terça-feira, 27 de março de 2007

They're back!

Lengthy crescendos, heavy distortion, ferocious drumming and soaring melodies Part III of the Chapter…
"It's easy to get lost in the strange balance between delicacy and muscle. " - The Onion (A.V. Club)
Magnificent!
Led

segunda-feira, 26 de março de 2007

Para lá das sombras

Findou neles o distante trabalho das gerações e nós agora não temos pais. Calaram-se neles as últimas palavras de amor e nós só conhecemos a saturação do prazer e da ostentação em massa do ego narciso camuflado de humanismo e individualismo progressista. Acabou neles a razão do heroísmo e nós só conhecemos o incerto , o cínico e o tablóide. Com eles morreu a arte e para nós sobrou o consumo da sua ruína com a puerilidade de uma cultura mecanista, imediatista e tecnopositivista com todos os ismos que se projectam do frenesim do consumismo involuntário. Cessaram nos nossos pais todas as religiões e todas as anti-religiões, que eram religiões do avesso, e a sua herança a transmitir foi apenas o desespero ou o silêncio dos profetas do vazio. Turbou-se nos nossos pais a certeza da justiça e a força de carácter e a instituição que nos foi legada é apenas a do cárcere politizado, com o preso e o carcereiro em papéis recíprocos e transaccionáveis. Perdeu-se nos nossos pais o conforto do saber, e a tranquilidade dos sistemas oscilou no desassossego. Quebrou-se neles a firmeza do afirmar, e dela regressámos para antes de ser firme. Corroeu-se neles a ideia de beleza e o que amealhámos para herança foi só quando muito o encanto do execrável das aparências. Mundo no limite a gritar de desorientação. Escuto em mim um eco morto- de que voz irreal? De que voz por nascer? Apocalipse sem anjos nem trombetas, o fim veio devagar como o silêncio da noite. E no entanto, a um instante lúcido e fugidio, na humildade do desastre, na polvilhação dos astros deste céu indiferente, no sol de uma nova manhã, uma flor nova irrompe- nova. Como a genesíaca flor ao vento sobre a face da terra. Porque nós estamos vivos e esta grandeza assim se nos coube. A nossa hora. Mais alto do que os deuses, porque aos deuses inventou, que o homem tente agora inventar-se a si mesmo. Que uma nova era se erga – vai erguer-se, eu o sei, nós o sabemos. Noutro mundo. Sob outro céu. Num novo alvorecer.

“There was a sense of disappointment as we left the mall
All the young people looked the same
Wearing their masks of cool and disinterest
Commerce dressed up as rebellion

Because we are so handsome and we are so bored
So entertain us, tell me a joke
Make it long, make it last forever
Make it cruel just make me laugh
We can't be hurt”
Uniform- Bloc Party
Led

sábado, 17 de março de 2007

quarta-feira, 14 de março de 2007

Distância de vertigem

E uma ternura sufocada sobe agora em mim. Uma necessidade bruta de te dizer que o calor do meu sangue precisava ainda algum tempo do teu para ser humano, e não a água tépida que depois veio a ser. Precisavas de te ter demorado um pouco mais, até o calor estabilizar no calor que me forneceste para eu ser fora de ti sem o saber. Mas se te não fosses, vê tu, nem saberia ou teria coragem para dizer-te isso, que nem sequer chega a final a ser sabê-lo dizer. Estou ainda e sobretudo hoje que passa um ano, confundido da tua ausência definitiva, que, quando passageira, tinha a definitividade e o conforto oculto de saber que algures existias. Julgava-te imortal, por direito consuetudinário. Ignorei naturalmente os avisos constantes da finitude que traziam os invernos agrestes que passámos na aldeia. Habituei-me a considerar-te estável como as leis do Universo. Mas morreste. Contra toda a verosimilhança, contra toda a lógica da vida, voaste para o intangível, para o absurdo que se explode em impossível. Porque, bem vistas as coisas, tu partiste de tão longe de mim, quando para longe pela última vez partiste. E no entanto, se isto se te pode dizer, cumpriste bem a tua vida no que é de se viver, com as satisfações e as amarguras que se lhe pertencem. Oitenta e dois anos são uma idade quase bíblica, e na Bíblia, como sabes avô, tudo tem a medida do perpétuo. Tenho na memória a tua imagem pousada no caixão com os corvos ao lado despachados no hábito e no folclore de conformidade, chorando a tua morte para chorarem a deles. Aberto de grandes espaços, o vento gélido da serra vibrava o seu augúrio de sombra. Vento de montanha, memória súbita de infância e o olhar suspenso da sua irrealidade. Fecho os olhos e escuto ao embalo da legenda. Legenda vã, memória de nada- é o nada que me é tudo na sua inesperada visita. Não estavas mal, com o teu ar recolhido sobre a nulidade do teu corpo morto. Mas não me dá jeito ter essa agora, feita do que te falsifica na exactidão de ti. Prefiro a de quando eras vivo e plausível, com o teu riso desdentado que era mais forte que tu, como quem tem com a vida um entendimento secreto e afirma nela a verdade de não haver morte. Prefiro essa para te imaginar ainda em casa, sentado no teu canto da cozinha com o lume aos pés ou coxeando pelo corredor, para eu poder quando quisesse viajar até ao mito que ficava em ti e destruir nele um pouco do meu desamparo...
Led

