segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Há homens

em que o orgulho pesa arrobas. Densas camadas de soberba ocupando todo o espaço de disponibilidade ao reconhecimento de terceiros. O elogio é assim visto por estes como uma sujeição vexatória ao de quem secretamente admiram. Mas é uma admiração velada direccionada, normalmente restrita a um pequeno grupo de interesses comuns. E o modo de ombrearem tal submissão intolerável adquire por vezes nuances de desconsideração mal disfarçada. Mal disfarçada com o propósito do rebaixamento ser mais perceptível e depreciativo mas com o resguardo frouxo da conjecturada distracção. Há pessoas em que o desdém é assim a forma inata de reclamarem uma estatura que não têm. Conseguem facilmente reconhecer o valor de outro desde este lhes esteja “longe”. Um ente subjectivado, virtual na esfera de disputa sempre personalista. Porque o que interessará sempre é a importância exclusiva da nossa pessoa no grupo restrito em que nos movemos. Difícil para os orgulhosos descer do pedestal refulgente do protagonismo. Há homens em que o alcance da sua pretensão é directamente proporcional à pequenez do seu carácter.

Led

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