sexta-feira, 31 de outubro de 2008

You still love me and you pushit on me

Não existem canções verdadeiramente geniais?

“We’ve been trying something a little different this tour. We’ve been looking at one of our songs from a different angle, under a different light, so we can hopefully kind of see it almost for the first time. We’d like try that for you tonight, is that okay? We’re gonna need your help though. We’re gonna need your help and your permission, so we need you to find a comfortable space, that is not only comfortable, but vulnerable.

I want you to shut your eyes and go there, and we’ll meet you on the other side...”

Tool - Pushit (live in Portland - "Salival")

Led

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Da crise de resultados no dragão

Têm sido conturbados os recentes desenvolvimentos desportivos pelas hostes portistas. A indiscutível hegemonia a que o meu FCPorto me habituou nas últimas duas décadas preparou-me muito mal para estas mini-crises. Mas sejamos claros. O FCPorto não está bem e sinceramente não percebo exactamente o que se tem passado. Digam o que disserem e apesar de não ser o fim dos tempos (de notar os problemas análogos e a fraca qualidade do futebol praticado pelos rivais da 2da circular), não é normal duas derrotas consecutivas no Dragão e logo com duas equipas francamente inferiores. Uma nevrose colectiva de causas aparentemente desconhecidas. Apesar de tudo parece-me já um facto consumado que este FCPorto tem uma equipa indisfarçavelmente mediana (sem qualidade para ir muito longe na Champions) e inferior à época passada. Não vale a pena compor fantasias. Está amplamente demonstrado que Stepanov, Benitez, Lino, Bolatti, Guarín ou Fárias não são jogadores à Porto. Assim, não querendo por isso alinhar o clássico bode expiatório pelas responsabilidades no Jesualdo (sobretudo após mais uma época miserável de compras idiotas por parte da SAD), acho sinceramente possível fazer repartir diferentemente as posições com o valor dos jogadores e render melhor o peixe (e que peixeirada de Matosinhos a de sábado passado!). Continuo a pensar que os problemas recentes na estrutura da equipa têm a ver com um subaproveitamento das potencialidades (ainda que reduzidas) do plantel. O resto é uma questão emocional que deriva da falta de confiança resultante da deriva constante de posições. Mas enfim...acho que o sistema que oferece mais garantias de sucesso a esta equipa seria um 4x3x3, nunca o 4x2x4 desajustado da segunda parte com o Leixões (com um razoável médio Tomás a inventar como lateral esquerdo e depois direito (!!) e um fraco Mariano na ala direita do ataque) ou mesmo o habitual 4x4x2 com Lucho erradamente deslocado, como se viu na primeira parte. Bastava ao Porto ter um lateral esquerdo a sério, sem a infantilidade de Lino ou mesmo de um Fucile adaptado. Do mesmo modo, o Sapunaru não é o melhor recurso para o lado direito da defesa, mas não existindo outro jogador capaz para aquela posição (estando o lado esquerdo ocupado por Fucile) é tentar ir vivendo com essa deficiência. Outra alteração imediata seria fazer regressar o experiente Pedro Emanuel à posição de central e de capitão. Rolando é uma promessa de jogador mas está visto que ainda não serve. O Bruno Alves precisa de alguém maduro no apoio defensivo. Por outro lado, uma vez que já se viu que na ala esquerda está muito abaixo de render o seu verdadeiro valor, o Christian Rodriguez devia aprender a jogar no meio ofensivo como distribuidor de jogo natural, tal como Lucho. Esta era mesmo a experiência que eu mais gostaria de ver ser posta em prática pois tal com Luís Freitas Lobo comentou ontem, nunca vi o Rodriguez como jogador de ala mas como um médio rápido de distribuição. Até à próxima época de compras o Jesualdo devia conseguir também arranjar um jogador que se adapte como médio pivot defensivo (um Raul Meireles ou mesmo o jovem Pelé) para fazer esquecer o Assunção. Esta é talvez a maior carência neste equipa de jogadores adaptados. Na frente, um Hulk veloz e potente mas que compreendesse o que é jogar para a equipa e aprendesse a jogar na ala esquerda também era capaz de ajudar. Um Tomás Costa na ala direita (ou um Tarik se estiver melhor). Um Lisandro soltinho e demolidor lá na frente. Talvez assim tivéssemos hipóteses de ir longe. Ou então não...

