domingo, 24 de julho de 2005

Não há pão mas há sempre circo



“Praça da Alegria”, “Portugal no Coração”, “SIC 10 horas”, “Às duas por três”, “Você na TV”, “Preço Certo”,...de manhã, à tarde e à noite! Temos os canais de televisão completamente saturados deste tipo de programas durante quase todo o dia...mas será que ninguém controla esta merda? Farto de ver o ridículo Goucha abichanado e a outra cabra loura desconhecida, ou do dissimulado Jorge Gabriel e da barbie Sónia Araújo... cheio de Fernando Mendes e da sua postura excessiva de “Zé gordo da aldeia” ...enjoado do angustiante pateta-ridículo José Figueiras e da vasta panóplia de matarroanos, dread-queens, bichas loucas e de modelos anorécticas de 15 anos...Insuportável!...alimentamo-nos de tudo o que é pimba, saloio, barato, imagem, superficialidade, facilidade, ócio...“Mundo VIP”, “Quinta das Celebridades”, “Caras Notícias”, “Êxtase”...horrível! Se fosse primeiro ministro por um dia extraditava ( para a ilha da Madeira, provavelmente) imediatamente tudo o que fizesse parte da comunidade degradantemente designada de vip...sinto que ultrapassei a fase de gozo para a fase de irritação completa.. Não me sinto melhor ou pior do que ninguém para fazer esta crítica tão óbvia e tão fácil a este mundo pueril mas trata-se apenas de pura revolta e cansaço absoluto... encarem esta post como um desabafo pessoal. Já não consigo mesmo suportar este culto ridículo em volta de pessoas inúteis que só servem para realçar as fortes clivagens da nossa sociedade. Precariedade...nulidade....autênticos parasitas que nos enchem a TV, a rádio e revistas todos os dias. Apresentadores e entrevistadores ousadamente ordinários, convencidos, vergonhosos...não há responsabilidade cívica...não existe pedagogia...tudo a servir-se e a estimular este circo burlesco de tábuas rasas.. De um lado a triste evidência da crise económica, do desemprego, dos despedimentos em massa e do horror dos incêndios ...do outro personalidades sem valor que afrontam e gozam com as nossas caras todos os dias, dando alento à premissa de que não é necessário esforço na vida para se atingir reconhecimento. Colectividades que vivem da imagem e da estéril paisagem cultural nacional. Vivem do mundo sórdido da moda...elites super-valorizadas, ignóbeis prostitutas e chulos que engordam à custa da humildade ignorante alheia...bando de parolos, vazios, inúteis, egocêntricos, improfícuos, diletantes...O que lhes interessa são cirurgias-plásticas, roupa, festas, estrangeirismos, estilistas, praia, benfica, emigrantes, um qualquer romance com um qualquer jogador de futebol, câmaras, silicone e dietas milagrosas. A alienação completa sob a forma de um nacionalismo tacanho e desvirtuoso. É este o nosso trágico e sádico país...

Led (detesto as tardes de domingo)

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