sábado, 31 de outubro de 2009

Hooliganismo

Ninguém pára o Ben…efício da dúvida?

Led

Citações ilustres

“Os Radiohead têm fama de ser uma banda para malta deprimida, um boato obviamente espalhado por quem faz batota para se deprimir e - o que é mais grave - não gosta de música.”

Vasco M. Barreto In A Memória Inventada, Março 2006


Led

Memória fragmentada

O Vergílio Ferreira fazia a seguinte observação com os desgostos amorosos. Eu, com toda e qualquer despedida do que nos foi marcante: O mais amargo nas despedidas é que a nostalgia dolente que nos lateja no peito nos aflui de um lugar insondável da evocação e por isso se juntam nelas todas as anteriores despedidas e as que ainda estão para ser…ou algo assim.


Led

2 canções para o fim-de-semana

Nusrat Fateh Ali Khan / Eddie Vedder - The Face of Love
Eddie Vedder / Nusrat Fateh Ali Khan - The Long Road


Led

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Everything From Here To There

“Mind-Body-Soul integration”, assim define William Patrick Corgan (aka Billy Corgan) como o propósito último do seu novo blog, uma coisa a pender para o espiritual/místico de velho ancião retirado e superior ente erudito da caverna que cogita sobre o mundo enquanto vai tentando reunir os destroços de mais um projecto de banda:

"This is not a place of judgment, nor a place of making proof. We begin with the idea that there is a God. We begin with the undying belief that there is a unifying intelligence that manifests itself in Every-thing."

OK, coisas budistóides e afins...so far, so God.

Mas depois o nosso Corgan (enquanto dispensa mais um baterista) vira-se para a menos trascendental actualidade e embrenha-se na tão virulenta (…) questão da necessidade da vacina para o vírus H1N1, reprovando a onda histérica mediática que se instalou (com os meus aplausos) mas chegando mesmo a apontar o dedo ao Obama acusando-o de ter declarado como emergência nacional algo que, nas próprias palavras do presidente norte-americano, seria apenas uma medida preventiva:

“Our American President Obama has declared a national emergency about this virus, which he in his own words said was, at this point, a preventative measure. So, why declare an emergency if there isn’t one?”

Está bem…eu até concordaria vagamente assim em abstracto, pelo menos se lesse isto fora do contexto. Mas depois…

“I have read reports from people who say (as doctors) that there is evidence to suggest this virus was created by man; to call it Swine Flu is then a misnomer, as it really is Swine Flu plus some other stuff stitched together. These doctors said such genetic mutation was impossible in nature.”

Repiso: “stuff stitched together”... Ou mesmo a maravilhosa referência a essa gente credibilizada da ciência que publica "reports" que ele tão objectivamente denomina como “these doctors”...

Oh, não... You done it again, old Billy boy! Minha nossa...mas estará realmente o nosso favorito ególatra rezingão a entrar em mais uma paranóia conspirativa (do tipo religioso, por ser imune a todo e qualquer facto refutador) sobre uma suposta e secreta ordem universal que tudo controla e tudo manipula? Para a ignorância bater certa com a realidade distorce-se a realidade na medida da ignorância, ainda não sabias disso, meu caro Billy? Mas pronto, não tomes a vacina que ninguém te obriga. Mas eu explico-te o que entendi das palavras do Obama e de todos os líderes mundiais (com a correspondente vénia de um GRANDE fã da tua música) : A razão por detrás da declaração de emergência nacional tem apenas que ver com o absentismo e associado crash geral (Money! it's (allways) a hit!, lembras-te?) e não com a letalidade de um vírus apenas divergente do sazonal por permanecer mais tempo na atmosfera e assim potenciar o efeito contagiante. O risco de mortalidade é muito baixo, mas pode-se ficar uns bons (maus) dias sem se poder ir trabalhar. Humm…mas não andarás a dar demasiada atenção ao Bill O’ Reilly?

"I am not a doctor, and I am in no way suggesting that you should follow any medical advice from me."

Acho que é mesmo melhor, dado todo um historial...

Mas enfim, a cereja no topo do bolo metafísico:

"I am willing to question anything: the existence of God, the existence of me or you or Robert Zimmerman"

OK, tudo dito. E que tal questionares o porquê de até mesmo o Jimmy ter abandonado pela 2ª vez um barco à deriva e cada vez menos com formato de abóbora fantástica?

O teu blog vai definitivamente para a minha lista de favoritos. Talvez na secção de lost souls.

