A noite que desce. Obscurece-me o espaço das quatro paredes. É a hora de nos dispersarmos de nós, de o domínio de nós nos escapar, de cedermos à fraqueza que é a nossa. É a hora de estarmos desprevenidos. Da redenção espiritual, segundo alguns cultos. Do esconjuro luciferino, segundo outros. De ambos, provavelmente. Imagens vãs, fantasmas do nosso desvario. Multiplicam-se-me no incerto da hora, na irrealidade bruxuleante que separa o dia da noite. Escrevo no desamparo e no alheamento alucinado. Ronda derradeira do que imprevisto me obceca, me transgride de imponderável e fascinante. Não o digo – não o digas. Guarda-o apenas num desvão de ti, no sítio do irrisório e inútil. Mas chega. Fecha a janela. Apaga a luz. Não olhes para trás. Regressa ao homem de ti.
Led
13 comentários:
foste jantar fora.
Antes fosse.
Hoje não parece ter sido um dia feliz para ti, por qq razão. Mas ficas bem mais bonito com um sorriso na cara!
Cheer up! Bjoo!
Como alguém escreveu aqui antes: caca sintética esmigalhada em fracções. Posts avulsas arquivadas desde há muito. Só esta foi em tempo real. Mas um gozo imenso ver esta tralha desencaixada publicada em cadeia. Mas não é suposto tirar nenhuma ilação psicológica sobre o meu estado de espírito. Deixo isso para os contemplativos noctívagos. Há horas felizes e horas menos felizes, a maior parte uma repetição banal da mediania.
Baci
andas a beber que chegue?
Ando. Deve ser disso. Mas come on’! Isto não é uma post triste ou piedosa! Eu posso ser. Mas a post não. Mesmo se o fosse, não faz de mim mais ou menos feliz. O que eu escrevo tem muito pouco a ver com a rotina ou forçosamente reflectora do meu estado de espírito. Isto não é nem nunca será um diário. São trechos errantes e não são para serem levados com muita seriedade. E não te cansam as novas gerações de blogs carregados de polidez e optimismo naturalista? Com citações e conselhos de vida a apelar ao humanismo? Bahh… Não foi o Saramago que disse que ser um acólito do optimismo nos tempos que correm é uma obscenidade? Aí está uma coisa em que até concordamos...
graças a deus, não julguei o que disseste.
nem a tua felicidade. estou meramente a julgar a tua ebriedade. existe esta palavra?
http://www.mousebreaker.com/games/tallstump/playgame
Ok, estava então a responder a quem me perguntar futuramente porque tenho pressentido uma vaga tendência para a análise psicológica da coisa…
A ebriedade existe. Eu sou a prova viva. Pelo menos logo à noite.
Reparaste que me corrigi?
sempre alerta!
Não tenho nada mais para dizer sobre esse link senão isto:
andas a beber que chegue?
é um bom jogo, não é?
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