sábado, 31 de dezembro de 2005

Float On - Modest Mouse


Uma canção (“Float On”) retirada do meu album da semana – Good News For People Who Love Bad News (2004) dos Modest Mouse.

Enjoy!




PS: Bom Ano Para Todos com os desejos clichés do costume!

Led

quinta-feira, 29 de dezembro de 2005

Muse at Spring 2006


"In an MTV interview, Matthew Bellamy said that he wants the next Muse album to be more "upbeat". While Absolution and Origin of Symmetry were characterized by lyrics with a dramatic melancholy and apocalyptic feel, on the next album Bellamy is looking to "draw on things like optimism and hope". The intention is to expose this side of the band's music, and the strength which carried the bandmembers through the difficult times following the death of Dominic Howard's father. Matt said to MTV, "[Depression] is the beginner's emotion. I find it more of a challenge to explore different sides of your personality apart from just the downside." He is also trying to channel his emotion into writing new songs with a positive vibe, looking to "draw on things like optimism and hope." However, this may or may not happen as Matt explains. "It's much easier to write dark songs than uplifting ones, or it is for me. I've always had periods of my life where I've felt optimistic, but I haven't been able to express that in music without sounding cheesy.

A DVD biography called Manic Depression was released in April 2005, but the band wasn't involved with the project and did not endorse the release. Another DVD was released on December 12, 2005 'Absolution Tour', containing re-edited and re-mastered highlights from the Glastonbury Festival 2004, and previously unseen footage from London Earls Court, Wembley Arena and the Wiltern Theater in Los Angeles.

As of January 2006, the band are recording with Rich Costey at a studio in New York. According to managers of "Studio Miraval" - South of France, the band recorded there from August to October. They left 20 October and continued their sessions in New York.

Muse, by various accounts, have about 25 songs for potential inclusion - a probable number as the band are writing new tunes in the studio during recording sessions. Some of these will probably be scrapped, while between eleven and thirteen songs will appear on the album, and forthcoming singles will feature more original B-sides than the Absolution singles. Crazybobbles have created a summary of all the possibilities and uncertainties surrounding the forthcoming Muse Album album.

Muse revealed 2006 in a Christmas message to fans: "The album and tour are expected in spring 2006." The follow-up to 'Absolution' will be followed by a tour, the group also revealed. "Thanks for the amazing support over the last year," they said on their official website. "We are really looking forward to the next one, with a new album and touring expected in spring. Have a great time wherever you are." The band have informed their record company that they would like to release the new album in May 2006; it appeared as a pre-order item on HMV's online store due for release next May."

This is what the vision of the album could be based on the evidence:
NAME: Cryptology
PRODUCER: Rich Costey
CURRENT TRACKS: DES, A Crying Shame, Pee Candle (no arguments please), New Song IV, Dracula Mountain (the Lightning Bolt cover), Debase Mason's Song

Sources: NME, Q magazine, Muse Rock, Micro Cuts

Led (can’t wait)

quarta-feira, 28 de dezembro de 2005

Adeus,não afastes os teus olhos dos meus


Quando dormes
E te esqueces
O que vês
Tu quem és?
Quando eu voltar
O que vais dizer?
Vou sentar no meu lugar

Adeus
Não afastes os teus olhos dos meus
Isolar para sempre este tempo
É tudo o que tenho para dar

Quando acordas
Por quem chamas tu?
Vou esperar
Eu vou ficar
Nos teus braços
Eu vou conseguir fixar
O teu ar
A tua surpresa

Adeus
Não afastes os teus olhos dos meus
Eu vou agarrar este tempo
E nunca mais largar

Adeus
Não afastes os teus braços dos meus
Vou ficar para sempre neste tempo
Eu vou, vou conseguir pará-lo
Vou conseguir pará-lo

Vou conseguir...

Adeus
Não afastes os teus olhos dos meus
Vou ficar para sempre neste tempo
Eu vou conseguir pará-lo
Eu vou conseguir guardá-lo
Eu vou conseguir ficar



David Fonseca
Led

domingo, 25 de dezembro de 2005

Tortura com Rap


“Um grupo americano defensor dos Direitos Humanos alega que os Estados Unidos torturaram prisioneiros numa prisão secreta no Afeganistão através de canções de Eminem, como o instrumento primário de tortura.

O Observatório dos Direitos Humanos em Nova Iorque alega também que os Estados Unidos mantinham nessa prisão secreta nos arredores de Kabul, uma série de prisioneiros acorrentados em quartos escuros onde eram forçados a ouvir Eminem e Dr. Dre horas a fio.

O grupo reclama que não é permitido nenhum contacto exterior com os prisioneiros do campo, leia-se "Campo Escuro", a não ser o recebimento de facturas, através da técnica de tortura assinada por Marshall Mathers, que nada mais era que a entrega das contas deixadas pelos advogados dos prisioneiros residentes e que deveriam ser pagas.

Bem a propósito nesta época natalícia. Que Deus salve este mundo, caso a CIA descubra raridades como Emanuel, Saul, Marco Paulo, DZR'T, Roberto Leal, Kátia Guerreiro com o Hino do Cavaco, Shakira e Alejandro Sanz, entre outros.”
Tirado de Kraak FM <'+++<
Led

sábado, 24 de dezembro de 2005

Queda

Uma súbita cólera, uma amargura. Estonteado, incerto , esvaído, eu. Que é que isto quer dizer? Uma profunda humilhação como um vómito leproso sobre mim. No oco do meu ser, sinto-a, uma queda abandonada no vazio. Tudo o que se me comprimira em angústia na garganta, subitamente consumido até às raízes da vida, súbita desopressão em refluxo até à aniquilação total. Flácido, entornado sobre mim. Como um saco em pontapés – quem sou? Quem és? Perdida a identificação à minha face. Então ouso olhar-te – uma crueldade calma do lado de lá; tão alta que do lado de cá, de pólo a pólo, na vastidão do que para mim conquistei, incerto no abandono universal, como criança perdida na praia, o meu choro de piedade, para depois do orgulho e da amargura e da humilhação. Solene. Linda pura branca. Os cabelos louros apanhados ao alto, a nuca suave. Um dedo na tua face. Um beijo aéreo no teu rosto. Olho-te e todo o meu corpo treme de arrebatamento desfeito. Choro terno, estremece-me no meu olhar gélido de paralisia. Sonho devoto de afeição reduzido a partícula corpúsculo ridículo ficção e toda a minha unidade arrasada em estilhas. “Esvair-me em fumaça. Enfiar-me no carro e guiar até ao limite do firmamento, até ao limite do meu enxovalho!”. Devagar levanto-me e saio. Ela despede-se com um sorriso. Calmo frio amável afiado dissimulado infantil egoísta. Puta de merda. E todavia não sei ainda odiar-te. Como gostava...Nem talvez o teu companheiro invejar. Talvez um qualquer tipo de amor ainda, virado do avesso. E uma estranha admiração pelo tipo que avançou por ti dentro, entre as tua pernas abandonadas...Quando regresso a casa, vento e chuva nas vidraças. Ouço a pergunta na música do disco – “what have u been doing all this time?”
Regressa à tua origem.
Está uma linda noite de inverno constelado.
Led

sexta-feira, 23 de dezembro de 2005

…and the winners are…

Os meus 10 discos de 2005:

Não foram obrigatoriamente os discos que mais ouvi este ano mas foram provavelmente os 10 melhores para mim saídos em 2005 (data de edição europeia). A lista é de apenas dez títulos, mas a ela podemos acrescentar discos como “Iron & Wine Live Bonnaroo”dos Iron & Wine , “X&Y” dos Coldplay, “In Your Honor” dos Foo Fighters, “Waiting for The Sirens Call” dos New Order ,“Guero” de Beck ou “Their Law: The Singles 1990-2005” dos The Prodigy. Tenho a certeza que daqui a minutos vou-me lembrar de muitos outros nomes que poderiam fazer parte desta lista rígida e exígua. De qualquer modo aqui fica o inventário:


1. Autolux – “Future Perfect
2. Doves – “Some Cities
3. Mogwai – “Government Commissions: BBC Sessions 1996-2003
4. Team Sleep – “Team Sleep
5. Jaga Jazzist – “What We Must
6. Deftones – “B-sides & Rarities
7. NIN – “With Teeth
8. The Mars Volta – “Frances The Mute
9. The Arcade Fire – “Funeral
10. Stereophonics – “Language. Sex. Violence. Other?