A minha equipa de eleição seria:

Nuno (ou Helton), Sapunaru, Pedro Emanuel, Bruno Alves, Fucile, Raul Meireles (ou Pelé), Lucho, Rodriguez, Tomás Costa (ou Tarik), Hulk e Lisandro.
4-3-3 (preferencial)

4-4-2

PS: Update - Aí estão os auxiliares visuais idiotas só para provarem que ou ando tontinho do miolo ou não tenho nada melhor para fazer (ou os dois).


Led

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Das eleições nos Açores

Se o PS tivesse perdido nos Açores todos os restantes partidos políticos (e o jornal “Público”) se apressariam a cavalgar a ideia de que era necessário tirar ilações nacionais em relação aos resultados eleitorais. Como o PS ganhou (e pela primeira vez em todas as ilhas) o destaque é como é óbvio desviado para a altíssima abstenção, “sinal do crescente descontentamento com a política dos governos do PS da República e da Região Autónoma (Jerónimo de Sousa)”. O jornal “Público”, pelas mãos do já habitual justiceiro e oposicionsita liberal José Manuel Fernandes, até chegou a concluir que foi uma fraca vitória do PS, tudo porque não atingiu a tão almejada “maioria absolutíssima” (?). Assim, no “sobe e desce” da última página, conseguiu a coisa espantosa de omitir a inequívoca vitória de Carlos César e colocar José Sócrates com uma seta horizontal, o grande responsável pelos humildes resultados na eleições açorianas...


Ao quarto mandato de Carlos César, em plena crise económica, o PS continuou a vencer em toda a linha e repete a maioria absoluta de 2004. É preciso muito desdém para tanta indecência a querer parecer jornalismo.

Led

sábado, 18 de outubro de 2008

Desafio - 10 "figuras" nacionais que faltam ser gozadas pelo humor

Tudo começou numa conversa de café (com algum álcool) e que agora extravaso para o caixote de ideias parvas que é este blog. Todos sabemos que a comédia nacional está em franca expansão. Contudo, não posso deixar de anotar que existem ainda umas quantas “prima-donas” que vão estranhamente resistindo ao campo de visão dos humoristas nacionais. Com a excelente excepção que é o segmento do jornal público “Inimigo Publico”, penso que de um modo geral ainda é possível fazer muito mais e melhor pelo humor, partindo do princípio que ninguém deve ser intocável ao foco do escárnio profissional. Sabemos como é fácil gozar com relíquias estimadas como é o caso de Santana Lopes, Paulo Portas, Valentim Loureiro, Rei Alberto João Jardim ou Lili Caneças (basta deixá-los falar ou nem isso, no caso da Lili Caneças). Mas o que eu procuro neste desafio é figuras que a comédia não explorou suficientemente ou que sempre evitou pelo respeitoso consenso geral.

Sendo assim, e sem uma ordem de importância, as primeiras 10 figuras (de uma vastíssima selecção mental que tenho construído) seriam as seguintes:

1) Herman José – não há humorista que não tenha de pedir permissão para arrotar postas devido à imensa veneração pelo senhor todo poderoso da comédia nacional. Já vai chegando a hora que alguém se chegue à frente e aponte o dedo.

2) Jerónimo de Sousa – tal como na religião, a fé inabalável no comunismo é uma fonte inesgotável de humor. O estertores de 41 anos de uma ditadura provinciana de direita ainda fazem mossas na consciência geral e impedem que o humor atinja igualmente ambos os pólos do eixo político nacional. Jerónimo, a face mais visível do PCP, é apenas o símbolo de uma ideologia caduca, austera e fundamentalista. Portanto, tem tudo para resultar no humor.