Led

terça-feira, 27 de outubro de 2009

As she walks in the room...


on w.a.s.t.e. central

Led

Aurora

Tolhido embevecido de ridícula aparvalhada submissão fulminado de uma tirânica e indomável opressão em vez de lhe soprar enfim ao ouvido todo o incrível e implícito fascinante do mais oculto e dolorosamente indesvendável de si enquanto à volta a saraivada tortuosa de um mundo obtuso firmado em escombros institucionalizados e certezas vãs subitamente se defraudava no tímido recurvar do olhar doce que o encontrava na vertigem intemporal e lhe ouvia sussurrar em sorriso retraído e meiga repreensão que tolo e desviando em acordo tácito palavras ímpias se demoravam fitando o halo luminoso da aurora que ainda cresce no horizonte da sua imaginação doentia torrente emotiva excessiva vaguear erradio da sua evocação que nunca tem divisas ou interdições


Led

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

6 (+7) canções para o fim-de-semana


Engineers - Sometimes I Realize
JJ72 - Formulae
Built To Spill - Hindsight
Animal Collective - Summertime Clothes
Doves - The Outsiders
Slowdive - Dagger
93 Million Miles From The Sun - Room2
M83 - Graveyard Girl
Muse - Blackout
Gregory Alan Isakov - This Northern Hemisphere
Scott Matthews - Elusive
The Cure - Maybe Someday
The Killers - Mr. Brightside (Thin White Duke remix)


P.S. Caso alguma canção ofereça problemas na audição através do leitor do blog (ex. lentidão, intermitência): " salvar como" ou "abrir numa nova janela".

Led

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

O Quinto Império: Acordai, Portugal!

Vai para aí uma sarrabulhada mais disparatada....Ouvi há pouco na rádio que existia um qualquer abaixo-assinado (com a conivência vergonhosa da mais distinta apelidada imprensa nacional) exigindo lacrimosamente à embaixada brasileira para emitir um pedido de desculpas oficial por causa daquele Silly moment da Silly Maité naquele vídeo irrelevante gravado há 2 anos. E não é que conseguiram mesmo? Hein? Podem repetir? Mas haverá coisa mais saloia e paroquial de um Portugal absolutamente pequenino, moralista e complexado? Da nação da grandiloquência sebastianista, do cabo Bojador, da grandeza perdida da pátria, do Prof. Hermano Saraiva em tom cavernoso, do “deu novos mundos ao mundo”? Mas não haverá nada mais importante e que nos possa mover a intervir em semelhantes níveis de indignação? Algo que tenha a ver com assessores de presidentes da república, por exemplo... Mas foi nesta bagatela medíocre que resultou a ressaca noticiosa pós-eleicções? Preferia a Gripe A. É que, sem desconsideração, é só uma actriz de novelas!! Mas haverá melhor forma de se estimular o estereotipo que a Maité e muitos brasileiros sempre alimentaram de nós em piadas depreciativas? Estereotipo algo insultuoso, sim. Como em todos. Sem objectividade e sentido autocrítico, também. Que até tenho dúvidas que (os de lá) acreditem realmente nele, mais um misto de desprezo e ignorância. Mas a reacção de muitos portugueses a rasar o histerismo também veio a evidenciar a nossa falta de cultura democrática quando a crítica (que tentava o humor) vem de fora. E até um estereotipo que, aproveito para informar os melindrados nacionalistas, foi criado pelas próprias elites burguesas portuguesas que dominavam o Brasil oitocentista logo após a independência (sim, continuamos os melhores a gozar connosco mesmos). Um estereotipo baseado num preconceito novo-nacionalista, oriundo principalmente das metrópoles do Rio de Janeiro e São Paulo que recebiam as maiores massas de emigrantes portugueses logo após a abolição da escravatura. Emigrantes oriundos de famílias extremamente pobres do norte de Portugal que vieram a ocupar ofícios do pequeno comércio. E aí está! Gente pobre, iletrada e com a abundância de folículos pilosos em zonas recônditas característica de pessoas desesperadas que têm mais em que pensar do que em considerações estéticas. Gente “esquisita”, pensam as muitas Maités daquele enorme país. Mas infinitamente corajosa, principalmente. Estereotipo sem especial afinidade com o Portugal actual, também. Mas um estereotipo que nós, infelizmente anjinhos e paternalistas ou positivamente indiferentes e abnegados, nunca demos grande cavaco (termo escolhido casualmente). E a isto se poderia acrescentar ainda o óbvio do reflexo da medalha corporizada no estereotipo que conservamos do país do futebol, crime, samba e prostituição (ver comentários do Youtube ou fórum TSF). Mas este caso mostrou-nos ainda pior... Vai-se treslendo rapidamente os comentários ao vídeo e a reacção é ainda mais pavorosa. Fica-se absolutamente aterrado com o racismo latente... não só com os comentários dos portugueses, diga-se em abono da verdade. De ambos. E é que estão mesmo bem uns para os outros no nível de indecência. Dos comentários dos brasileiros ressalta um desdém que é típico dos países grandes. Uma arrogância enorme e ao mesmo tempo uma permanente desculpabilização: parece que tudo o que funciona mal no Brasil resulta de termos sido nós os colonizadores há quase 200 anos. E dos Portugueses, um complexo de inferioridade e provincianismo que é verdadeiramente confrangedor e inquietante. Eu acho que este episódio absolutamente irrelevante tem apenas uma pequena vantagem antropológica. Ajuda a dissipar alguns equívocos culturais que existem na relação entre os portugueses e os brasileiros (a sagrada mitologia dos países irmãos). De facto, tirando as novelas e a música brasileira que os portugueses consomem, os portugueses e os brasileiros não se conhecem - os portugueses sabem pouco da cultura brasileira, os brasileiros não sabem nada da cultura portuguesa (o que até é normal, dada a desproporcionalidade 1/20). Os brasileiros vivem mal com a sua história e isso tem a ver com a maneira como se relacionam com Portugal. E os portugueses também vivem mal com a sua história, mais isso já todos nós sabíamos ou então bastaria deslocarmo-nos a Santa Comba Dão. Mais, o caso evidencia que somos parecidos pelo menos num aspecto. Numa enorme falta de respeito que temos por nós próprios. Se a auto-estima dos portugueses é realmente abalada com uma pequenina cuspidela numa fonte do Jerónimos, então vou ponderar emigrar. Para a Argentina, provavelmente. E eu sou daqueles que, apesar de tudo, ainda prefere a Maité ao Scolari.