Nacionais:

1. David Fonseca – “Our Hearts Will Beat As One”
2. Mesa – “Vitamina”
3. Blind Zero – “The Night Before and a New Day”



Bom Natal!


Led

domingo, 18 de dezembro de 2005

Recusar a Imortalidade


Recusada a imortalidade, insatisfeito com a ciência, que resta ao homem?
Responde Camus: “Sim, o homem é o seu próprio fim. E é o seu único fim; se quer ser qualquer coisa, tem de ser nesta vida”
O homem está sozinho. Só se tem a si próprio. Está condenado a ser livre, a inventar-se a si próprio, nesta vida.
"Se recusar a imortalidade, que lhe restará? A vida no que esta possui de mais elementar. Suprimido o sentido da vida, temos ainda a vida. “Eu vivo” – diz Ivan..., “ a despeito da lógica”. E mais. “ Se eu já não tivesse fé na vida, se duvidasse de uma mulher amada, da ordem universal, se me encontrasse, pelo contrário, persuadido de que tudo não passa de um caos infernal e maldito, ainda assim eu quereria viver.” Ivan viverá portanto e amará “sem saber porquê?.” Mas viver é igualmente agir. Em nome de quê? Se a imortalidade não existe, também não existem nem a recompensa, nem o castigo, nem o bem, nem o mal. “Creio que não há virtude sem imortalidade.” E também: “Sei apenas que o sofrimento existe, que não há culpados, que tudo se encadeia, que tudo passa e se equilibra.” Mas, se a virtude não existe, também a lei não existe: “Tudo é permitido.”

Albert Camus : “O Homem Revoltado” (1951)
Led

quinta-feira, 15 de dezembro de 2005

The Descent - brilliant!




“I am not going to beat around the bush here. As far as I am concerned this is one of the best horror movies of the last ten years. A bold statement I know, but this movie blew me away… a powerhouse flick, which is strong in so many respects.

The plot is this. A group of young women go on a caving expedition. The story is predominantly centred around Shauna MacDonald’s character, 'Sarah'. Who has recently lost her husband and daughter in a terrible car accident. The trip was planned to reunite the friends with a view to help Sarah bring some enjoyment back into her life after all that she had been through.

Suffice to say, the expedition goes horribly wrong.

All the girls except for Juno (Natalie Mendoza) think they are in a known cave that has been explored before, but it turns out that Juno has taken them to a new cave, one that is very unexplored, or at least not recorded in any books. Juno wants them to mark this as their exploration, their accomplishment.

Inevitably it is Juno’s selfish and irresponsible behaviour that envelopes the group in a prodigious tomb of absolute terror, with no escape after a passage they scrape through caves in, almost trapping and killing two members of the group (incidently Sarah and her best friend Beth, played by Alex Reid). Subsequently vital climbing gear is lost in the terrifying fracas which can never be a good thing. This scene in particular is breathtakingly claustrophobic and memorable.

Up to this point director, Neil Marshall (Dog Soldiers) methodically builds an absolute atmosphere of foreboding, suspense and anxiety, but the movie eventually steps up a gear; the pace becomes startling. It is not one of those films that you sit ‘twiddling your thumbs’ throughout. It grips you.

Initially there is the real first hand danger of the climbing and caving itself. Most notably when a complex and dangerous manoeuvre across a huge drop has to be undertaken. As mentioned above, vital climbing gear had been lost in the cave-in, making matters much worse. This is when a real sense of vulnerability starts creeping in.
And unfortunately there is more to this cave than the girls realise, and if they thought things couldn't possibly get worse, they do... get, much, much worse...
Couple the excellent cast with exquisite camera work, a wonderful musical score, awesome underground cave sets, marvellous make-up effects and plenty of gore, and you have something very special indeed. The tragedy itself that shrouds the movie throughout is a blessing with all the Hollywood bullshit we have to endure in the present climate.

In closing, you should see this movie…”

TRAILER - Click Here

OFFICIAL SITE - Click Here

OVERALL

If there's ever a horror movie that you had to absolutely see, let this be it! This is one of the best horror flicks I've seen in a long time. Hot chicks + scares + blood and guts + a large group of strange sharp-toothed-cave-dwelling-predators = brilliance. The only thing that will ruin this movie for you is word of mouth, which ironically is exactly what this film will need to become commercially viable. But the less you know, the more you will enjoy it. The Descent will rank as one of the most unashamedly terrifying British films ever made. It was made by people that love good cinema, and it shows. Try to see it before 'The Cave' appears and you'll be afraid of the dark before you know it. .
Led

sábado, 10 de dezembro de 2005

More to come


"Silverchair have confirmed rumours that they are currently making music together in regional New South Wales. The band has also announced that they plan to record a new album and do at least a few gigs during 2006. The trio has sold more than six million albums during the last ten years. Their most recent CD - 2002’s “Diorama” - was their most acclaimed and their highest seller in Australia to date. Following their sold out “Across The Night Tour” in 2003, Silverchair took an extended break and worked on other projects. The group is currently working up lots of new material which has been written over the last two years. They plan to take a short break over Christmas and then do more rehearsals through early 2006. Following this they will ‘road test’ some of the new music by doing a few Australian shows. The first of these to be announced is a special appearance in Adelaide on Friday March 24 after the Clipsal 500 event. More information about another show or two will be released over coming months. Providing all goes well with these very select dates the band will then start recording their new album around next May. It will probably be released in late 2006 or early 2007 and more extensive touring is penciled thereafter."
Led

quinta-feira, 8 de dezembro de 2005

Nostálgico : Crime Story (1986)+ Runaway


“As I walk along I wonder what went wrong
With our love, a love that was so strong
And as I still walk on, I think of the things we've done
Together, while our hearts were young

I'm a walkin' in the rain
Tears are fallin' and I feel the pain
Wishin' you were here by me to end this misery
And I wonder. I wa-wa-wa-wa-wonder why
Ah-why-why-why-why-why she ran away
And I wonder where she will stay
My little runaway, run-run-run-run-runaway

I'm a walkin' in the rain
Tears are fallin' and I feel the pain
Wishin' you were here by me to end this misery
And I wonder. I wa-wa-wa-wa-wonder why
Ah-why-why-why-why-why she ran away
And I wonder where she will stay
My little runaway, run-run-run-run-runaway

I'm a walkin' in the rain
Tears are fallin' and I feel the pain
Wishin' you were here by me to end this misery
And I wonder. I wa-wa-wa-wa-wonder why
Ah-why-why-why-why-why she ran away
And I wonder where she will stay
My little runaway, a-run-run-run-run-runaway
A-run-run-run-run-runaway”


"Runaway" by Del Shannon


Chicago, 1963. As head of the police department's Major Crime Unit, Lieutenant Michael Torello must deal with the city's most dangerous criminals. And possibly the most dangerous of all is Ray Luca, a young ambitious street hood who's out to gain wealth and power by whatever means - including theft, threats, extortion and murder. As Luca begins his ruthless climb up the ladder of organized crime, leaving a growing number of victims in his wake, Torello becomes more and more determined to bring him down….
Aleluia!

Finalmente descobri a canção que tanto procurava há já tanto tempo...Nostálgico será o termo certo para descrever os sentimentos que esta canção traz de volta...

