Nevoeiro de chuva pertinaz cai ainda e eternamente na memória cansada. Do palácio da infância em ruínas lá atrás dás o primeiro passo e avanças receoso, acometido de choro e raiva e de um medo profundo, milenar, terrivelmente excessivo....Um halo de encantamento, uma ternura morta longínqua, dissipa-se no ar para nunca mais... Quase de rastos, atravessas o longo pavor da noite e da tempestade e do agouro das trevas... E perdido no confuso tropear surdo do universo te atiras por fim para um fundo esquecimento de deuses, ídolos e infernos ressuscitados, da vida e da morte abstracta no limite... Mas de repente por sobre os espectros das sombras submersas, uma dádiva sem margens abre-se toda perante a dispersão do teu olhar. Estás portanto só nesta noite plácida e silenciosa no teu monte ermo. Que se levante então agora de grandeza e de uma consciência nova o teu destino de seres Homem em face de ti e do mundo por vencer...
Led
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