verem o vídeo sem interrupções irritantes.

Led (quem aconselha...enche a galinha o papo!)

Extermínio étnico em Darfur

According to Human Rights Watch:

"The government and its Janjaweed allies have killed thousands of Fur, Masalit, and Zaghawa—often in cold blood—raped women, and destroyed villages, food stocks and other supplies essential to the civilian population. They have driven more than one million civilians, mostly farmers, into camps and settlements in Darfur where they live on the very edge of survival, hostage to Janjaweed abuses. More than 110,000 others have fled to neighboring Chad but the vast majority of war victims remain trapped in Darfur..."

"Despite international calls for investigations into allegations of gross human rights abuses, the government has responded by denying any abuses while attempting to manipulate and stem information leaks... The United States Agency for International Development has warned that unless the Sudanese government breaks with past practice and grants full and immediate humanitarian access, at least 100,000 war-affected civilians could die in Darfur from lack of food and from disease within the next twelve months."


Região de Darfur...poucos sabem o que é ou onde fica. Confesso que também só desde há pouco tempo me encontro um pouco mais informado sobre o conflito que por lá vem decorrendo. Também o que lá se vem sucedendo desde início de 2003 não tem cativado o interesse dos nossos media nem das pessoas em geral. Mas nesta distante área do Sudão ocidental na África do Norte morrem dezenas de pessoas todos os dias. Região esta palco de chacinas e extermínio étnico praticadas por diferentes facções de milícias motivadas por racismo e diferenças religiosas com o apoio de um regime ditatorial no governo desde 1984. Um genocídio que é incontornavelmente patrocinado pela nossa “apatia” ocidental tal como foi o genocídio no Ruanda que resultou na morte de quase 1 milhão de pessoas devido à recusa dos membros do concelho de segurança da UN para aprovarem qualquer acção militar necessária. Talvez a comunidade internacional só desperte quando a hecatombe atinja dimensões massivas e os gritos de morte e a destruição sejam ensurdecedores. Provavelmente daqui a uns tempos lá virá a choraminguice e consternação encenada dos jornalistas fazendo a mesma questão de sempre : “como é que isto foi acontecer?”. Depois virão as reportagens e os documentários fatigantes de sempre intercalados entre as notícias desportivas, os estudantes mimados franceses ou os índices económicos. Mas aí será tarde de mais para milhões de pessoas. Urge portanto advertir sobre o que se está a passar em Darfur, pelo menos isso. Pelo menos depois poderemos dizer que sabíamos o que se estava a passar mas não nos interessou o suficiente e por isso remetemos para o esquecimento. O genocídio é uma palavra oca, de jornal ou livro, quase cinematográfica, cada vez com menor ligação com a nossa existência diária. A tragédia também de um mundo ocidental anestesiado (cada vez mais) pela televisão com o consequente “virtualismo” do sofrimento e da dor. Eu também acabo inadvertidamente por cumprir o meu papel “politicamente correcto” de mostrar que me preocupo com o mundo e que sou uma “alma sensível”. Mas queria usar Darfur como apenas um exemplo do quanto as desgraças são cada vez mais números desanimados e do quanto nos acomodámos aos novos parâmetros das frequentes adversidades mundiais pela mão selectiva dos nossos media. Para os interessados em números aqui ficam então as pobres estimativas:
- 300 mil vítimas mortais

- 2 milhões de refugiados/deslocados

Link

Led

domingo, 23 de abril de 2006

Anywhere


A identidade comprometida nos vícios

Led

Porto, Porto, Porto!!!

"Tenho estado a seguir o esforço na SporTV para apresentar o FCP como campeão. O que se sabe é da incapacidade de apresentar algo decente para consagrar um campeão que não seja lisboeta.A tendência é a apresentação fria, desapaixonada e tendenciosa. Até seria bom jornalismo, se não pecasse por defeito. "
"Começou há pouco aquele que pode ser o jogo do título da 1ª Liga de futebol. Uma vez mais, confirmando a sua posição dominante desde que existe Democracia, o Futebol Clube do Porto está prestes a ser campeão nacional.Com a capacidade de me espantar com muito daquilo que já sei de antemão que irá acontecer, tenho visto e lido o que tem aparecido nos media acerca deste título - quase nada.

