sábado, 24 de fevereiro de 2007

Vem


Vem. Quem? Não sei. Ninguém, a graça, o milagre. A beleza impossível. Vem. Amanhece devagar, é a hora de passares. Não digas nada, não quero mais nada, que é que poderias dizer? Nem precisas de olhar. Quero apenas estar atento ao teu passar. È um momento único, não posso deixar perdê-lo. É um instante combinado em toda a eternidade e se o perder não vai acontecer jamais. Combinei-o com os astros, a ordem infinita do Universo, não é um acaso casual. Todos os biliões das nebulosas e das estrelas que nelas brilham foram reguladas nas suas órbitas para nesse instante passares. A graça, o impossível. Eu estou preparado para te ver passar e mais nada. Virás na aragem da tua essencialidade e eu ver-te-ei desaparecer na neblina com que nos afastam o que é já longe. Estarei presente no instante breve de passares. Vem. Eu espero. E toda a massa infinita do Universo integrar-te-á e ao nosso encontro na ordem e perfeição da sua infinitude.

Led

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