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"Cerca de uma semana depois de um editorial em que, a propósito da questão das caricaturas dinamarquesas, aconselhava bom senso, o director do Público reflectiu melhor e chegou a outras conclusões. Ainda bem. No editorial de hoje, José Manuel Fernandes afirma que,
«por mais voltas que demos ao assunto[,] é difícil fugir ao essencial: a ‘guerra’ dos cartoons não foi desencadeada por um obscuro jornal dinamarquês, foi orquestrada por todos os que, no mundo islâmico, mesmo sem serem islamistas, recusam uns a modernidade, outros a democracia, a maioria ambas. A guerra foi desencadeada contra nós, os cartoons foram apenas pretexto: se não tivessem sido publicados[,] os que em Dezembro se reuniram em Meca para orquestrar a actual campanha teriam encontrado outro pretexto para reagir ao que os incomoda».
Mais adiante, num esforço de assinalável autocrítica, constata que «haverá sempre cegos voluntários no nosso campo, e que utilizarão as mais melíferas palavras», pois ignoram que «mostrar fraqueza e ‘compreensão’ numa altura em que os que recusam o nosso modelo democrático estão na ofensiva não os acalma, antes os estimula».
Isto era evidente desde o início, mas vale mais tê-lo percebido agora do que nunca."
Led
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