3) “O dia seguinte” – têm sido tantas as situações ridículas entre os 3 experts da bola neste programa da sic notícias – José Guilherme Aguiar e o seu bigode mafioso, Dias Ferreira e a sua bílis azeda e Fernando Seara e a sua emotividade balofa - entre elas árbitros, leis, discussões inúteis em altos berros e amuos acriançados idiotas que só uma franca cegueira humorista poderia explicar a negligencia.

4) O “taxista português” – qualquer um. Câmara em frente, pressionar o rec e deixar apurar durante 1 hora.

5) Francisco Louçã – o aspecto clean, jovem, bem-pensante e alternativo desta dita esquerda moderna e radical (de ser tão cool e anti-sistema) que tenta disfarçar o fundamentalismo da raiz tem muito para resultar no humor. Tal como no caso do PCP, as sempre comovidas encenações de gongórica a pretexto de combater o imperialismo, reafirmar a validade da luta de classes e defender os povos explorados têm tudo para serem satirizadas. O moralismo sempre foi o melhor filão do humor. Por outro lado, quando este discurso é feito muitas vezes por grupos de jovens mimados e abastados e deliberadamente mal vestidos, ainda melhor.

6) Nuno da Câmara Pereira – fadista, monárquico (e deputado pelas listas do PSD), fervoroso adepto da tauromaquia e tremendamente machista. Preciso dizer mais alguma coisa?

7) João Malheiro – o rígido e cavernoso ex-director de comunicação dos encarnados e actual comentador cor-de-rosa das tardes da sic tem tudo para ser gozado. Foi estupendo vê-lo comentar o vestido de noiva da actual mulher de Pinto da Costa. Mas estão à espera de quê?

8) Margarida Rebelo Pinto – esta já é gozada mas acho que se podia fazer muito mais. A pretensão de cavaleira do feminismo (e sempre segundo uma perspectiva masculina) e de relevo como escritora é de morrer a rir.

9) Francisco Moita Flores – escritor, investigador (de qualquer coisa), e comentador de tudo na televisão. De vez em quando também é presidente da câmara de Santarém. Come on!!!

10) Vasco Pulido Valente – o típico português. Embirrento, azedo, permanentemente desconfiado, populista, demagógico, e decepcionado com tudo e todos. E o melhor, a pretensão de ser uma autoridade relevante na crónica nacional. Contemporâneos, onde andam vocês?

O desafio fica em aberto para quem quiser.
Abraços ou beijinhos.

PS: Epá, não aguento deixar de colocar na lista o jornalista e comentador "cavaquista" da sic notícias Luís Delgado (ainda agora apareceu na televisão)...enfim, é mais um desses comentadores completamente desnecessários e sobrevalorizados que enxameiam o espaço televisivo de banalidades e medianismos intelectuais. Já merecia um "sketchezinho", não?


Led

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Litania da solidão

(...) tenho de justificar não já a vida que se não justifica mas a morte e ao contrário de Alberto Soares que quer “justificar a vida em face da inverosimilhança da morte” eu procuro antes justificar a morte em face da inverosimilhança da vida (...)

Almeida Faria em " Rumor Branco" (1962)

Led

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Gatos mais perfumados

Consternação, tristeza, sofrimento, mágoa. São tudo palavras do dicionário. Mas deixemos isso.

Esta noite assisti finalmente ao 2º programa “Zé Carlos”... e porque eu sou um gajo que não consigo mentir nestas coisas só posso mesmo dizer que o novo programa na Sic é mesmo:
Excelente! É muito bom. É bastante razoável. É mais ou menos, é fraquinho.

