segunda-feira, 23 de julho de 2007

Pausa

Saturado de lutares, cansado de te procurares no que em ti é de mecânico e em exterioridade sociável. Mas agora esquece o que te é em obediência proletária. Escreve em abandono e desapego, qualquer merdice plausível e aceitável. Mas escreve. É a pressão enorme de criar, sem razão de haver barro para a criação... Quantos te ouvem? Para quantos és audível? Não o és para quase ninguém. E que isso interessa? Aquieta-te no sem-fim do lembrar. Sossega no teu nada tranquilo, não voltes mais. O silêncio é o teu lugar. Fala nele para ti, desfaz-te no teu linguarejar interminável e estéril. E cumprirás o teu destino de Homem como a loucura cumpre sempre o seu numa sala vazia.
Led

2 comentários:

jorgeferrorosa disse...

Vou escrever sim... e o silêncio é o meu lugar.
Um abraço da Alma

Unknown disse...

Por momentos pensei que estavas a dedicar um post ao Saramago.

Hugzz!