Este título foi disputado até à jornada anterior e o interesse da comunicação social manteve-se até aí - mas mal se tornou claro que o Futebol Clube do Porto iria vencer, o caso foi dado como uma não-notícia, algo que não valia falar nem realçar. Contrastando, obscenamente, com a euforia, provinciana e encarnada, de há 1 ano em que a coisa foi tratada como se o destino do país estivesse em causa (todos fingindo ignorar que esse título tinha sido ofertado injustamente à equipa mais fraca que a minha memória futebolística consegue recordar como campeã).
Agora passa-se precisamente o contrário - não se fala, pouco se diz e tudo acontece como se ordem natural das coisas se processasse tranquilamente. Melhor assim. Embora as razões profundas que levam essa gente a tentar ignorar o que é óbvio sejam muito diferentes e estejam na raíz do país pequenino que somos e seremos: parciais, mesquinhos e sem preocupações especiais em denotar um pingo de vergonha na cara.Uma vez mais, melhor assim para a excepção azul e branca na monotonia da mediocridade portuguesa..."

In Blasfémias
Led

Catarse

Não há o como nem o porquê. Por vezes é uma certa melodia tocada num efémero momento que nos toca o âmago como se toda a nossa vida ali resumida e entendida. A demanda deixa então de ter sentido para dar lugar ao sentir do pulsar do momento. O vento gélido na face húmida deslumbrada, a canção espraiada no ar, um sorriso algures, a alma da noite pairando pelo firmamento... a acepção mais nítida de existência, o viver. É o desejo de humildade e de desabafo partilhado. Não é felicidade, não é alegria, não é fé, é humanismo no seu esplendor. É um apelo vindo do fundo do espaço e do tempo, um chamamento místico ao nosso mundo invisível, ao instinto da fraternidade de seres mortais para com a aflição de um destino inabalável e sofrido. Irmãos unidos numa tragédia comum . É um certo instante de silêncio, um “hallelujah” de ocasião, ou um timbre alegórico e profundo dos confins do tempo e da memória. Fulmina-nos o coração como um afecto cândido. No alvoroço confuso do quotidiano ocultas a verdade do “eu” num deserto longínquo, derradeiro do inacessível, fronteira do inimaginável. Percebo então porque choras por vezes sem saberes porquê, meu amigo. Percebo o teu desespero ansioso resignado. Talvez te constates do incrível de um instante cintilante na solidão de um universo frívolo e obscuro, segundos divinos extensos o bastante para conseguires recapitular e aceitar. A vida. Tão diferente e tão igual. Pureza invencível, mais forte que o medo, o suplício, e a inexorabilidade da morte e qualquer esconjuro maligno. No abandono absoluto consegues recordar e compreender. Uma presença viva, vivíssima, como a ferida de um ferro em brasa. Para lá do sangue e dos nervos e da carne cansada e doída, a súbita presença do intimidante espectro do teu "eu" próprio perante ti e o mundo. Não há o como nem o porquê. Uma sinfonia dispersa no ar, que te envolve e sobe alto, como um fumo, até à abóbada dos astros e aí se dissipa finalmente....num momento...
Led (ébrio)

sábado, 22 de abril de 2006

Numa tarde de sábado


I lose some sales
and my boss won't be happy
but I can't stop listening to the sound
of two soft voices blended in perfection
from the reels of this record that I found

every day there's a boy in the mirror
asking me what are you doing here
finding moment previous motives
growing increasingly unclear

