quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

Ainda é possível ultrapassar a mera possibilidade

Ricardo Quaresma, o génio dos génios, o Harry Potter do Dragão, resumia e concluia desta forma:

« O que senti quando vi aquele remate bater no ferro? Fique triste por ver a bola a bater na trave, mas como todos nós sabemos o futebol é mesmo isto. Reagimos bem e tivemos mais oportunidades que o Chelsea. Mostrámos que temos valor para ir a Londres e ganharmos o jogo. Acho sinceramente que podemos vencer em Londres. Mostrámos que não somos inferiores ao Chelsea e criámos várias ocasiões para marcarmos golo. Infelizmente não o conseguimos, há que continuar a trabalhar e manter a consciência tranquila porque fizemos tudo para vencer. Nos últimos dez minutos senti-me um bocado cansado, sobretudo por estar a jogar com uma equipa de topo e por ter feito tudo para ajudar a equipa».
O nosso ( e sempre) grande Mourinho desculpava desonestamente a derrota da sua equipa na última passagem pelo Dragão com o facto de não ter sido “um jogo a sério”, imagino que este finalmente o tenha sido...Se a sua mente engenhosa assim o deliberou, então considero este grau de seriedade do Chelsea francamente acessível ao intrépido FCPorto de ontem à noite, o FCPorto infatigável da “garra” e do arrojo que claramente o individualiza das restantes equipas grandes nacionais quando o desafio é elevado e laborioso. É deste Porto que eu gosto e me orgulho de ver jogar e adorava que a entrega apaixonada fosse sempre do mesmo calibre contra qualquer adversário. Por isso, tal como FJViegas, concordo que “Todos os adversários do F. C. Porto deviam chamar-se Chelsea”.

O FCPorto que não tem medo de correr riscos, de aceitar desafios, de ir à luta, por mais incerto que pareça o seu desfecho. Aproximámos o esférico por 4 vezes do fundo das redes de Petr Cech, mas só por uma vez entrou. Dominámos o jogo quase por inteiro e por várias vezes quase banalizámos a luxuosa equipa londrina. Podíamos também dizer que atacámos inconsequentemente e apenas o quanto o Chelsea ia deixando, mas esta perspectiva é só meia-verdade. A outra verdade é que , pela entrega afeiçoada, foi injusto este empate com o Chelsea. Empatámos com o campeão oriundo do 2º campeonato mais competitivo da actualidade, com uma equipa formidável cheia de talentos, com um orçamento infinitamente superior ao dos dragões (95% acima li algures) e treinada pelo melhor do mundo. Quem quer vencer o Chelsea tem obrigatoriamente de se aproximar da perfeição e ter alguma sorte, porque qualquer erro pode ser fatal. É uma equipa que sabe controlar o jogo sem arriscar muito e sempre a jogar no erro do adversário. Por todas estas razões o desafio era à partida desigual mas fiquei convencido no final que o F.C.Porto era capaz de um pouco mais. Partimos agora como eliminados para Stanford Bridge , onde o Chelsea de Mourinho só perdeu uma vez em casa. Por acaso até foi numa eliminatória dos oitavos-de-final da Champions e este Porto já nos obrigou a acreditar na transcendência e na superação dos desafios mais abrolhosos e emocionantes que muitas vezes teceram o seu caminho glorioso nesta competição. No dia 6 de Março, e mais uma vez contra todas as expectativas, eu acredito não só na possibilidade mas na sua concretização! Não é esta a magia do futebol?

Led

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