quarta-feira, 26 de julho de 2006

Faz o que eu digo, não faças o que eu faço

Aqui está uma notícia interessante sobre o herói-poeta da democracia e da velha-guarda ideológica socialista.

Que terá o notável Movimento de Intervenção e Cidadania a dizer sobre o caso?

Led

6 comentários:

sergei disse...

mas... mas... mas é legal!
...

Ledbetter disse...

Legal! Mas quando foi questionado sobre a justiça o nosso arauto da cidadania esquivou-se no mais cínico do argumentos, que não é o primeiro a beneficiar de tal pouca-vergonha, e tranquilizou-nos porque iria receber apenas um terço do vencimento de deputado (mas a totalidade dos 3 meses que trabalhou para a RDP). Ahh... eu ainda me lembro das cobras e lagartos que ele ia bramindo cheio de atrevimento sobre as reformas milionárias de António Vitorino, Vítor Constâncio , Santana Lopes e de outros deputados da assembleia...Será que ele tem coragem agora e em nome da cidadania e da justiça social para falar mal do sistema e servir de exemplo moral para os restantes acumuladores de vencimentos?

Ruben disse...

correio da manhã... esse grande jornal.

A campanha orquestrada contra Manuel Alegre, por causa da atribuição de uma pensão da CGA, é mesquinha e malévola.
Os factos: (i) Manuel Alegre era funcionário da RDP quando foi eleito pela primeira vez deputado; (ii) a lei dispõe que os deputados não podem ser prejudicados na sua colocação, pelo que não perdem o seu lugar, mesmo sem exercerem a sua actividade (mas neste caso não recebem a remuneração, obviamente); (iii) Manuel Alegre manteve os descontos para a CGA pela sua actividade suspensa, calculados pela remuneração de deputado, como é de lei; (iv) chegado aos 70 anos, foi compulsivamente e automaticamente aposentado pelo emprego que nunca deixou, com a pensão correspondente à remuneração que serviu de base aos seus descontos para a CGA; (v) porém, continuando a ser deputado no activo, ele não poderá acumular por inteiro a pensão e o vencimento de deputado, tendo de optar por um deles e 1/3 do outro (isto, segundo a nova lei aprovada já neste Governo, pois antes poderia acumular os dois montantes).
Acresce que, se ele tivesse querido, ele poderia ter requerido a reforma logo que perfez as condições para isso, podendo portanto ter acumulado essa reforma e a remuneração de deputado durante vários anos. Em vez de ser louvado por não se ter prevalecido desse privilégio (como muita gente fez...), Manuel Alegre é injustamente acusado de uma imoralidade, sem nenhum fundamento.
[Publicado por vital moreira]

26.7.06 in http://causa-nossa.blogspot.com/ post de dia Quarta-feira, Julho 26 entitulado "Não pode valer tudo"... e de facto não pode mesmo.
quem dera a muitos ser como ele... o "herói-poeta" (bah!)
um abraço ivan

Ledbetter disse...

Meu caro, quando a notícia saiu ainda não se sabia metade da informação que se sabe hoje, 3 dias depois. Mas o que está em causa ainda agora não é apenas Manuel Alegre e a legalidade do seu ganho (como até já tinha dito), mas um sistema de pensões que tem buracos por todo o lado e contra o qual o próprio tem criticado desde sempre.

Manuel Alegre, como funcionário da RDP, foi reformado (é obrigatório aos 70), na categoria que lhe correspondia naquela empresa, apesar de estar a exercer como deputado. Legitimamente optou por receber um terço desta reforma para continuar a auferir na totalidade o seu ordenado com deputado. Acho que valia a pena referir neste ponto que o justiceiro Manuel Alegre foi um dos que vetou uma lei de Sócrates que impedia por completo a acumulação de vencimentos e limitação dos benefícios fiscais por parte de deputados. Vá-se lá saber agora o que passou na cabeça do batalhador da lógica aparelhista para anular uma proposta de lei tão justa e socialmente honesta …Como se sabe essa lei não passou na assembleia, sendo alterada para uma outra onde se poderia manter 1/3 de um segundo vencimento, como este caso serve de exemplo.. O que o sempre imparcialíssimo Vital Moreira se esqueceu também de mencionar foi que enquanto Manuel Alegre não disser que trabalho fez e que vencimentos recebeu e descontos fez durante os 3 meses, que deram origem às contribuições que valeram a pensão de 3200€ da RDP, a dúvida pressiste. Mais em relação ao modo como a gestão da Segurança Social tem sido feita do que a Manuel Alegre, diga-se de passagem. De qualquer modo, o modo como Alegre respondeu na primeira entrevista que lhe fizeram sobre o caso, onde ignorava por completo a quantia da sua reforma e o modo como foi feito descontos e onde foi deixando suspeitas subliminares sobre os vencimentos do PR não lhe ficaram mesmo nada bem…

O resto é difamação fácil, meias-notícias e cabeçalhos sensacionalistas.

Ruben disse...

permite-me um citação/resposta em forma de comentário à nossa troca de ideias, aqui vai.

"quando a notícia saiu ainda não se sabia metade da informação que se sabe hoje, 3 dias depois."
- verdade, tem mais cuidado com as fontes que usas


"Mas o que está em causa ainda agora não é apenas Manuel Alegre e a legalidade do seu ganho (como até já tinha dito), mas um sistema de pensões que tem buracos por todo o lado e contra o qual o próprio tem criticado desde sempre."
- verdade, o sistema de pensões está cheio de buracos e maningâncias das quais muitos cidadãos-podres se aproveitam. mas se queres mesmo criticar o sistema de pensões usaste a noticia errada com a pessoa errada com a fonte errada,... mas parecia tão facil, não parecia?

mas como tu disseste (e bem)
"O resto é difamação fácil, meias-notícias e cabeçalhos sensacionalistas.". portanto, não queiras contribuir!
ahh... o heroi-poeta!
abraço
ivan

Ledbetter disse...

Eu acho que tu já deverás saber como funciona a orgânica efémera deste meio especial de informação porque acredito que percebeste que fiz apenas alusão a uma notícia que estava na ordem do dia e que estava a ser comentada por toda a blogosfera. Agora outra coisa é imaginar um dia ter de tomar precauções especiais antes de publicar o que entender com receio de ofender a susceptibilidade de seja quem for até porque neste caso reafirmei por várias vezes a legalidade (apesar de achar imoral) do caso de Manuel Alegre e de outros deputados que usam e abusam do mesmo sistema de acumulação de vencimentos.

Agora - e antes de o considerares a ele como exemplo cívico e eu no polo oposto como instrumento promotor da calúnia e difamação (;)) - o que eu não entendi de facto é se leste com atenção tudo o que eu escrevi?