I travelled far and I burned all the bridges
I believed as soon as I hit land
all the other options held before me
Will wither in the light of my plan

so I lose some sales
and my boss won't be happy
but there's only one thing on my mind
searching boxes underneath the counter
on a chance that on a tape I'd find

a song for
someone who needs somewhere
to long for

homesick
cause I no longer know
where home is

Homesick - Kings of Convenience

Led

Silent Hill


Não é uma obra-prima, não é uma novidade no género, não vai ser de certeza nomeado para os Óscares ou para o Festival de Cannes, é adaptado de um famoso franchising/jogo de consola (de Playstation) na classe de "horror/sobrevivência", é fantasia, é "amaricano" , tem algum gore e muitas criaturas , os diálogos não são complexos nem originais, nem o enredo é baseado numa histórica verídica e não é suposto tirar uma lição deontológica no final.
É horror/suspense psicológico e atmosférico no melhor que o entretenimento tem para oferecer!
Que venham então os pseudo-analistas de cinema "profissionais" com os arremessos arrogantes do costume sobre os filmes de terror!
I loved it, so sue me!
Ps1: Não vão ver! Se ainda assim teimarem em fazer o vosso próprio juízo de opinião e decidirem ver o filme, façam-no no cinema e não por divx para não perderem 50% da emoção!
Ps2:Low your expectations, and simply take pleasure from it!
Ps3: A banda sonora também é brilhante.

Led

quarta-feira, 19 de abril de 2006

Everybody's Free

"Ladies and Gentlemen of the class of ’99... wear sunscreen.

If I could offer you only one tip for the future, sunscreen would be it.

The long term benefits of sunscreen have been proved by scientists whereas the rest of my advice has no basis more reliable than my own meandering experience.

I will dispense this advice now.
ENJOY the power and beauty of your youth. Never mind. You will not understand the power and beauty of your youth until they have faded. But trust me, in 20 years you’ll look back at photos of yourself and recall in a way you can’t grasp now how much possibility lay before you and how fabulous you really looked.

You are NOT as fat as you imagine.

Don’t worry about the future; or worry, but know that worrying is as effective as trying to solve an algebra equation by chewing bubblegum. The real troubles in your life are apt to be things that never crossed your worried mind; the kind that blindside you at 4pm on some idle Tuesday.

Do one thing every day that scares you.

SING.

Don’t be reckless with other people’s hearts, don’t put up with people who are reckless with yours.
FLOSS.

Don’t waste your time on jealousy; sometimes you’re ahead, sometimes you’re behind. The race is long, and in the end, it’s only with yourself.
REMEMBER compliments you receive, forget the insults; if you succeed in doing this, tell me how.

Keep your old love letters, throw away your old bank statements.
STRETCH.

Don’t feel guilty if you don’t know what you want to do with your life. The most interesting people I know didn’t know at 22 what they wanted to do with their lives, some of the most interesting 40 year olds I know still don’t.

Get plenty of calcium.

Be kind to your knees, you’ll miss them when they’re gone.

Maybe you’ll marry, maybe you won’t, maybe you’ll have children, maybe you won’t, maybe you’ll divorce at 40, maybe you’ll dance the funky chicken on your 75th wedding anniversary. Whatever you do, don’t congratulate yourself too much or berate yourself, either. Your choices are half chance, so are everybody else’s. Enjoy your body, use it every way you can. Don’t be afraid of it, or what other people think of it, it’s the greatest instrument you’ll ever own.

DANCE.

Even if you have nowhere to do it but in your own living room.
Read the directions, even if you don’t follow them.
Do NOT read beauty magazines, they will only make you feel ugly.
Get to know your parents, you never know when they’ll be gone for good.
BE NICE to your siblings; they are your best link to your past and the people most likely to stick with you in the future.
Understand that friends come and go, but for the precious few you should hold on. Work hard to bridge the gaps in geography in lifestyle because the older you get, the more you need the people you knew when you were young.

Live in New York City once, but leave before it makes you hard; live in Northern California once, but leave before it makes you soft.

