Porque sempre o achei um escritor medíocre; Porque não suporto pessoas arrogantes, muito menos quando são escritores; Porque o seguidismo provinciano e os fáceis elogios em torno da sua obra e da sua pessoa provocam-me náuseas de aversão; Porque as pessoas cada vez menos têm espírito crítico e comem o que lhes derem; Porque não é sempre fixe ignorar a sintaxe, a sinalização e a pontuação; Porque estas artimanhas chamam a atenção mas não são suficientes para se escrever um bom livro e para se ser um bom escritor; Porque a falta de humildade é gritante; Pela leviandade e desrespeito com que zombou de grandes génios da literatura portuguesa contemporânea ( ex: Eça, Antero, Fernando Pessoa, Vergílio Ferreira...) resultante de uma profunda inveja e azedume que nutre por quem sente superior a ele; Porque é fácil ser superior a ele com excepção do pretensiosismo que facilmente se lhe lê no olhar; Porque é desesperante ler 10 páginas das suas ultimas obras; Porque finalmente encontrei um comentário sincero e coincidente com a minha OPINIÃO sobre a sua obra:
"O António Lobo Antunes é um chato. Quanto a mim poderia dar um contista razoável mas nunca mais do que isso. A unanimidade à volta do seu nome, a la Mourinho, é um mau sinal. O rapaz anda a escrever o mesmo livro há vinte anos. Poderia ter empregue melhor o seu tempo. São calhamaços de macaquinho repetindo os mesmos truques. São muito raras as pessoas que têm estômago para ler ALA e os que o fazem, fazem-no pelas razões erradas. ALA é um escritor para se oferecer e com isto quase que não preciso dizer mais nada. Todos os novos escritores lusos falam de ALA como de Deus na Terra. Parece que o rei vai nu há demasiado tempo. Ninguém lhe diz a figura que anda a fazer? Pensando-se um grande escritor quando, afinal, é um tipo que, se trouxe alguma coisa de novo, foi num ou noutro livro e já hà muito tempo. Deprimem-me estes casos de gente que pensa andar a fazer boa figura quando, afinal, é só um produto, uma estatueta para ocupar um determinado espaço nos jornais e na literatura contemporânea.
Da sua obra aproveitam-se dois ou três livros, em termos de inventividade, sendo o resto cópias afectadas, agravadas de autismo pelo tempo que vai passando.
Leio por estes dias o Exortação aos Crocodilos. Um ou outro bom capítulo ( os tais contos ) e o resto uma perda de tempo, um deserto incomodativo de decadência. Os mesmos tiques, as mesmas infâncias perdidas, os mesmos bibelots, os mesmos sitios...terei pachorra para acabar? Sim, terei. Quero fazer uma recensão a tentar explicar o que quero dizer com tudo isto."
Tirado de Escala-Estantes
Led
5 comentários:
Eu ca' gosto dele!!!
Tenho um livro do homem do qual li 100 páginas. Não é uma leitura fácil, não senhor, mas na altura não tinha tempo para ler mais do que 7 ou 8 páginas de cada vez. O que pela forma de escrever do senhor torna a leitura complicada! A ver vamos se lhe pego outra vez para aferir realmente o que acho dele!
No entanto, também me mete impressão o facto de sempre que dou de caras com declarações dele andar sempre a cascar em tudo o que é escritor, que para ele são uma treta e ele é que é bom e não sei que mais...
Luna baby!:)
Ainda bem que gostas, só espero que não o faças pelas “razões erradas”!
Espero também que não o leves tão em conta, tenho a certeza que concordas comigo quando digo que há obras e escritores bem melhores por aí do que ele e os livros dele.
Sergei, quando acabares de ler livro ( que segundo as tuas palavras só acontecerá lá para 2008), diz alguma coisa! Ou não!:)
Porque acho que a maneira de ser do “tipo” se mistura com o que escreve, naturalmente!
Porque a minha opinião foi também à pessoa que ele é na vida pública, nunca disse o contrário.
Porque não o invejo em nada.
Porque a minha opinião é apenas a de um leitor decepcionado e não a de um crítico literário à Eduardo Prado Coelho. Continua a ser somente a minha apreciação e por isso tão válida como a tua.
Os meus argumentos podem ser patéticos (e com muito prazer) mas os teus contra-argumentos são desleais e cobardolas.
Se ele te serve como génio, tudo bem! Cada um de nós tem o direito de escolher as suas próprias referências. Eu continuo a achar os livros dele intragáveis, como os de muitos outros escritores, enfim. Porém o caso dele aborrece-me mais pelas críticas ciumentas que tem feito aos escritores que mais aprecio.
Enfim…tenho pena que sejas apenas mais um destes comentadores registados com 10 ou mais nicknames que anda a rondar o mundo dos blogues pronto a mandar umas farpas e ir embora. Comentadores cheios de ousadia e intrepidez nas palavras mas que não têm a coragem suficiente para mostrar o profile . É pena! Gostava de saber mais sobre o que tens a dizer do mundo e da vida. Mas como tens uma “elasticidade intelectual” fora do normal nunca o poderemos perceber, não é? É pena que não possa ter mais consideração por ti.
Caro João Paulo:
A minha opinião é obviamente discutível porque se trata somente de uma apreciação pessoal, como em qualquer obra de arte. Assumo que não sou um entendido da sua obra e nunca pretendia ser dono da razão. Talvez seja preciso conhecer outros autores que ele menciona várias vezes como referências ou mais romances seus para que possa “valorizar” melhor a sua escrita...de qualquer modo incomoda-me essa tese que parece ser defendida por si (sem modéstia) que é preciso estar num “nível superior” de leitura das obras de ALA para se poder opinar sobre as próprias...esse sobranceirsmo intelectual eu acho lastimável, com todo o devido respeito! As suas obras não são apenas para os académicos literários e por isso são susceptíveis de serem criticadas por qualquer um, inclusive pela minha pessoa com os meus “patéticos” argumentos.
Percebo o valor que lhe dá, ou no fosse ele um dos eixos da sua tese. Deixo portanto as análises mais científicas e profundas para estudiosos como você se diz ser. Consegui completar apenas um livro dele (“Não Entres Tão Depressa Nessa Noite Escura”) e não gostei. Talvez porque ache que ele se serve de uma linguagem de choque com abuso e pouca naturalidade. Parece-me apenas um efeito de marketing, visual...talvez uma estratégia para chamar a atenção da opinião pública com vista o sucesso financeiro da obra. Mas posso estar a fazer falsos julgamentos com base instintiva, talvez nunca o virei a saber. Também sei que não gosto da maneira vaidosa como ele classifica os seus próprios romances – de revolucionários e inovadores. Só se for mais na estrutura e estética linguística, porque seguramente não me pareceu no conteúdo. Acho que o pretensiosimo se nota claramente nas suas obras. Essa suposta regra do desprendimento total entre o “escritor” e o “narrador”, não me parece correcta e absoluta. O próprio ALA já disse publicamente numa entrevista que os seus livros e as várias personagens integrantes são todas espelhos dele próprio, facto que você já deverá conhecer de certeza.
Por isso reafirmo tudo o que disse. Não gosto da escrita dele, não aprecio a sua figura pública e abomino a maneira como exala constantemente desprazer sobre outros escritores portugueses, sobre a literatura nacional em geral e sobre o próprio país..
Cumprimentos e boa sorte para a tese.
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