E o Cavaco, já falei do Cavaco?


Led

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

6 (+6) canções para o fim-de-semana


My Bloody Valentine - You Made Me Realise
The Pains Of Being Pure At Heart - Higher Than The Stars
Death Cab For Cutie - Meet Me On The Equinox
Cats On Fire - Lay Down Your Arms
Thom Yorke - Hearing Damage
Muse - Undisclosed Desires
Concerto For Constantine - Minsk
Black Rebel Motorcycle Club - Done All Wrong
Vampire Weekend - Horchata
Kings Of Convenience - 24-25
Hope Sandoval & The Warms Inventions - Trouble
Bon Iver - Lump Sum (live at Riverside 11-10-09)

P.S. Caso alguma canção ofereça problemas (e.g. lentidão; intermitência) na audição através do leitor do blog: "salvar como" ou "abrir numa nova janela".

Led

3 a.m.

Well its 3 a.m again, like it always seems to be. Drivin northbound, drivin homeward, drivin wind is drivin me. And it just seems so funny that I always end up here, walkin outside in the storm while looking way up past the tree-line. Its been some time…Give me darkness when i’m dreaming. Give me moonlight when i’m leaving. Give me shoes that weren’t made for standing. Give me tree-line, give me big sky, get me snow-bound, give me rain clouds give me a bed time…just sometimes...

Gregory Alan Isakov - 3 a.m.



Led

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Prosa de um funcionário cansado

Adormecer. Ver apagar-se ao longe o ruído do ser-se em colectivo. Ver apagar-se ao longe o ruído do ser-se em disputa e em jactância inútil, deixar para trás toda a matéria terrosa que obriga a ser-se em público e devassidão, dar por suspenso o combate mecânico e a obediência proletária, a necessidade de fazer o seu “número” coreográfico como o trapezista do circo, a agitação e o receio de empenhar expectativas, e os sorrisos palacianos e compassivos, e o linguarejar interminável e estéril, ser o paladino ascético da vida em abandono, apodrecer ao sol indolente da meia tarde, recolher à enseada da eterna promessa e aí quedar, não olhar muito para a abóbada celeste do futuro de um futuro incerto, limitá-lo à sua certeza obtusa, que é breve demais para ser certeza futura. E ser-me em tudo longe...Noite finda, trémulo bruxulear de claridade que ainda resiste. Estender ao morno da quietude. E ser-me em tudo longe...Adormecer...

