quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

"Eu posso lá morrer, terra florida"

Ainda que só em escassas suspensões nos demos conta...a vida é tão extraordinariamente bela que a inexorabilidade da morte nos é intransponível à imaginação. E então estacamos aí. Há todavia que reconhecer a inclemência da natureza. E resignarmo-nos. E aceitar. Como eu não. E ainda assim…levar comigo para sempre este sol como um cântico que acende lá fora o céu fulgente de azul que rememora em mim um arejamento de mar, levar a neve da minha memória provinciana e infantil, ouvir para todo o sempre o rumorejo glacial de um ribeiro incerto da mocidade. E observo em mim a eternidade que não tenho, na intensidade vertiginosa deste instante fugidio. Céu cerúleo e espairecido de Janeiro que escolta em si um rumor marinho. Como me apetecia cravar em ti a volição mareante de não mais retornar...

Led

12 comentários:

nuno disse...

"cerúleo"...
chiça, matos. andas a ler folhetos de marcadores fluorescentes?

qq dia estás a escrever coisas tipo "ah!, o balanço da onda de 475nm que ilumina o mar do ano passado."...

Ledbetter disse...

Desculpa se não tem "piça" nem "caralho" nem "foda-se"...

Ledbetter disse...

Mas eu desculpo-te o reparo. Suponho que já não vês céus limpos há muito...

nuno disse...

éh, mal disposta.
um gaijo faz uma referência científica ao comprimento de onda da cor cerúlea e é este o tratamento que recebe?


vais ver quantas vezes mais utilizarei o dicionário para entender os teus postes.

Ledbetter disse...

ahahah!
Estou aliás muito bem disposto!
Devias ver-me a sorrir de prazer a escrever "foda-se"...

Ledbetter disse...

Não tens nenhum crayon cerúleo?

nuno disse...

nops. zero crayons. mas tenho um daqueles porta minas onde as minas estão numa cena de plástico e quando se acabam tiras a da ponta e metes no cu da lapiseira. tás a ver quais são?

nem uso cá dessas proteínas que brilham no escuro. foi aí que aprendeste a palavra?

Ledbetter disse...

Népia. Acho que foi numas tintas acrílicas que vi num pintor aqui da faculdade..

nuno disse...

agora fazem-se caricaturas a cor?

Ruben disse...

gostei da cena

sergei disse...

aaaah, o homem do lixo ainda existe enquanto entidade internética!

Ledbetter disse...

Impressionante, o mítico...