TRAVEL.
Accept certain inalienable truths, prices will rise, politicians will philander, you too will get old, and when you do you’ll fantasize that when you were young prices were reasonable, politicians were noble and children respected their elders.

RESPECT your elders.

Don’t expect anyone else to support you. Maybe you have a trust fund, maybe you'll have a wealthy spouse; but you never know when either one might run out.

Don’t mess too much with your hair, or by the time you're 40, it will look 85.

Be careful whose advice you buy, but, be patient with those who supply it. Advice is a form of nostalgia, dispensing it is a way of fishing the past from the disposal, wiping it off, painting over the ugly parts and recycling it for more than it’s worth.

But trust me on the sunscreen."

Baz Luhrmann - Everybody's Free (to wear sunscreen)

Version 1 (original/ deluxe)
Version 2


Led (recalling essential music videos)

Convalescente do momento


“É antes do ópio que a minh'alma é doente.
Sentir a vida convalesce e estiola
E eu vou buscar ao ópio que consola
Um Oriente ao oriente do Oriente.
...
Ao toque adormecido da morfina
Perco-me em transparências latejantes
E numa noite cheia de brilhantes,
Ergue-se a lua como a minha Sina.
...
Por isso eu tomo ópio. É um remédio
Sou um convalescente do Momento.
Moro no rés-do-chão do pensamento
E ver passar a Vida faz-me tédio.

Não posso estar em parte alguma.
A minha Pátria é onde não estou.
...”


Álvaro de Campos – "Opiário" (excerto)

Led

Indústria do Sexo na Alemanha

Clicar imagem!
A falta de bom-senso na legislação dá nisto!

Led

Charles and Camilla


Led

Aliança democrática


"O que juntou a esquerda em Itália não foi a esquerda. Foi uma coisa um pouco mais importante: a democracia.", Daniel Oliveira in Expresso

Led

terça-feira, 18 de abril de 2006

O que a democracia permite...


”Paulo Portas, ex-director do Independente, deputado do CDS e director espiritual da «banda» parlamentar do seu partido, produziu esta tarde, a propósito da comemoração da Constituição da República, a seguinte afirmação: «A Constituição de 1976 é um erro histórico: atrasou economicamente o país, equivocou-o socialmente e excluiu-o da realidade contemporânea».
Não se pode exigir a Paulo Portas o discernimento que lhe faltou no entusiasmo com que apoiou a invasão do Iraque; a sensatez que não teve ao atribuir à senhora de Fátima a decisão de afastar de Portugal a maré negra do naufrágio do Préstige; o sentido de Estado que teria evitado encomendar dois submarinos (um para subir, outro para descer) quando as condições financeiras do País se tinham deteriorado e a própria Nato os considerou dispensáveis; a lucidez de não confundir a condição de ministro da Defesa com a de parente da Irmã Lúcia a cuja missa de familiares assistiu.
Paulo Portas não é um epifenómeno da nostalgia salazarista, é um demagogo inteligente, um reaccionário perigoso e um poço de ambição política.
As razões antigas do nosso atraso estão bem diagnosticadas nas «Causas da Decadência dos Povos Peninsulares», de Antero de Quental, e as recentes, numa ditadura de meio século, na guerra colonial, no ensino reduzido para 3 anos de escolaridade para as meninas e 4 para os meninos, no analfabetismo, na mortalidade infantil e na emigração que o Salazarismo provocou.
Para Portas, talvez a Constituição autoritária de 1933 tivesse colocado Portugal na vanguarda dos mais civilizados países da Europa, mas foi o contrário que sempre aconteceu. Portas não tem o carisma de Le Pen, nem a fortuna de Berlusconi. Portas nasceu numa época diferente de Hitler, Mussolini, Salazar, Franco e Pétain. Portas só pode resignar-se a ser o mordomo empertigado de um qualquer líder do PSD.
É este o drama de quem tem um passado suspeito, um presente penoso e um futuro pouco promissor.
Portas é um erro histórico, um erro de casting num país europeu e democrático.”

domingo, 16 de abril de 2006

Nada Surf

Led

Doomsday rabbit


Que melhor analogia ao coelho da Páscoa num planeta como este senão Frank, o gigante coelho demoníaco que vem preconizar o fim do universo (em 28 dias, 6 horas, 42 minutos e 12 segundos) ao perturbado e sonâmbulo Donald ‘Donnie’ Darko?