Led

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Memória sem face nem nome

Uma certa hora de aragem estival, de gotas de chuva fria lucilando no beiral, do aceno final do sol no véu nacarado, de uma certa lua promitente no crepúsculo, do rumor ameno do vento numa madrugada nefelibata. A beleza indistinta que se não sabe dizer. A memória pura sem referenciação. A memória de si mesma. Tão pouco isso que é tanto. Porque é o tudo que isso cifra e fica em nós como a ressonância do mistério que por tudo isso se estende e diz para sempre adeus...


Led

O caminho faz-se a andar

Cansado de te perderes. O astro do firmamento que te conduz e nunca viste perde cintilação e o que em ti era sentido bussolar. Há uma treva cerrada no teu encalço. Há uma treva cerrada para o teu caminhar. E a única máxima que te sobra é a de estares aí parado. Cansado de te perderes. De perdido andares. Não pares.

Led

Snap Shot

Passou a sua vida a elaborar uma frase tão inovadora, tão original e tão bizarra que rapidamente se tornou em máxima irrevogável. Suicidou-se logo em seguida porque se tornou numa Frase feita.

Led

Asilo

Teve em jovem a sua ideologia cativante e temível. Mas envelheceu com ela. E com a velhice as perdas de memória. E daí a obstinação que o tornou num maníaco extravagante e amorável.

Led

Não ser eu toda a gente e toda a parte

O maravilhoso amparo comunicador do novo mundo cibernético. Os fóruns sociais. Como o habitual afluir de expedientes quando a moléstia é insanável. Os fóruns sociais. Disfarçam com deslumbramento e alarido tecnológico a nudez do monarca no seu trono solitário.

Led

Mentiroso compulsivo

Se queres mentir com eficácia histórica comprovada, põe-lhe tanto de exotismo como em detalhe. Foi assim que se teceram os grandes ideários políticos e religiosos.

Led

Fósseis

O tempo arcaico das palavras. O tempo de as conversar e de não as atropelar. O tempo das ideias encorpadas em vez de bocados medíocres de cortiça seca transaccionáveis como artigos de supermercado. O tempo epistolar antes do tempo s.m.s. O tempo em que havia tempo. Esse tempo. Fóssil arcaico adequado a museu como o esqueleto de Lucy.

Led

Porvir

Vem, Sol espantadiço. Vem, Sol fugidio. Adornas a coroa mas não amornas a coração. Avisto contigo os horizontes da vida e da linha que os percorre. Mas calor que me faça sorrir não vem. Aqueço-me à memória de quando vinhas e do que em mim ia contigo e me fazia sorrir nesse teu vir. Vem, Sol medroso. Vem, Sol clandestino. Regressa amanhã. Talvez eu me agasalhe contigo e o calor que acalento em mim tenha preguiça em partir.

Led

Vives

rodeado de enigma e jamais lhe serás relevante. Aceita-o, respira-o. E aconchega-te nele como no seio morno que te fez divino por um só ocaso entre duas noites eternas.

Led

domingo, 4 de outubro de 2009

Back to the music

Volcano Choir - Island, IS

Led

Imaginação ao poder

É talvez a altura certa para o declarar em tom solene e oficioso:

Este blog (assim como o requintado diabrete seu criador) apoia com veemência a candidatura “Coimbra com Ambição” à autarquia de Coimbra, encabeçada pelo Prof. Álvaro Maia Seco.

Sem querer cair em excessiva retórica oca de campanha, destaco apenas o dinamismo, honestidade, rigor e visão integrada de futuro que bem caracterizam o candidato em questão.

É tempo de acabar com 8 anos de marasmo, inaptidão, oportunismo e constrangimentos judiciais protagonizados pela maioria PSD/CDS/PPM e da não surpreendente conivência do PCP.

Como em todas as campanhas visando o preestabelecido, este será certamente um combate difícil e entre forças desequilibradas, mas também só assim certamente valerá a pena no final.

Muito boa sorte!

Estou indisponível para impropérios e directrizes de consciência apolíticas.;)

Led

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

6 (+5) canções para o fim-de-semana

Supersuckers - I Say Fuck (live, 90...)
Nirvana - Endless, Nameless
Wipers - Return of The Rat
Sonic Youth - Malibu Gas Station
Melvins - Lizzy
Dead Boys - Sonic Reducer
Mudhoney - Tales of Terror
Fastbacks - Just Say
The Vaselines - Son Of A Gun
Alice in Chains - All Secrets Known
Nirvana - The Man Who Sold The World (live, 92)

P.S. Caso alguma canção dê problemas no leitor do blog: "salvar como" ou "abrir numa nova janela".


Led

Album of the week: AIC - Black Gives Way To Blue

"These songs will strike a chord and make a similar impact on all of you out there that were moved by this band in the first place." - Layne Staley

Led