Não fui à primeira edição do sudoeste (1997) nem à segunda. Fui às 4 seguintes. Mas dizem os veteranos que a segunda foi a melhor de sempre. Parte pelo espírito inovador de um certame (adoro esta palavra) único na área, parte por culpa de um cartaz verdadeiramente delicioso para os melómanos alternativos da altura quando a palavra indie ainda era um charada radiofónica. The Cure, PJ Harvey, Placebo, Sonic Youth, Ash, etc traziam pela segunda vez as maravilhas sonhadas à realidade de uma campina alentejana esquecida debaixo de uma imensa estratosfera estrelada, como só ali é possível. Perdeu-se muito desse espírito desde então, ganhou-se em comodidade. O festival afrouxou na música como sua principal finalidade. Investiu em tudo o que não devia interessar. O Paredes de Coura veio substituí-lo e mais tarde o Super Bock. Mas enfim, isso são contas de outro rosário. De qualquer maneira, segundo os mesmo especialistas calejados, houve um concerto que marcou definitivamente essa edição mítica de 98, um concerto que fechou em chave de ouro o fim-de-semana deixando no espírito dos festivaleiros o característico trago de arrebatamento colectivo. Geoff Barrow e Beth Gibbons traziam-lhes o enlevo vaporoso e catártico de temas como “Numb”, “Mysterons” “Glory Box “,“All Is Mine” e fechavam com a inconfundível “Sour Times”. “O melhor concerto de sempre do Sudoeste!”, dizem os entendidos. Não fui, mas arranjaram-me no mês seguinte uma bootleg do concerto. As guitarradas atmosféricas e psicadélicas de Adrian Utley deixaram-me boquiaberto. Jurei jamais deixar escapar a hipótese de os rever. Passaram-se 10 anos e mantenho a promessa.
Led ("certame " é uma palavra lindíssima)
Led ("certame " é uma palavra lindíssima)
1 comentário:
Estive na primeira... e na segunda... e que concertos memoráveis... fabulosas histórias que tenho para contar na primeira pessoa. :D
Infelizmente, não cheguei a tempo de conseguir bilhete para os Portishead em Março passado. Fica o concerto de há 10 anos marcado no meu top 5, e marcante para a vida.
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