Boa Páscoa! ( se ainda tiverem coragem)

Led

sábado, 15 de abril de 2006

the stars are gone


I'm so hard for a rich girl
My heels are high, my eyes cast low
and I don't know how to love
I get too tired after mid-day, lately
I take it out on my good friends,
but the worst stays in or where would I begin?

My office glows all night long
It's a nuclear show and the stars are gone
Elevator, elevator, take me home

I'm so hard for the rich girl,
Her heels so high and my hopes so low,
'Cause I don't know how to love.
I'll take her home after midnight
and if she likes, I'll tell her lies
of how we'll be in love by the morning.
I don't think she'll know that I'm saying goodbye...

My office glows all night long
It's a nuclear show and the stars are gone
Elevator, elevator, take me home

Don't go
Say you'll stay
Spend a lazy Sunday in my arms,
I won't take anything away
Don't go.
Say you'll stay
Spend a lazy Sunday in my arms,
don't take anything away...

Stars – Elevator Love Letter

Led (bom dia!)

sexta-feira, 14 de abril de 2006

Baghdad Burning

“The last few days have been unsettlingly violent in spite of the curfew. We’ve been at home simply waiting it out and hoping for the best. The phone wasn’t working and the electrical situation hasn’t improved. We are at a point, however, where things like electricity, telephones and fuel seem like minor worries. Even complaining about them is a luxury Iraqis can’t afford these days.
The sounds of shooting and explosions usually begin at dawn, at least that’s when I first sense them, and they don’t really subside until well into the night. There was a small gunfight on the main road near our area the day before yesterday, but with the exception of the local mosque being fired upon, and a corpse found at dawn three streets down, things have been relatively quiet.”

O dia-a-dia em Bagdade nas palavras de uma espantosa jovem Iraquiana de 25 anos de pseudónimo Riverbend. O desabafo humano e humilde de uma mulher em face da guerra e ocupação.

Riverbend traz-nos histórias da sua vida numa cidade ocupada – de vizinhos cujas casas foram invadidas pelas tropas norte-americanas, de familiares que desapareceram para sempre em prisões de alta segurança, de crianças raptadas por milícias que vivem de resgates, dos trabalhos demorados e indefinidos do Concelho de Governação Iraquiano, da tortura em Abu Gharib, até à cobertura pelos media norte-americanos e Al-Jazeera., dos discursos do estado da união do presidente Bush..,etc. No único blog iraquiano escrito de uma perspectiva feminina, é descrito o desaparecimento brutal de uma cidade outrora-secular para dar origem aos escombros de uma cidade onde as mulheres temem agora sair à rua sem cobertura na cabeça e uma companhia masculina. Mais uma vez, ela foca essencialmente o destino das mulheres, cujos direitos e liberdades foram deduzidos substancialmente como resultado dos crescentes fundamentalismos vigentes num cenário caótico de pós-guerra.

O blog foi premiado pelos weblogs awards de 2006 como o melhor blog de Àfrica e Médio-Oriente e um livro foi já publicado e nomeado para os prestigiados “BBC Four’s Samuel Johnson Prizes” para a categoria de não-ficção.Com milhares de leitores fiéis em todo o mundo, o blog de Riverbend é reconhecido mundialmente como uma fonte de informação crucial não disponível pelos media convencionais.

Está à distância de um simples clique, porque não dar uma olhadela? Tenho a certeza que no final vamos pensar duas vezes antes usarmos a expressão “tive um mau dia” .