Desde que era criança e assistia religiosamente ao episódios de “Crime Story(“Crónicas do Crime”) todos os dias da semana pelas 21H na RTP2 , que fiquei para sempre ligado à canção de abertura desta série policial. Durante o resto da minha vida muitas vezes cantarolava esta canção desconhecendo completamente de onde provinha (como acontece com muitas outras canções que, por qualquer razão, nos ficam para sempre tatuadas na memória). Hoje lembrei-me e decidi pesquisar na net desconhecendo o nome da série, da canção…de tudo! Nem sequer a letra eu sabia pois confundia o peculiar refrão “why,why,why…”com “uáuáuá…”…enfim! Foi complicado e moroso mas, com um golpe de pura sorte (talvez do destino), consegui finalmente chegar lá!
A canção temática chama-se “Runaway” e é de Del Shannon (1934-1990), um “rock n’ roller” americano (que entrou na "Rock and Roll Hall of Fame" principalmente à custa desta canção e de outros hits) que foi o primeiro músico a usar uma versão simplificada do actual sintetizador. A canção de abertura da série é diferente da versão original (produzida por Al Kooper, o director musical da série) e pode ser encontrada em qualquer motor de busca de música mais especializado. A versão original da canção data de 1961 (tinha eu -20 anos:)).

“Crónicas do Crime” foi uma série produzida por Michael Mann que durou 2 épocas, começando em 1986 e acabando em 1988 (tinha eu 7 anos). Foi uma série que se passava nas cidades de Chicago e Las Vegas dos anos 60 e que lidava com os conflitos entre a mafia e a polícia. Anthony Denison representava o maléfico vilão Ray Luca, um gangster sem escrúpulos que ia ganhando poder e influência no Sindicato do Crime de Chicago (“Chicago Outfit”). Dennis Farina fazia do polícia Lt. Michael Torello, que era obcecado pelo seu ódio a Luca e determinado a travá-lo a todo o custo. Engraçado saber que Dennis Farina, antes de se ter tornado actor, era membro do departamento policial de Chicago. A série deixou muita gente frustrada pois acabou de uma maneira abrupta, sem uma conclusão objectiva. As séries foram lançadas em formato DVD mas têm de ser encomendadas pois não estão disponíveis no nosso país.
E esta, hein?
Muito bom, muito bom mesmo...
A pedido de várias famílias , aqui está a versão da série (não a original) da canção "Runaway" de Del Shannon:

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Led (comovido)

quarta-feira, 7 de dezembro de 2005

dEUS - Casa da Música, Porto (06/12/05)

São 22h00 e a primeira grande ovação da noite das cerca de 1200 pessoas presentes na sala 1 da Casa da Música vai toda para os dEUS..
...«Pocket Revolution», a faixa que dá nome ao novo disco, abriu de forma serena a actuação com 1:45min de duração. Ao terceiro tema, Tom Barman pede às pessoas para se levantarem e arranca com «Instant Street», provocando uma migração massiva de fans para junto do palco . De notar o comentário sarcástico do vocalista às condições da sala - dizendo preferir um “dirty rock club” a um espaço com características de cinema como as do presente recinto -. Acabou contudo por adoçar a crítica feita (perante os olhares atónitos dos responsáveis) elogiando a beleza da sala lamentando-se apenas pelo empecilho da presença de cadeiras na plateia. Escusado será dizer que perante tamanha autoridade de Barman a partir daqui ninguém mais ousou sentar-se durante o espectáculo.

Daqui para a frente, os belgas, com um novo line up (Stéphane Misseghers - ex-Soulwax - na bateria; Alan Gevaert no baixo; e Mauro Pawlowski na guitarra e vozes de apoio), apresentaram temas de todos os seus álbuns, num misto de best of intercalado com novos temas de «Pocket Revolution».

Canções como «The Real Sugar» (belíssima), «What We Talk About», «If You Don`t Get What You Want» ou «Bad Timing», foram algumas das eleitas para representar o álbum que saiu seis anos depois de «Ideal Crash». Num concerto marcado por mais momentos altos que baixos é difícil optar por um ou dois mais marcantes, mas quando as luzes ficaram tão densas que a banda se transformou em vultos, e se ouviram os primeiros acordes de «Serpentine», um dos temas mais bonitos de sempre dos dEUS, a Casa da Música entregou-se mais uma vez e acompanhou timidamente o refrão, num respeito total em relação à fragilidade da canção.

«Via», «Theme for the Turnpike», «Fell Off the Floor, Man», «Roses», «Worst Case Scenario» e «Little Arithmetics» foram as mais aplaudidas e recebidas com maior entusiasmo por um público absolutamente rendido. Comunicando de uma forma hábil e despachada com o público , Barman teve sempre a plateia na mão, quer nas delicadas 'Roses' , 'The Real Sugar' e 'Serpentine', quer nos temas em que a velocidade leva a melhor sobre o pormenor e a Casa da Música se entregou a um festim de rock poderoso e frenético.

Histericamente exigido, o encore acabou com um apoteótico e eufórico 'Suds & Sodas' com muita gente a fotografar mentalmente (só podia ser assim) o momento. Considerando a entrega da banda e do público, não admira que, independentemente do álbum em promoção, um concerto de dEUS seja sempre o concerto da vida de alguém. E em Portugal, esta verdade parece ter validade eterna.

Na primeira parte estiveram os Absynthe Minded, um colectivo belga formado em 1999 por Bert Osty, já com dois álbuns na calha, estando a apresentar o mais recente «New Day». Protagonistas de um pop/rock/folk com um travo jazzy e groovy, onde contrabaixo, violino, guitarra, teclas e bateria se misturam, os Absynthe Minded podem classificar-se como um misto de Arcade Fire, Spain e Belle and Sebastian. Confuso? Nem por isso, apenas o começo agradável de mais um excelente concerto dos dEUS em Portugal.

Adaptado de Disco Digital

SETLIST:
  1. Pocket Revolution - Pocket Revolution (2005)
  2. Magdalena - The Ideal Crash (1999)
  3. Instant Street - The Ideal Crash (1999)
  4. Fell of the Floor, Man - In A Bar Under The Sea (1996)
  5. Via - Worst Case Scenario (1994)
  6. Stop-Start Nature - Pocket Revolution (2005)
  7. The Real Sugar - Pocket Revolution (2005)
  8. W.C.S (First Draft) - Worst Case Scenario (1994)
  9. If You Don’t Get What You Want - Pocket Revolution (2005)
  10. Theme From Turnpike - In A Bar Under The Sea (1996)
  11. Put The Freaks Upfront - The Ideal Crash (1999)
  12. Nothing Really Ends - Pocket Revolution (2005)
  13. Roses - In A Bar Under The Sea (1996)
  14. Assault on Magnus - Magnus -"The Body Gave You Everything"(2004)
  15. Serpentine - In A Bar Under The Sea (1996)
  16. Bad Timing - Pocket Revolution (2005)

Encore:

17. Little Arithmetics - In A Bar Under The Sea (1996)

18. What We Talk About (when we talk about love) - Pocket Revolution (2005)

19. Suds & Soda - Worst Case Scenario (1994)

Led

segunda-feira, 5 de dezembro de 2005

Tomorrow Night


Led

5=0


"A campanha para as presidenciais é em grande medida inútil e corre o risco de se tornar, em vez de uma campanha de esclarecimento, numa "campanha de obscurecimento".
Os principais concorrentes são velhos conhecidos do povo português, frequentaram um grande número de eleições, exerceram cargos públicos durante muitos anos, deram milhares de entrevistas. É caso para perguntar o que temos para descobrir nesta campanha que não saibamos já "de ciência certa" com base na mãe de toda a sabedoria, a experiência. Nada.

Sendo a eleição para um cargo unipessoal é marcada fundamentalmente pela "personalidade e qualidades" dos candidatos; os próprios manifestos são a vários títulos irrelevantes (por causa dos limites constitucionais da acção presidencial mas também porque, como temos visto, as garantias dadas nas campanhas são fácilmente desrespeitadas com o pretexto da mudança das circunstâncias). A personalidade dos candidatos está o povo farto de conhecer.

