quinta-feira, 9 de fevereiro de 2006

Oportuníssimo


"Stumbled round, you I found
Adored your glory and you my story
Then you let me down, let me down
You know we're the same
Once I frowned, then I found
The one I love, as if from above
You smile at me, I smile at you
We were the same
You are not an enemy
You are not an enemy
Gentle as the sky
Please don't ask me why
You are not an enemy
You are not an enemy
Gentle as the sky
Please don't ask me why
I cry"

JJ72 - Nameless

Led

4 comentários:

Lunapapa disse...

Eu concordo plenamente com a liberdade de expressao, mas isso comporta respeito e alem de tudo, sensibilidade. Associar uma religiao inteira ao terrorismo, principalmente nesta altura, vai bastante para alem de liberdade e demonstra bastante falta de sensibilidade. A base de entendimento de culturas tao diferentes e’ o respeito. E’ claro que qualquer solidariedade acaba com os actos fanaticos que temos assitido, desnecessarios e descabidos.

Ledbetter disse...

Sugiro-te a ler o ponto 1) e o ponto 9) da postada “10 actos livres de expressão”. Não pode haver limites à liberdade de expressão senão deixa de perder o sentido. Podemos criticar, satirizar e atacar todas as ideias e convicções, incluindo as religiosas. É isso que define a liberdade. Quem se sente ofendido protesta, responde, escreve cartas, faz petições, organiza boicotes, exprime o seu desagrado por meios pacíficos. Contesta as opiniões, não contesta a liberdade de expressão. Ela foi conquistada em mais de 200 anos de sangue, suor e lágrimas e à custa de ferir a susceptibilidade de muita gente. No Ocidente, valem as regras do Ocidente. As regras que estão plasmadas nas nossas constituições, na nossa legislação e nos nossos costumes. Quem não aceita essas regras básicas - quem acha nomeadamente que pode apelar ao homicídio por delito de opinião - não tem lugar nas nossas comunidades. Temos o dever de tolerar opiniões intolerantes, mas não temos o direito de tolerar actos intolerantes e criminosos. Numa democracia, as pessoas não têm o direito de protestar com actos de violência. Não existe liberdade de expressão de bom senso pois isso é subjectivo. É aceitável que os jornais publiquem opiniões «ofensivas». Todas as opiniões são potencialmente ofensivas. Mas não é contudo o conteúdo que está em causa mas a possibilidade de o podermos fazer sem sofrer ameaças ou represálias cheias de ódio e aversão. As convicções e as leis de uma comunidade religiosa só vinculam os crentes dessa religião. Eu sou agnóstico e portanto poderia considerar toda esta reacção como uma falta de respeito e de bom senso para comigo. Não faria as caricaturas, mas acho legítimo que alguém interprete uma parte do mundo islâmico como associado ao terrorismo simplesmente porque não quero fechar os olhos à realidade. Mas na minha indignação não vou queimar bandeiras do Irão ou Síria ou Líbano, ou fazer explodir embaixadas ou mesquitas como os fundamentalistas fizeram às estátuas de Buda em Bamiyan. Mas os cartoons em causa não ultrapassaram nenhum dos limites da liberdade de expressão. O que é lamentável nesta polémica é que haja gente no Ocidente que discute mais afincadamente a sensatez dos cartoons do que a absoluta admissibilidade dos cartoons, como se a cautela fosse mais importasse que a liberdade. Os ocidentais que defendem isto estão em simples denegação sectária.. Quando criminalizamos as opiniões (mesmo as mais detestáveis) estamos a demolir por dentro a nossa própria liberdade.
**

Lunapapa disse...

Eu nao acho legitimo associar uma religiao com 1.2 bilioes (1.2 bilioes!!!) de pessoas, a uma parte pequena de uma Islamismo fundamentalista. Infelizmente nao podemos fechar os olhos a realidade mas isso nao leva ao associativismo de todos os cristaos ‘a historia podre, manchada de mortes, da Igreja e muito menos nos leva a associar os alemaes a uma Guerra.
Eu condeno brutalmente todos os actos de violencia (e loucura) que o cartoon desencadeou, e isso, faz-me perder a “solidariedade” inicial ‘a causa. Nao sou muculmana e sou de esquerda e alem de mais sou sensivel. Eu nao me esqueco da pobreza extrema em que estes, quase 1.2 bilioes vivem, e o que significa para eles a religiao, a base e verdade de tudo. E assim, a minha liberdade e’ tambem responsavel pela liberdade dos outros. E por isso acho uma falta de sensibilidade um cartoon, como esse, ter saido numa altura como esta.
Bj**

sergei disse...

Lunapapa,
é bem verdade que esta coisa das generalizações nunca é de fiar a 100% mas até parece que o barrete lhes serve. Os senhores que fizeram os cartoons terão uma visão dos mulçumanos, que certa ou errada, só poderá ser desmantelada por esses mesmos mulçumanos.
Quanto a não esqueceres a "pobreza extrema em que estes, quase 1.2 bilioes vivem, e o que significa para eles a religiao, a base e verdade de tudo", devo aconselhar a leitura do seguinte post:

http://egyptiansandmonkey.blogspot.com/2006/02/boycott-egypt.html

Atenta às imagens e à data de publicação delas. Observa ainda alguns factos de ordem económica que vão ocorrendo no Egipto e na Jordânia.