Led

terça-feira, 11 de abril de 2006

Hell on Earth: Barroselas

Meus caros adeptos do metal duro e cru:
Já falta pouco e a lista de bandas do inferno já foi publicada! Para quem curte o “verdadeiro” metal e não se importa de dilapidar cemitérios depois de jantar (febras das trevas com arroz do abismo e saladinha das catacumbas) e se encontra no paraíso dos góticos que é Portugal, eis uma oportunidade a não perder!

Carreguem na imagem e entrem no site dos aprendizes de Samael/Lucifer, o renegado!

Ps: And much mooore!!!!!! Ohh, Yeahhh!

Led

domingo, 9 de abril de 2006

Satisfação


Nem me vou pronunciar extensivamente sobre o clássico de ontem, apenas quero confessar a minha satisfação por o meu clube ter ganho pela primeira vez este ano um clássico (dentro do tempo regular) com clara justiça e logo contra a equipa difícil, coesa e bem organizada do Sporting desta 2a volta do campeonato. E logo com o mal-amado e surpreendente Jorginho como o marcador de serviço azul e branco.... Estas vitórias vivem-se ainda mais intensamente quando se está longe do país e eu não podia deixar passar isto em claro. A dobradinha está agora mais perto...yeah!!


Ouvi dizer que entre as músicas deferidas na instalação sonora do estádio de Alvalade ouviu-se a célebre "Barcelona" de Freddy Mercury e Monserrat Caballet, interpretada por altura dos Jogos'1992. Ouvi alguns comentários de benfiquistas indignados com a falta de nível dos responsáveis do Sporting e com uma certa razão...mas será que se lembram do que a sua claque desejou ao Porto na final da Liga dos Campeões 2004 contra o Mónaco e do "Cheira bem, cheira a Lisboa" que ecoa em qualquer clássico na capital e é acompanhado nas bancadas quando o FCP é o visitante?Enfim...eu acho que se não houvessem destas picardias típicas do mundo futebolístico os clássicos deixariam de ter a emoção e a controvérsia que é inerente a um espectáculo deste teor.

Triste, triste é ter constatado que existiam bilhetes a 200 euros....devia ser ilegal!

Led

Take that Georgie


Muitos de vós já o devem conhecer! Aparentemente este é o screensaver mais famoso nos U.S. Se ficar preso empurrem-no com o cursor. Podem também agarrá-lo e atirá-lo de um lado para o outro. É irritante até dizer chega!...Chega!
Divirtam-se.


Led

Le Infant Terrible

Eu sei que este é um personagem carismático e controverso reunindo muitos ódios e amores do tipo Mourinho. Apelidam-no de burguês inútil, arrogante, convencido, diletante e faccioso e eu concordo um pouco com cada uma dessas designações . Ainda assim revejo-me na lógica , coerência e incisão das suas palavras; nas suas referências (políticas, clubistas e não-religiosas) e modo de estar na vida (num outro nível, claro). Gosto dos seus livros e invejo mas com satisfação os relatos das longas viagens que faz regularmente. As suas crónicas no Expresso e na Bola são sempre uma delícia aos meus olhos.
(Deixarei os comentários do jornal “A Bola” para uma outra altura quando as circunstâncias me permitirem fazê-lo com menos coacção pois vivemos tempos conturbados e de grande mas compreensível susceptibilidade...:)).
Neste texto publicado nos finais deste Fevereiro no jornal "Espesso"(:)) ele faz um pouco do seu auto-retrato do qual eu decidi partilhar um excerto:

