domingo, 26 de março de 2006

Repulsivo, chocante, intolerável, atrasado, bárbaro, medieval, hipócrita, inconcebível....

Como muitos de vocês deverão saber, Abdul Rahamn, um médico de 41 anos, enfrenta um processo no tribunal de Kabul por conversão ao Cristianismo. O julgamento começou na semana passada e, de acordo com as leis islâmicas, pode vir a ser condenado à morte. Apesar dos esforços do Governo de Kabul para lhe poupar a vida, os líderes islâmicos, perante um pecado tão grave, não abdicam de o decapitar:

O New York Times informa-nos que os clérigos afegãos utilizaram as orações de sexta-feira para clamarem pela morte de Abdul Rahman, o afegão que enfrenta a pena de morte pelo terrível crime de se ter convertido ao cristianismo.
A exigência da execução de Rahman foi a resposta dos religiosos afegãos face à crescente pressão internacional e aos protestos em relação a este caso, restritos ao Ocidente, tanto quanto me tenha apercebido nem uma única voz do mundo islâmico condenou a barbárie. Não obstante ainda esta semana 300 «intelectuais» do Islão se terem reunido no Bahrain, para discutir os ataques ocidentais ao Islão, mais concretamente para lançar mais achas para a fogueira, em rescaldo, da guerra dos cartoons, pretendendo mobilizar os muçulmanos em defesa do Profeta e do Islão, associado ignominiamente a violência pelos ocidentais.
Como recordou Mawlavi Habibullah a cerca de 1000 clérigos e jovens reunidos em Kabul «O Afeganistão não tem qualquer obrigação ao abrigo de leis internacionais» e «O profeta diz que quando alguém muda de religião deve ser morto».

Habibullah e outros devotos muçulmanos exigem que os políticos e juizes afegãos resistam á pressão internacional em relação ao caso já que, como enfatizou o Sheikh Asif Muhsini, um clérigo shiita, a constituição afegã estabelece claramente que «Nenhuma lei pode contradizer o Islão e os valores da constituição».

Esta é também a opinião de Mohammad Ayaz Niyazi, um egpício versado na lei islâmica que se deslocou a Kabul para participar na resposta a mais este ataque do Ocidente ao Islão, ou nas suas próprias palavras «Nos últimos tempos têm ocorrido ataques em série ao mundo islâmico, começando com insultos ao sagrado Corão [provavelmente alegações injustificadas de que contém incitamentos à violência e desrespeito dos direitos humanos], insultos ao profeta [paz seja com ele que determinou que um apóstata não tem direito a viver] e agora a conversão ao cristianismo de um afegão [insulto dos insultos]».
O Diário Ateísta reitera o seu apelo a todos, crentes e não crentes, para manifestarem a sua indignação pelo caso. Por exemplo assinando esta petição.
Mais desenvolvimentos: depois de ter escrito este post li no Washington Post que os clérigos afegãos, incluindo «moderados» como Abdul Raoulf, preso três vezes por oposição ao regime taliban, advertiram que, caso o governo afegão ceda às pressões internacionais e liberte (ou não execute) Rahman, incitarão os populares a «desfazê-lo em pedaços».

Porque como afirma o «moderado» Afghan man who converted to Christianity «Rejeitar o Islão é insultar Deus. Nós não deixaremos Deus ser humilhado. Este homem tem de morrer».”

In Diário Ateísta

Será que o Profeta se indigna com as caricaturas e se enche de gozo com as decapitações?
Abençoado seja o pensamento-livre!

Led

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