Assim sendo devemos concluir que a campanha só pode ser usada para mistificar, para impor uma nova imagem dos candidatos que obscureça aquela que a experiência vivida construiu na mente dos eleitores.

- O Cavaco quer deixar de ser apenas o competente, mas hirto, professor de finanças para ser o avô preocupado com os desfavorecidos e com o futuro da nação.

- O Soares quer deixar de ser o padrinho da esquerda, de charuto bem almoçado, para se converter no paladino da luta contra o capitalismo (desde que seja selvagem).

- O Alegre já não será o poeta que passa a vida a planear as pescarias e caçadas para se tornar o "sem abrigo" dos partidos com que sempre pactuou.

- O Jerónimo e o Louçã, honra lhes seja feita, não mudaram o discurso. Apoiam todas as reivindicações e direitos adquiridos sem cuidarem de explicar quem vai pagar a conta (o Jerónimo chegou ao ponto, esta ouvi eu, de dizer que os juizes não são uma elite). "

Fernando Penim Redondo – “Quadratura do Círculo”
Led

The Exorcism of Emily Rose


Um filme a não perder para os apreciadores do género.
Mas…espera aí! Lembrei-me agora que este filme não tem um género característico! “Courtroom horror film”?
Para os precavidos cinematográficos vão : aqui!
Para saberem mais sobre os factos reais nos quais o filme se baseia podem ir : aqui ou aqui!
“There is no neutral ground in the universe: every square inch, every split second is claimed by God and counterclaimed by Satan.” - C.S.Lewis

Led

sexta-feira, 2 de dezembro de 2005

Addicted


This could be the very minute
I'm aware I'm alive
All these places feel like home

With a name I'd never chosen
I can make my first steps
As a child of 25

This is the straw, final straw
In the roof of my mouth as I lie to you
Just because I'm sorry doesn't mean
I didn't enjoy it at the time

You're the only thing that I love
It scares me more every day
On my knees I think clearer

Goodness knows I saw it coming
Or at least I'll claim I did
But in truth I'm lost for words

What have I done it's too late for that
What have I become, truth is nothing yet
A simple mistake starts the hardest climb
I promise I'll do anything you ask...this time

"Chocolate" - Snow Patrol

Led

quinta-feira, 1 de dezembro de 2005

D.Sebastião



Não é fácil de entender Manuel Alegre, como pode o candidato a Presidente da República explicar as suas ausências nas 2 votações do Orçamento de Estado? Independência em relação ao PS não faz sentido! Não faz Manuel Alegre parte do dito “sistema” partidário há já mais de 30 anos? Alegre candidatou-se nas listas do partido e tanto quanto se sabe não o foi na condição de independente, e, além disso, tem a obrigação de representar os cidadãos que o elegeram.

«Entrevistado na RTP por Judite de Sousa e confrontado com o facto de a “votação do OE” ser um momento crucial na função de deputado, Alegre garantiu ter enviado uma carta à Assembleia da República, dirigida a Alberto Martins, líder parlamentar do PS, disponibilizando-se a votar o OE, se “for necessário”. Isto porque, entende, “cabe a um candidato a Presidente da República contribuir para a estabilidade do País”. Desta maneira, Alegre considera justificada a falta: “As pessoas que façam o seu juízo político”.»

Se for necessário? Que quer ele dizer com isto?? Não tem ele responsabilidades enquanto deputado do hemiciclo? Qual é a sua verdadeira posição quanto ao orçamento de estado e mais genericamente, quanto à actuação global do governo? É contra? Abstém-se? É a favor? Que pensa ele realmente? A minha opinião é que nem ele sabe realmente…

A ausência de Alegre na votação do Orçamento de Estado é uma decisão que em nada abona a credulidade de um candidato a Presidente da República, comprometendo a sua candidatura e a sua credibilidade política.

Se está tão descontente com o aparelho “inflexível” partidário porque não toma a medida mais coerente (como Francisco Salgado Zenha tomou para apoiar Ramalho Eanes nas presidenciais de 1980) de se afastar dos órgãos do partido socialista de uma vez? Falta de coragem? Receio de não ganhar as eleições presidenciais e perder o “tacho” no partido? Temor de perder o eleitorado socialista se falar mal do governo ou o restante eleitorado à sua esquerda e direita se apoiar a administração liderada por José Sócrates?

Manuel Alegre é sem dúvida um político profissional! Usar o estratagema emblemático do bloco de esquerda dizendo-se anti-sistema (seja ele qual for) é de facto um slogan (não passará disso) espectacular, vistoso e cativante para o eleitorado jovem ou para o povo revoltado com o governo ou com a política em geral. Mas é uma estratégia populista fácil e cheia de fragilidades. Pior ainda quando se ainda faz parte do partido em governação…

Led

Obrigado, Capitão!

Aprendi a apreciar o Jorge Costa como exemplo de amor à camisola. Como figura é um dos últimos jogadores carismáticos num futebol em que o dinheiro conta cada vez mais. Espero que tenha sorte no Standard de Liège.

Led

A Condição Bloguista


O Blogue de Esquerda consumou-se no dia 25 de Novembro (data bastante “peculiar”) .
Concordando ou não com as opiniões expressas neste blog, para quem o frequenta diariamente sabe que este acontecimento marca uma perda irreparável na dimensão bloguística de consciência social nacional. Mas não desesperem! Deixo-vos duas novas sugestões (não substitutos) de blogues criados por Luís Rainha e José Mário Silva, antigos participantes desta voz de esquerda de eleição :

E que tal também um ensaio científico sobre a condição bloguista por Jorge Palinhos?
Aqui vai:

“Ando nos blogs vai para mais de dois anos e, depois de todo este tempo, o acto de blogar continua a ser para mim um alvo de perplexidade.
Diz-se frequentemente que os blogs são um espaço de auto-expressão, de intervenção cívica e liberdade.
De acordo quanto aos dois primeiros, mas a liberdade já me causa mais hesitação.Liberdade, liberdade é escrever para si, livre de toda a contingência ou perscrutação social.Quando alguém arrisca escrever nos blogs está desde logo a restringir a sua liberdade de expressão.
Porque a exposição pública implica ter de prestar contas, dar a cara pelo que se escreve e ter de pensar para quem se escreve. E isso implica restringir a liberdade, em troca de aceitação social.
Porque, sem eufemismos, blogar implica aceitação social, mesmo nos blogs mais umbiguistas. Para quê escrever em público, arriscando ostracismo ou indiferença, se não é para se ser lido? Mais vale continuar a rabiscar o diário em papel...
E da aceitação passa-se à tentativa de agradar. Começa-se a escrever com regularidade para satisfazer "os leitores", pede-se desculpa por não se ter tempo, avisa-se que se vai deixar de escrever temporariamente, procura-se assunto para se escrever, fazem-se "esboços de posts", fala-se de assuntos que não nos interessam ou sobre os quais não se tem nada de novo a dizer porque tememos ser acusados de "assobiar para o lado" por motivos indizíveis. Porque a palavra passa a ser um acto, que se faz quer se use a palavra ou não, blogar começa a tornar-se um fardo, as ideias acumuladas que vinham naturalmente esgotam-se e é preciso procurar novas, é preciso descobrir palavras inéditas para dizer e novas formas de o fazer.

E, de repente, quando no início blogar parecia tão fácil como sermos nós próprios, descobrimos afinal que é um casamento com um cônjuge exigente, que quer atenção, mimos, carinho, afecto, novidades, surpresas, prendinhas, jantares íntimos e sexo tórrido todos os dias, no meio da rotina mais banal e ínsipida.E então uma pessoa começa a pensar se lhe interessa mesmo manter essa relação, se não prefere procurar amantes novos, sair com os amigos, ler livros interessantes, ir a cinemas e teatros, voltar ao diário rabiscado.