terça-feira, 6 de março de 2007

The Last Kiss - Garden State Part II


“Kim: Having a crisis are we?

Michael: Do I look like I'm having a crisis?

Kim: Everyone I know is having a crisis. I know you are not supposed to get them until midlife but I think something's happening to our metabolism

Michael: Our metabolism?

Kim: yeah I mean the world is moving so fast now, we are all chasing something so fast that we start freaking out long before our parents did. Feel my heart...Feel how fast it is?

Michael: ...that's a fast heart!

Kim: cause we don't ever stop to breathe anymore... You gotta remember to breathe or you'll die...”


Led

Hide and Seek

Imogen Heap - Hide and Seek

where are we?
what the hell is going on?
the dust has only just begun to fall
crop circles in the carpet
sinking, feeling

Led

quinta-feira, 1 de março de 2007

Silverchair’s “Young Modern” – A New Tomorrow?

Ora aí está! “Straight Lines” , o primeiro single de avanço ao 5º álbum da banda australiana já roda pela esfera musical digital desde o início da semana e tem chegada formalizada às discografias mundiais a partir do dia 10 de Março. O novo álbum, entitulado “Young Modern”, foi gravado entre 4 países e 3 continentes tendo como “warmp-up” uma curta tourné de preparação entre várias cidades do continente australiano, Nova-Iorque, Los Angeles e Toronto ( nada de Europa, como já vem sendo habitual!). “Young Modern” visa desdenhar em absoluto as referências habituais da banda com base nos tempos pressurosos , misantropos e artisticamente enfadonhos de “Frogstomp” e “Freak Show” e promete caminhar para um futuro bem mais ecléctico e descomplexado retirando nuances melódicas dos dois últimos álbuns da banda e ainda à sofisticação sintética mais radiosa do projecto a solo de Daniel conjuntamente com o DJ Paul Mac - “The Dissociatives” . O resultado predispõe uma miscelânea bizarra de alusões de ambos os cosmos Pop e Rock com prometidas pinceladas de um mundo novo ( cujas menções a Beach Boys, Queen, Pink Floyd e Bowie não deixam de surpreender) desvelado por Johns nos 5 anos que permearam desde o último registo oficial . Diorama” foi considerado pelos apreciadores como o auge de maturação musical do jovem geniozinho de Newcastle tornando por isso sobremaneira inquietante a expectativa em torno do novo disco.

Diz o próprio vocalista do embate de ideias no novo trabalho e do categórico desfasamento entre a nova e a velha identidade do grupo:

"I've been thinking a lot since we finished the album about were this fits into the other stuff we've done. The way I see it the first album was naivety, the second one was anger, the third one was depression and the last one was escapism. Young Modern is all about acceptance. It's about embracing who we are as band and just really enjoying ourselves because that's all that really matters. Hopefully listening to this album will make other people feel what we feel when we play these songs together because I've finally figured out that that's a very special feeling."

Com “Young Modern” Johns revela-nos um nova linguagem adaptada a uma nova concepção e filosofia de vida - a aceitação tranquila das leis do destino – Epicurismo, diria eu se percebesse o que dizia! Para ele mas sobretudo para nós (os que gostam, não me canso de o dizer), que não temos outro remédio senão a adaptar-nos à ideia de factum:
Silverchair is dead, long live Silverchair!

Esta é a lista de temas do novo álbum apontados pelo site oficial com data planeada de registo nas lojas australianas no dia 31 de Março:

1. Young Modern Station
2. Straight Lines
3. If You Keep Losing Sleep
4. Reflections of a Sound
5. Those Thieving Birds (part1)
6. Strange Behaviour
7. Those Thieving Birds (part2)
8. The Man That Knew Too Much
9. Waiting All Day
10. Mind Reader
11. Low
12. Insomnia
13. All Across The World

Ah, já me esquecia! Este é o novo vídeo – “Straight Lines”:


Led