“JÁ FALTOU mais para que um dia destes tenha de passar à clandestinidade ou, no mínimo, tenha de me enfiar em casa a viver os meus vícios secretos. Tenho um catálogo deles e todos me parecem ameaçados: sou heterossexual «full time»; fumo, incluindo charutos; bebo; como coisas como pezinhos de coentrada, joaquinzinhos fritos e tordos em vinha d'alhos; vibro com o futebol; jogo cartas, quando arranjo três parceiros para o «bridge» ou quando, de dois em dois anos, passo à porta de um casino e me apetece jogar «black-jack»; não troco por quase nada uma caçada às perdizes entre amigos; acho a tourada um espectáculo deslumbrante, embora não perceba nada do assunto; gosto de ir à pesca «ao corrido» e daquela luta de morte com o peixe, em que ele não quer vir para bordo e eu não quero que ele se solte do anzol;

acredito que as pessoas valem pelo seu mérito próprio e que quem tem valor acaba fatalmente por se impor, e por isso sou contra as quotas; deixei de acreditar que o Estado deva gastar os recursos dos contribuintes a tentar «reintegrar» as «minorias» instaladas na assistência pública, como os ciganos, os drogados, os artistas de várias especialidades ou os desempregados profissionais;

sou agnóstico (ou ateu, conforme preferirem) e cada vez mais militantemente, à medida que vou constatando a actualidade crescente da velha sentença de Marx de que «a religião é o ópio dos povos»; formado em direito, tornei-me descrente da lei e da justiça, das suas minudências e espertezas e da sua falta de objectividade social, e hoje acredito apenas em três fontes legítimas de lei: a natureza, a liberdade e o bom senso.

Trogloditas como eu vivem cada vez mais a coberto da sua trincheira, numa batalha de retaguarda contra um exército heterogéneo de moralistas diversos: os profetas do politicamente correcto, os fanáticos religiosos de todos os credos e confissões, os fascistas da saúde, os vigilantes dos bons costumes ou os arautos das ditaduras «alternativas» ou fracturantes».

Se eu digo que nada tenho contra os casamentos homossexuais, mas que, quanto à adopção, sou contra porque ninguém tem o direito de presumir a vontade «alternativa» de uma criança, chamam-me homofóbico (e o Parlamento Europeu acaba de votar uma resolução contra esse flagelo, que, como está à vista, varre a Europa inteira);

se a uma senhora que anteontem se indignava no «Público» porque detectou um sorriso condescendente do dr. Souto Moura perante a intervenção de uma deputada, na inquirição sobre escutas na Assembleia da República, eu disser que também escutei a intervenção da deputada com um sorriso condescendente, não por ela ser mulher mas por ser notoriamente incompetente para a função, ela responder-me-ia de certeza que eu sou «machista» e jamais aceitaria que lhe invertesse a tese: que o problema não é aquela deputada ser mulher, o problema é aquela mulher ser deputada;

(...)

Vou confessar tudo, vou abrir o peito às balas: estou a ficar farto desta gente, deste cerco de vigilantes da opinião e da moral, deste exército de eunucos intelectuais. (...)

Eis aonde se chega na estrada do politicamente correcto: a intolerância religiosa não é de quem quer proibir os «cartoons», mas de quem os publica!
A Dinamarca não tem petróleo, mas é um dos países mais civilizados do mundo: tem um verdadeiro Estado Social, uma sociedade aberta que pratica a igualdade de direitos a todos os níveis, respeita todas as crenças, protege todas as minorias, defende o cidadão contra os abusos do Estado e a liberdade contra os poderosos, socorre os doentes e os velhos, ajuda os desfavorecidos, acolhe os exilados, repudia as mordomias do poder, cobra impostos a todos os ricos, sem excepção, e distribui pelos pobres. A Arábia Saudita tem petróleo e pouco mais: é um país onde as mulheres estão excluídas dos direitos, onde a lei e o Estado se confundem com a religião, onde uma oligarquia corrupta e ostentatória divide entre si o grosso das receitas do petróleo, onde uma polícia de costumes varre as ruas em busca de sinais de «imoralidade» privada, onde os condenados são enforcados em praça pública, os ladrões decepados e as «adúlteras» apedrejadas em nome de um código moral escrito há quase seiscentos anos. E a Dinamarca tem de pedir desculpas à Arábia Saudita por ser como é e por acreditar nos valores em que acredita?