E depois vem a hesitação de abandonar os filhos-posts, o receio de ficar só, a angústia de não se voltar a encontrar um cônjuge tão devoto, tão carinhoso, tão amante.

E então é preciso escolher. Às vezes persiste-se, escolhendo a segurança dos episódios felizes e dos momentos inesperados. Outras vezes divorciamo-nos, só para regressar de imediato ao conforto dos mesmos braços. Outras ainda procuramos novos braços que nos acolham. E alguns desaparecem, no sossego da vida sem compromissos.

No fim de contas, blogar talvez nos fascine e prenda porque é tão parecido com amar.
Só que, agora, o que é que fazemos?”

A resposta a esta questão encontra-se obviamente nos 2 novos blogues acima mencionados:
“Once a blogger, always a blogger!”
Led

quarta-feira, 30 de novembro de 2005

Pessoa Intemporal (1888-1935)


Como é por dentro outra pessoa
Quem é que o saberá sonhar?
A alma de outrem é outro universo
Com que não há comunicação possível,
Com que não há verdadeiro entendimento.

Nada sabemos da alma

Senão da nossa;
As dos outros são olhares,
São gestos, são palavras,
Com a suposição de qualquer semelhança
No fundo.

Fernando Pessoa, 1934.

terça-feira, 29 de novembro de 2005

Musical Hints

What has been cycling in my stereo for the past 3 weeks:

Snow Patrol – “Songs for Polarbears” (1998)
dEUS – “Pocket Revolution “ (2005)
David Fonseca – “Our Hearts Will Beat As One” (2005)
Coldplay – “ Safety EP” (1998), “Brothers and Sisters EP”(1999), “The Blue Room EP” (1999), “Parachutes” (2000), “ A Rush of Blood to the Head” (2002),“ X&Y” (2005)
Jim O’Rourke – “Eureka” (1999)
Tortoise – “Millions Now Living Will Never Die” (1999)
The Postal Service – “Give Up” (2003)
The Cardigans – “Super Extra Gravity” (2005)
NIN – “The Downward Spiral” (1994)
Take care!

Album of the week: dEUS – “Pocket Revolution”

The members of dEUS named their band after God, which takes no small amount of chutzpah. It also sets the bar kind of high. I imagine that if God made music it'd be pretty special, maybe the kind of thing that would physically blow your mind out your ear or herald the Earth's final destruction. Think about how disappointing it would be if God was on the bill and you got a milquetoast singer-songwriter or boring lap-pop.

dEUS' music isn't godly, but in the second half of the 90s they released three very good albums that weren't easily pigeonholed. The first two in particular hop from genre to genre, while 1999's "The Ideal Crash" took all their manic eccentricity and channelled it into a slightly more accessible package. Six years later, "Pocket Revolution" continues that evolution with a sharp, direct attack that undoubtedly has more commercial potential than anything they've released before. This comes at the expense of the messy charm that made their early music so enjoyably chaotic, but anyone who originally liked them for the Frank Zappa, Charles Mingus, Don Cherry, and Captain Beefheart affinities they once flew like a flag won't be totally disappointed, as their music still has those elements. They're just packaged more subtly.

Case in point is "Cold Sun of Circumstance", a wildly rhythmic song stuffed with faux blues riff age and frenetic vocals. The main thing separating it from the craziness of "In a Bar, Under the Sea" is the band's restrained production, which has a smoothing effect on all of the material. The proggier songs are held back a bit by the approach-- "What We Talk About (When We Talk About Love)" in particular features a monster rhythm track topped with Beefheartian interjections and could have had the same explosive quality of "Fell Off the Floor, Man" with looser engineering-- but the band's pop side is finally given full flower, so it's a trade-off.

In the past, songs like "Little Arithmetics" were almost token bones thrown to the European singles charts, but "7 Days, 7 Weeks" is the closest thing to a sure hit they've written. Tom Barman's double-tracked vocals throw off the song's cloak of heavy ambient keyboard, the mellow verses abetted by e-bowed guitar and mellotron. It's catchy in the same way R.E.M. once were-- not in your face with its hooks, just very precise about how they're placed. The band also embraces vocal harmonies whole hog on Pocket Revolution, a step that hugely enriches songs like "Include Me Out", which comes across as sort of a half-way point between Pink Floyd and late-60s folk-pop. And then there's closer "Nothing Really Ends", a which borders on lounge (in a good way) with its cocktail drums, vibes and sturdy, crooner-worthy melody.

So dEUS have settled down with age and returned from their hiatus as a more craft-conscious, restrained rock band. I'd be lying if I said I liked them more this way than I did for In a Bar..., but as transitions go, they've made the leap to greater maturity with a lot of grace. Pocket Revolution is an accomplished re-introduction to one of Belgium's greatest exports.

Worst Case Scenario (1994)
My Sister = My Clock (1995)
In A Bar Under The Sea (1996)
The Ideal Crash (1999)
No More Loud Music (2001)
Pocket Revolution (2005)

from Pitchforkmedia
Led

domingo, 27 de novembro de 2005

Holodomor

O Presidente da Ucrânia, Viktor Yushchenko, pediu ontem à comunidade internacional que considere a Grande Fome verificada na década de 1930 um genocídio provocado pelas autoridades soviéticas.

"O mundo deve saber desta tragédia", disse o Presidente Yushchenko, na abertura de uma exposição dedicada aos perto de dez milhões de ucranianos que morreram de fome em 1932 e 1933, quando Estaline lhes retirou os seus produtos e mandou proceder à reforma agrária. Crê-se que teria morrido perto de um quarto da população, existindo relatos dramáticos de situações que chegam inclusive ao canibalismo.
A Ucrânia decidiu que o dia 26 de Novembro deve ser dedicado às vítimas do genocídio de "Holodomor", o assassínio pela fome, e a outras perseguições políticas da era comunista soviética.
Led

sábado, 26 de novembro de 2005

Candidato afónico


O silêncio persistente de Cavaco tem intrigado muita gente. Por mais que o candidato de Boliqueime seja espicaçado, da sua boca não sai nada - ou, quando sai, tudo se fica pelas ambiguidades, como sucedeu na entrevista a Constança Cunha e Sá. Nem sim, nem sopas. Claro que um silêncio pode dizer muito e até ser uma poderosa força de resistência, como vimos no Silence de la Mer, de Vercors, ou com os escritores da antiga RDA; porém, a mudez de Cavaco não tem nada de admirável. Bem pelo contrário, é um silêncio arrogante e estúpido. O candidato não fala, porque sabe que isso não só deixaria à vista de todos a sua falta de ideias, como faria dele uma figura mais humana e fragilizada: falar, seria descer ao nível da populaça eleitora. O prolongado silêncio, pelo contrário, responde à necessidade de auto-estranhamento das massas e converte-o numa espécie de ídolo ou homem providencial aos olhos dos portugueses.

(in www.a-bomba.blogspot.com)
Led

sexta-feira, 25 de novembro de 2005

O Contra-Golpe 30 anos depois



25/11/1975 - Em Portugal, forças democráticas impedem uma revolução de extrema-esquerda, impondo a democracia como rumo para o país, e terminando o PREC ("periodo revolucionário em curso).

“…Cerca das 10 horas da própria manhã do dia 25, prontos para desencadear as operações, os conspiradores — numa diligência conjunta do «Grupo dos Nove», Eanes, Jaime Neves e oficiais dos Comandos da Amadora — procuraram e conseguiram obter a aprovação e cobertura institucional do Presidente da República, o general Costa Gomes – para anularem o previsível golpe militar apoiado pelo PCP, movimento operário e esquerda militar (MFA) com vista ao estabelecimento de uma ditadura comunista.

Poucos dias depois, o chefe do EMGFA, general Costa Gomes, enviou aos três ramos das Forças Armadas uma directiva na qual se afirmava que «só os militares [...] estão em condições de servir o projecto de construção da sociedade proposta pelo Movimento do 25 de Abril, sociedade onde não seja mais possível a exploração do homem pelo homem» (Jornal de Notícias, 2-12-1975).

