domingo, 16 de julho de 2006

Mais um dia morto de sol


O calor diabólico ainda e sempre. Hora suspensa de combustão lenta. Logo de manhã, uma canícula africana. Toda a casa, de persianas e estores fechados, tem uma luz velada de sombra. Mas mesmo assim. É um calor que nos começa nos ossos, se desenvolve para o exterior em quebreira e lassidão. Como uma inércia inserida em cada concavidade e em cada célula. Derretimento interior, completo, insuportável. Que saudades de uma chuvada a sério. Da que se ouve na cama, tilintando nas telhas e nos ferros que eram da roupa e seriam agora apenas a música da chuva. Ou da que se vê da janela, balançada a grandes ventos e a um rumor saudoso num espaço de mar. Lá fora é o inferno.
Led

2 comentários:

João Gaspar disse...

Deus, de visita:
-"Está calor aqui no Inferno"
o Diabo:
-"Agora imagina em Beja!"



Abraço!

Ledbetter disse...

Pobre diabo!:)
Abraço!