E digo isto porque tenho uma imensa saudade dos “Gato Fedorento”. Mais exactamente das primeiras 4 séries (Perfeito Anormal, Fonseca, Meireles e Barbosa) na Sic Radical, algures entre 2004 e 2005. Com escassos recursos mas compensados com uma infinita imaginação, inteligência, originalidade e ousadia. Humor aparentemente alheio à realidade, muitas vezes abstracto e sem um sentido único. Mas a crítica social estava lá toda nas entrelinhas. Gostava quando deixavam as interpretações para o espectador. Explicar em demasia é estragar tudo e faz de nós consumidores parvos. E no final, os escassos recursos (os mesmos locais de gravação, os planos amadores das câmaras, o guarda roupa diminuto, as musiquinhas reles de acompanhamento, etc) acabavam irremediavelmente por contribuir enormemente para o efeito cómico geral. Mas já sei. Vão dizer que era inevitável o desgaste e que o bloom de humoristas do género propalou o foco de singularidade para outras paragens no plano nacional. A verdade é que as faustosas séries na RTP e esta nova na Sic generalista mostram o lado social e conscencioso dos 4 humoristas em face do imediato concreto. Uma opção arriscada logo à partida. Mas julgo que o modelo directo não favorece a sua genialidade. Aliás, na minha opinião o modelo expirou há muito. A sedução por um horário nobre e por um público mais alargado acabou por diminuir o grau de exigência (deles e do público), subtraindo o humor erudito e imprevisível num humor mais funcional e aparatoso. O excesso obsceno de publicidade também não ajuda. Tornaram-se num produto de consumo fácil e rápido (lusco-fusco) e consensual (o pior que pode acontecer a um humorista). Acabou-se o humor pirata do boca em boca. Já todos lhes conhecemos os tiques, feitios, objectos da sátira e ódios de estimação. Arriscam menos e sente-se-lhes mesmo o desconforto pela rigidez das expectativas. O humor tornou-se muitas vezes vulgar, conformado e politicamente correcto. Não prende a atenção e desafia a inteligência como outrora. São eles próprios com as suas opiniões e portanto, humor assente em factos incontornáveis. Sorrimos, mas não gargalhamos. Ouvimos, mas logo esquecemos. De imprescindíveis para acessórios. Ganhou o humor a regra e esquadro com uma suave palmatória de causas sociais. Perdeu-se o desleixo, amadorismo e a vaga (e única) sensação de clandestinidade quando faziam rir a sério na sic radical. Tenho muita pena. Mas não quero ser mal interpretado. Continuam a ser os melhores e os maiores. Mas muito mal aproveitados. Na qualidade do humor, claro. Não nos shares de audiência. O que não deixa de ser irónico sabendo onde começaram.


Led

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Interrupção breve da greve de fome para ir almoçar

“(...) Nenhum dos nossos defensores incondicionais do mercado questiona a decisão dos governos de garantir os depósitos, mais por medo de levarem uma tareia do que por terem mudado de opinião, além disso, nesta hora todos estão com medo de ver as suas poupanças desaparecerem e o melhor é uma breve interrupção dos nossos princípios, o fundamentalismo segue dentro de momentos.

(...)

Com o silêncio dos liberais, o empenho dos anti-liberais e o cinismo dos vendedores de utopias vamos salvar os ricos em nome dos pobres e com o dinheiro da classe média. “

In Jumento


Led

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Punch lines

Os heterossexuais que repudiam o sexo homossexual deviam ser a favor do casamento entre homossexuais. Só a velha instituição matrimonial podia arrefecer o os ímpetos sexuais entre pessoas do mesmo sexo, como aliás vem fazendo com distinção ao longo dos séculos com o sexo heterossexual.


Led

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

And they all want you to change


(1:39) Não a recordação (1:20), Não a memória (1:05), Não a história de ti ou do que passa ao lado da recordação para o depósito cru de certezas onde se ajusta a vida (0:48) – Não isso, Não isso. (0:35) mas o nada que se evola como o aroma de um fim de tarde de outono (0:20), na flutuação mole das nuvens (0:25), a oblíqua presença do invisível (0:20)...indistinto já à fluidez de uma distância sem tamanho (0:15), frisado de arrepio (0:10), cintila de longe em longe como o rasto do que te morreu sem notares...(0:05)

Cerrar os olhos e regressar... aqui.(0:00)

The Smashing Pumpkins - Sweet Sweet


Led