E, ao tomar posse como Chefe do Estado-Maior do Exército, no dia 6 de Dezembro, Ramalho Eanes, então promovido a general, declarou como «objectivos políticos prioritários a independência nacional e a construção de uma nova sociedade democrática e socialista.» ( Jornal de Notícias , 7-12-1975)…”
Quem quiser saber mais sobre o 25 de Novembro pode ir aqui!
Led (devia ser feriado nacional)
Posted by Picasa

Coldplay em Lisboa


“Dois meses depois de os bilhetes terem esgotado para o espectáculo de Quarta-feira, 23 de Novembro de 2005, os Coldplay regressaram a Lisboa para arrebatar uma multidão. Já há dois anos tinham-no feito, no mesmo Pavilhão Atlântico. Fiando-se, agora, num repertório amadurecido, que inclui o mais recente álbum "X&Y", a banda de Chris Martin foi explosiva o suficiente para transformar até os temas menos dinâmicos em hinos. A confirmação de que, não tarda nada, os Coldplay conquistam um estatuto semelhante ao dos U2 em Portugal.

Chris Martin é o culpado pela proeza. Irrequieto e irrepreensível, quer ao piano, quer à guitarra, o vocalista subiu ao palco do Pavilhão Atlântico com a lição bem sabida e voltou a surpreender com os seus conhecimentos da língua portuguesa. Começando com "Temos todo o prazer em estar aqui", em jeito de refrão entoado à viola, e terminando com o elogio "Vocês são fantásticos" - na primeira despedida da noite, quando os ursos projectados em luz treparam as bancadas do pavilhão no tema 'Talk' ­ - o líder dos Coldplay provocou o maior tumulto quando atravessou o Atlântico até à régie de som e, de lá, interpretou 'In My Place'.

Ficando-se por um encore ­- o público português, mal habituado, insistiu nos aplausos - , os Coldplay deram um espectáculo consistente, pródigo em momentos marcantes. É o caso da recuperação de 'Yellow' (daqui a uns anos, chamar-lhe-emos "clássico"), em que dezenas de balões amarelos caíram do tecto do Atlântico. A invulgar qualidade do som no recinto, cuja acústica não é habitualmente convincente, aliada a um sumptuoso jogo de luzes que atingiu o seu auge no arco-íris de 'Clocks', foram outros dos extras técnicos que ajudaram a tornar o espectáculo memorável. Mas o melhor da noite foi a forma descontraída com que Chris Martin interrompeu canções a meio, como aconteceu em 'The Scientist', quando lhe escapou um 'fuck' ao enganar-se na nota ao piano. "Everybody makes mistakes", justificou o vocalista, em risos, repetindo a interrupção em 'Til Kingdom Come', faixa escondida de "X&Y", que abriu caminho para um momento country em 'Ring of Fire', de Johnny Cash. Com a letra da canção projectada no palco, 'Swallowed In The Sea' abriu o único encore, encerrando o espectáculo com o terno 'Fix You', na promessa de que as 'lights will guide you home'. A luz da lâmpada a extinguir-se em palco aconchegou o caminho até casa.

Na primeira parte, os britânicos Goldfrapp tentaram brilhar com o seu pop electrónico, mas o público esteve maioritariamente desatento. Os sons locomotivos de 'Train', a sensualidade de 'Black Cherry' ou a precoce despedida com 'Ooh La La' mereceram, ainda assim, palmas suficientes para Alison Goldfrapp dizer "you're amazing". No final deste concerto, sob a égide do "Comércio Justo" de que Chris Martin é porta-voz, o ecrã gigante por detrás do palco exibiu um vídeo da campanha MakeTradeFair, no qual celebridades como Bono, Brad Pitt, George Clooney ou Bob Geldof estalam os dedos, simbolizando a morte de uma criança a cada três segundos devido à pobreza extrema. A mensagem "Queremos a Tua Voz" foi, de resto, cumprida em volume máximo pelo público durante a seguinte hora e meia de concerto dos Coldplay. “
Tirado: de
Alinhamento:

"Square One"
"Politik"
"Yellow"
"Speed of Sound"
"God Put a Smile Upon Your Face"
"X&Y"
"How You See the World"
"White Shadows"
"The Scientist"
"Til Kingdom Come"
"Ring of Fire (Johnny Cash)"
"Green Eyes"
"Clocks"
"Talk"

Encore:

"Swallowed in the Sea"
"In My Place"
"Fix You"

Led (Coldplay got terribly big)
Posted by Picasa

terça-feira, 22 de novembro de 2005

19.999 pessoas e eu todos ao rubro


Sem grandes novidades a mais que provável “setlist” para amanhã à noite será:

"Square One"
"Politik"
"Yellow"
"God Put a Smile Upon Your Face"
"Speed Of Sound"
"Low"
"Warning Sign"
"Everything's Not Lost"
"White Shadows"
"The Scientist"
"Til Kingdom Come"
"Don't Panic"
"Clocks"
"Talk"

Encore:

"Swallowed in the Sea"
"In My Place"
"Fix You"


Parachutes (2000)
A Rush of Blood to the Head (2002)
X&Y (2005)

E a minha impraticável "setlist" para o concerto seria:

Square One (“X&Y” – 2005)
Politik (“ A Rush of Blood to The Head” – 2002)
Brothers & Sisters – New Version (“Trouble” Single - 2000)
Don’t Panic (“Parachutes” – 2000)
Shiver (“Parachutes” – 2000)
White Shadows (“X&Y” – 2005)
Easy to Please (“Brothers & Sisters” EP - 1999)
Clocks (“ A Rush of Blood to The Head” – 2002)
Trouble (“Parachutes” – 2000)
Daylight (“ A Rush of Blood to The Head” – 2002)
Bigger Stronger (“Safety” EP – 1998)
Talk (“X&Y” – 2005)
Spies (“Parachutes” – 2000)
Such a Rush (“Safety” EP – 1998)
Fix You (“X&Y” – 2005)

Encore 1:

The Scientist (“ A Rush of Blood to The Head” – 2002)
Til’ Kingdom Come (“X&Y” – 2005)

Encore 2:

See You Soon (“The Blue Room” EP – 1999)
Yellow (“Parachutes” – 2000)


Cool-Play!

Led

segunda-feira, 21 de novembro de 2005

Astrólogos da Música

Calhou-me isto e parece ter algum fundamento!

“You Are...My Bloody Valentine.

You tend to be a bit distant and reclusive. You are a leader as opposed to being a follower. You are a perfectionist and pay very close attention to detail. You have the tendency to be lazy, which sometimes get's in the way of you achieving whatever it is you may be trying to perfect. You don't really care about what's typically looked upon as the norm. You really don't care about what people think about you at all, or at least so you try and make it seem. You care most about just being yourself.”
brought to you by Quizilla
Led

domingo, 20 de novembro de 2005

sábado, 19 de novembro de 2005

Sensacionismo



Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo
....
Toda a gente que eu conheço e que fala comigo,
Nunca teve um acto ridículo, nunca sofreu um enxovalho,
Nunca foi senão - princípe - todos eles princípes - na vida
...
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana,
Quem confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semideuses!
Onde há gente no mundo?
...

Álvaro de Campos - "Poema em linha recta"

segunda-feira, 14 de novembro de 2005

Human Mating Strategies


“Humans have evolved a complex menu of mating strategies. These include long-term committed mating, brief sexual encounters, and extramarital affairs. Long-term mate preferences are complex, reflecting desires for many different qualities such as kindness, intelligence, mutual attraction, love, dependability, and good health. Two universal clusters
of sex differences are the desire for youth and beauty (men value more than women) and the desire for a mate who has good financial prospects and elevated social status (women value more than men).