É por isso que eu, que todavia sou um apaixonado pelo mundo árabe e islâmico, quanto toca ao essencial, sou europeu - graças a Deus. Pelo menos, enquanto nos deixarem ser e tivermos orgulho e vontade em continuar a ser a sociedade da liberdade e da tolerância.

Miguel Sousa Tavares (“Expresso”- O Cerco)

Led (impecável)

sábado, 8 de abril de 2006

Apache

O seu nome é Tommy Seebach e este é um tributo em vídeo ao cantor dinamarquês mais cool de todos os tempos a quem já chamam rei do universo. Ah, a canção chama-se “Apache”.
Carreguem na imagem seguinte e deliciem-se!

Se gostaram desse video ora tentem então (se tiverem coragem) a rocalhada potente dos finlandeses Dschingis Khan com o tema “Moskau” ( ...Moscovo:) .

Aqui está o verdadeiro rock!

Led (esqueçam os Abba)

quinta-feira, 6 de abril de 2006

Guitar Magic


Routine was the theme.
He'd wake up wash and pour himself into uniform.
Something he hadn't imagined being.
As the merging traffic passed he found himself staring down at his own hands.
Not remembering the change.
Not recalling the plan.
Was it?
He was okay but wondering about wandering.
Was it age by consequence or was he moved by sleight of hand?
Mondays were made to fall.
Lost on a road he knew by heart.
It was like a book he read in his sleep.
Endlessly.
Sometimes he hid in the radio watching other pull into their homes.
While he was drifting.
On a line of his own.
Off the line of the side.
Bye the by.
As dirt turned to sand.
As if moved by sleight of hand.
When he reached the shore of his clip on world he resurfaced to the norm.
Organized his few things.
His coat and keys.
And he knew realizations would have to wait.
Till he had more time.
More time.
A time to dream to himself.
He waves goodbye to his self.
I'll see you on the other side.
Another man moved by sleight of hand.

PJ 2000

Led

A Moment of Stillness – The Village, Dublin (05/04/2006)


As duas bandas do concerto sonoro (e também muito visual) de ontem à noite aqui no Village:
-
Dry County (Electronic Pop/Post-Rock)
- God is an Astronaut (Ambient Post Rock)

Explosivo, surpreendente, deslumbrante....

O trabalho electrónico da primeira banda (Dry County) é constituído por uma base de batidas digitais combinadas com arranjos suaves de guitarra, baixo, keyboard e voz. Apenas ocasionalmente em alguns temas a bateria é adicionada a esta amálgama de sons. As influências variam de New Order a Björk passando por The Postal Service e Animal Collective. Eu gostei bastante desta banda e sendo assim no final do concerto decidi comprar o album EP de 2004 - “Nothing Stays in Place” - o qual aconselho vivamente.

A segunda e última banda (e a que me levava ao local do concerto) trazia até nós pedaços do seu último EP “ A Moment of Stillness” misturados com outros fragmentos sonoros dos seus álbuns anteriores ("The End of The Beginning” e “All is Violent, All Is Bright") e ainda com experiências do futuro 3º album que se encontra em fase de gravação. Confesso que foi realmente emocionante ter conhecido cada um dos membros no final do concerto, os quais teceram largos elogios aos Linda Martini. Esta última, para quem ainda não conheça, a banda nacional sensação com a qual fizeram uma pequena digressão por entre Portugal, Irlanda e Reino Unido. O concerto de GIAA demorou cerca de 1:45 min e foi arrebatador essencialmente pela qualidade da música e pela incrível sincronização com as imagens e vídeos que iam passando num ecrã gigante no fundo. Imagens de destruição, violência, pobreza, solidão, guerras em oposição a películas paisagísticas encantadoras....enfim, um pouco do nosso mundo.
Aconselho o download de algumas canções nos websites “myspace music” correspondentes:
-
God is an Astronaut
-
Dry County
Abraço.
Led