These profound sex differences have been documented not just in studies of expressed preferences; they have also been confirmed in studies of actual marriages, responses to personals ads, and tactics of mate attraction, mate retention, competitor derogation, and intersexual deception. The empirical evidence is strong that men have evolved a more powerful desire for a variety of sex partners. The evolutionary logic for this sex difference is clear-cut – men who succeeded in securing sexual access to a variety of women would have achieved greater reproductive success than men who did not. Nonetheless, there is a hidden side to female sexuality, and some women some of the time also pursue short-term matings. These must have been beneficial for women in the currency of good genes, increased access to resources, or the ability to switch to a superior mate. Nonetheless, women who cuckold their husbands historically have inflicted large reproductive costly on their regular mates. Cuckolded men risk diverting years or decades of parental resources to a rival’s offspring.

The principle of co-evolution predicts that men will have evolved adaptations designed to defend against the diversion of their mate’s sexual and reproductive resources. Jealousy as an emotion has been proposed as one such evolved defense mechanism. The empirical evidence strongly supports several evolution-based hypotheses about the psychological design of jealousy. Male jealousy, more than women’s, is engaged by signals of sexual infidelity and rivals to exceed them on the qualities that women are known to want in a mate such as good financial prospects.

Women’s jealousy, more than men’s, is activated by signals of emotional infidelity (and hence potential long-term diversion of commitments) as well as by rivals who exceed them on facial and bodily attractiveness. Much more research needs to be conducted on the complexities of human mating strategies. At this point in evolutionary science, however, we have some of the broad outlines of the fundamentals of human mating strategies and the ways in which they are designed differently in men and women. Further research is needed on the context-sensitive nature of human mating strategies. Precisely which circumstances might cause a person to shift from a long-term mating strategy to a short-term mating strategy and vice-versa? Which circumstances might trigger an extramarital affair, or conversely, cause someone to forgo an alluring sexual opportunity? How do the various desires combine, given social contexts and a person’s own level of desirability, to form actual mate choices? These and other complexities of human mating are currently being explored by scientists who have grasped the centrality and importance of human mating to so many different dimensions of social living.”

Taken from here!

This cruel pattern can also confirmed here or here or…here!
You can also simply go to a fashionable or high-standard disco (where long-term mating is most happen to kick off) and check out with whom the most attractive girls tend to be. It’s different for each different individuality, but common, this prototype truly exists! It’s not political correct nor it is at all romantic (I praise this above all), but animal sexual selection never was a pretty sight to see.
Yep, this world’s a bitch!Good luck for any of you sexual competitors out there! :)

Led (I wanna be loaded)

domingo, 13 de novembro de 2005

Inevitabilidade Causal ?

“Se se pensa que está consolidada nas democracias a condenação da violência como instrumento político, pensa-se mal. Desde que os movimentos radicais da extrema-esquerda e extrema-direita, que defendiam a violência "revolucionária", perderam influência e se desintegraram nos anos 80, com o fim do surto terrorista que das Brigadas Vermelhas italianas, às FP portuguesas, atravessou toda a Europa, que parecia haver um consenso político de intransigência quanto ao uso da violência nos sistemas democráticos. O caso da ETA e do IRA eram excepções que confirmavam a regra de que em democracia a violência estava de todo excluída.
Mas desenganemo-nos. Bastou surgir uma nova violência, com novos actores e novas causas, ocupando, mesmo que ilusoriamente, o local e a memória dessa violência radical do passado, para se verificar que importantes sectores políticos da nossa sociedade democrática mostram uma enorme complacência com a sua utilização como instrumento político. Nos sectores tradicionalmente da "esquerda", e numa "direita" complexada e temerosa, volta de novo a haver um caldo cultural para que a violência política surja como aceitável, como "justificada".
O mecanismo fundamental de aceitação da violência nos nossos dias é uma espécie de sociologia de pacotilha, mais herdeira do marxismo do que parece, que explica a "revolta dos jovens" (bem-aventurado eufemismo) pelas condições sociais da sua vida. É uma "explicação" que tem muito de voluntarismo político e pouco de ciência, embora, como também acontecia com o marxismo no passado, pretenda fornecer uma inevitabilidade causal. Antes, os proletários deveriam fazer a revolução violenta porque eram explorados e a sua "mais-valia" apropriada pelos capitalistas, agora os jovens revoltam-se porque não têm "esperança no futuro" e são marginalizados. Em ambos os casos há sempre uma explicação social útil, que ilude o adquirido político do pensamento democrático, dissolvendo-o nas mesmas perigosas ideias sobre a "justificação" da violência pela causalidade social.

De novo, aqui se está num terreno de dupla ilusão: nem a "revolta" é tão "social" como parece, e inclui dimensões criminais, de vandalismo juvenil, de "mentalidade", que não são redutíveis à economia, como são deliberadamente minimizadas as motivações de ordem cultural, religiosa e civilizacional, bastante mais importantes do que parecem. É evidente que há factores "sociais" que explicam o que se passa, mas não é por aqui que se vai longe. Há desemprego, guetização, marginalidade, exclusão e racismo, mas há também outras causas de que se evita falar, tão "sociais" como as anteriores, como seja o efeito em populações deprimidas da intensa subsidiação do providencialismo do Estado, gerando expectativas artificiais e um direito permanente de reivindicação, cada vez mais incomportável numa Europa em declínio, da recusa do trabalho por uma "vida de rua" sem controlo, nem "patrão", de discriminações sexuais de origem cultural e religiosa que têm a ver com a ideia patrimonial da mulher muçulmana pelos homens da sua família. O urbanismo dos HLM é culpabilizado, mas cada uma das cités que agora se inflama - e pouco sabemos, porque ninguém nos quer dizer, se é significativo o número de "jovens" envolvido - é um verdadeiro paraíso comparado com os bidonvilles onde os emigrantes portugueses viveram.
Que a explicação "social" circulante é um passe-partout simplista, torna-se evidente quanto ela se centra na condenação da acção policial, na recusa da criminalização dos actos de destruição e violência, na ênfase na culpabilização do Estado, do Governo e dos políticos, na sucessão até ao infinito das desculpas para o que acontece, como se fosse inevitável que acontecesse. Abra-se um jornal, ouça-se uma rádio ou uma televisão, assista-se a um debate e é desculpa sobre desculpa, tudo isto culminando com a conclusão que os "jovens" têm razão em "revoltar-se". Ora isto tem mais a ver com a política do que com a sociologia.
É por isso que nenhuma desta mecânica explicativa se usaria se os tumultos tivessem origem em grupos racistas da extrema-direita, ou de grupos neonazis. Aí, o que se ouviria de imediato era o apelo à repressão, a criminalização ideológica, a exigência de acções punitivas drásticas. Ora, tanto quanto eu saiba, a proliferação de grupos neonazis, na Alemanha de leste, por exemplo, também traduz a mesma "falta de esperança" de uma juventude que tem elevadas taxas de desemprego. Só que aí ninguém avança ou aceita explicações "sociais", e ai de quem minimizasse qualquer violência desses "jovens" que nunca teriam direito a este tratamento tão simpático, mesmo quando também são jovens...
Outra variante da desculpa "social" para a violência é o factor identitário, a crise da segunda geração entre dois mundos culturais muito diferentes. Só que também muito voto para Le Pen e muito da violência racista alemã traduz igualmente a crise de identidade dos nacionais, quase sempre mais velhos e encurralados, face a um mundo que lhes parece estrangeiro, agressivo e hostil.
O que está em jogo não é o pastiche sociológico carregado de culpa que nos querem vender, num daqueles sobressaltos de unanimismo explicativo, a que estamos a assistir cada vez mais desde a guerra do Iraque, feito de pouco pluralismo, simplismos brutais e ideologia dominante do politicamente correcto.
O que está em jogo é o primado do Estado de direito - contam-se pelos dedos de uma mão as pessoas que tiveram a coragem de falar das leis - e, com ele, as nossas liberdades e direitos adquiridos. Sim, são as nossas liberdades e a nossa democracia que ardem nos arredores das cidades francesas, não é Sarkozy, que, se fosse demitido, seria o melhor atestado da fragilidade do Estado francês e a receita para muitos mais tumultos em que ninguém teria mão. A oposição socialista em França e a cizânia dentro da maioria andam aqui a brincar com o fogo.

A minha geração namorou o suficiente com a violência política para a conhecer bem. Tinha as melhores das razões para esse namoro, havia um Estado ditatorial que conduzia uma guerra iníqua. Mas, como muitas vezes acontece, há uma mistura entre as melhores das razões e as piores das ideias, e há que reconhecer que o impulso terrorista que levou aos crimes das Brigadas Vermelhas também existia por cá. Se o 25 de Abril não se tivesse dado em 1974, vários grupos da extrema-esquerda portuguesa teriam caminhado para o terrorismo político que se prolongaria mesmo em democracia. Felizmente, a alegria e a força da liberdade reconquistada varreu tudo e todos e essa mesma geração tornou-se um pilar da democracia portuguesa, a que trouxe outras experiências de vida e luta.

Por isso, podemos perceber bem o que se está a passar na Europa. Os "jovens" são de facto os filhos dos imigrantes, cuja demografia salva e condena a Europa ao mesmo tempo, salva-a da extinção demográfica e condena-a a ser uma Europa em cujo espelho a antiga Europa greco-latina e judaico-cristã, a única que há, não se reconhece. Este dilema não está apenas a fazer arder os carros, está também a incendiar a democracia política com ideias que lhe são alheias e hostis.

Este dilema só pode ser superado com intransigência na defesa da lei e do direito e na proclamação, sem dúvidas, de que não é legítima em qualquer circunstância, insisto, em qualquer circunstância, o uso da violência para obter objectivos políticos quando se vive em liberdade. Este é um adquirido de muitos anos de luta, que custou muito sacrifício e muito sangue, mas é das coisas em que a Europa deve ter orgulho e não culpa. O modo como se está a ser complacente com os tumultos franceses mostra que onde devíamos ter orgulho passamos a ter vergonha, e passamos a ter culpa.

Estamos velhos e com medo, este é o estado da Europa.”

Pacheco Pereira


Led

sábado, 12 de novembro de 2005

Fósforo

Finalmente, dois anos e meio após a invasão, foram encontradas armas de destruição maciça no Iraque.

Mais concretamente, descobriu-se que as forças armadas norte-americanas utilizaram fósforo branco, uma arma química, aquando do seu ataque à cidade de Faludja, há uns meses atrás.
Foram encontrados em Faludja diversos corpos, entre os quais de mulheres, crianças e idosos - não-combatentes - cujas partes expostas se encontravam completamente queimadas por um agente que se supõe ser fósforo branco, hipótese que é confirmada por pelo menos um soldado norte-americano que participou no ataque a Faludja.

Sabemos agora que, tal como o exército iraquiano bombardeou nos anos 80 a cidade de Halabja com químicos, para matar, de forma bárbara, a sua população civil, o exército norte-americano fez o mesmo, em 2004, na cidade de Faludja.
Pormenores...
Led

quinta-feira, 3 de novembro de 2005

Album of the week: In Your Honor - Has Dave Grohl stretched himself too far?



"As Dave told NME a few weeks ago, it was never part of the Foo Fighters game plan to end up in Planet Rock's premier league, either. In Dave's head this is the same band that began as the few demos that he threw together while bored in the fall-out from Nirvana. Over the years, the line-up has stabilised into guitarist Chris Shiflett, bassist Nate Mendel and, of course, everybody's favourite peroxide party lieutenant, Taylor Hawkins on drums. Sure, they've happened upon a few pan-generational anthems along the way, the best of which being 'Everlong' from 1997's 'The Colour And The Shape', a song so preternaturally uplifting that I want it at my wedding and funeral. But Dave remains fully aware that his place in history remains as a drummer, proved post-Nirvana by electrifying stints with Queens Of The Stone Age, Garbage and Nine Inch Nails. Both of those factors have meant the guy has become a demigod; and when he found himself headlining Reading for the second time, it forced a rethink.

"It was amazing how popular we'd become. We'd reached a level and it meant something," he said. In other words, Dave's decided he wants a piece of the pie in his own right. And who on God's earth could blame him?

'In Your Honour' sets out to blow apart the perception of Foo Fighters as a glorified side-project in the same way that 'American Idiot' destroyed the notion that Green Day were thick. And Dave has done such a great PR job of talking up this record as 'definitive' that there's a heftier weight of expectation surrounding it than any record he's been involved in since 'In Utero'.

Everything about 'In Your Honour' is over the top. For starters they built their own 8,000 square-foot warehouse. Next they decided to use it to make that most preposterous of labours, a double album, one half formed from their heaviest metal, the other an acoustic disc so slight that it's barely even there. No more mixing of messages. This is where they have become great.

Disc One features loads of thundering guitars and manic drum breakdowns, classic Foo structures (brash verse, anthemic chorus) and aggressively contemplative lyrics. Single "Best of You" muses furiously about the frailty of the human heart, asking clunky questions ("Were you born to resist, or be abused?/ Is someone getting the best of you?"), Grohl's chest-screams barely seeping through his bandmates' soupy guitars. The song fades out where it should climax, bleeding into "DOA", a twisty, death-obsessed cut ("It's a shame we have to disappear/ No one's getting out of here/ Alive") with docile vocals (that almost sound as if they were snatched from another song.) Meanwhile, the 70s rock-infused "Resolve", a dynamic call for tenacity, is memorable-- but still weirdly reminiscent of nearly every Foo Fighters single ever shot to radio
It's the quiet half that really makes you point and look. We've been here before of course, their starting point clearly being the solemn 'Walking After You', again from 'The Colour And The Shape'. And there was a lone moment of sublime contemplation that really did deserve a revisit. Here, finally, is the sound of a band pushing themselves, in its very restraint. If you were in Foo Fighters, it really must be difficult to resist the temptation to rock out with your cock out, but they manage it here. Disc Two opener 'Still' wafts in on a cushion of opium reverb and its feet never quite touch the ground; it's apparently the tale of a teenage suicide Grohl witnessed back in Virginia at the age of ten. Already you get the feeling that after having a rip-roaring good time of the rock half, this is actually the new Foo Fighters album. The seriousness continues on 'Friend Of A Friend', a harrowing story of wasted youth that dates back to Grohl's earliest days in Nirvana. But there's light as well: Taylor Hawkins, the band's resident funboy, gets a go at fronting the band on the zippy, handclappy 'Cold Day In The Sun', the closest cousin of vintage acoustic Foos tracks like 'Big Me'. But most striking of all is the fabled Norah Jones collaboration 'Virginia Moon', a lilting bossa nova smooch that's all the more lovely for being played totally straight.

Dave wanted this to be remembered as the definitive Foo Fighters album. Well, we're afraid that one's still 'The Colour And The Shape'. 'In Your Honour', on the other hand, feels a bit like your bedroom partner trying on all kinds of flash costumes and gadgets to try and excite you, and the realisation that it wasn't really necessary and they wouldn't have had to bother had you just shown them a little more love in the first place. But then you still have a rip-roaring session anyway, even if you do now have to live with the image of your girlfriend having the face of Dave Grohl.
There is a ten-on-ten single album lurking somewhere within this record's mammoth tracklisting but even that wouldn't be the sort of Green Day-style reinvention that silly us were expecting; because you don't want that from Foo Fighters. Like New Order or the post-Richey Manics, they've always been the sound of survival, and survival is a dependable, workmanlike thing that, just like Uncle Dave, is never supposed to be too dangerous. At least when he isn't behind the drumstool, Grohl is never going to make your spine do somersaults and you wouldn't want him to. The guy that once did that - his mate, our Messiah - is dead. Instead, Grohl can rest easy simply being the everyman. 'In Your Honour' is fine, but Dave didn't need to try being superhuman, because there goes my hero: he's ordinary. "
From Pitchfork and NME

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