quinta-feira, 31 de julho de 2008

Dream brother with your tears scattered round the world

Por vezes, esta exaustão insuportável que nos dá o peso colossal de nós próprios. Tão difícil por vezes controlar as sombras da nossa mente assim que as deixamos instalar nos interstícios do pensamento superficial. Insidiosas, sorrateiras, manipuladoras... Como desejava por vezes deixar-me seduzir pelo gosto canino da obediência. Em face do pavor incontrolável que é sabermo-nos vivos vivendo e não conseguirmos vencer este silêncio maciço que esmaga o escuro de terror quando todo o ruído exterior cessa, entende-se. O mistério que cava de um sentido obscuro tudo quanto nos rodeia. Percebe-se porque tantos se entregam em absoluto a uma causa ou ideologia ou ideia... Para sustentarem os sinuosos fios que os mantêm em pé. A morte é a disciplina mais difícil de aprender, já o disse alguém. Que não faz parte de nenhum manifesto político, económico ou científico ou o mais. A sua morosa aprendizagem é uma aprendizagem sem instrutor. O pedregulho enorme de mudez que a tudo submerge quando todo o alvoroço cessa. O drama do homem será sempre o de querer preencher a sua alma, ilimitada para além da sua decorada medida animal. Como lhe contestar a imortalidade? Em face de quem ou o quê o estúpido remate e a sua significação? Um deus ou um desígnio que nos tome nas costas o encargo do livre arbítrio de estar vivo – e nós expiaremos em sonhos de infinito.
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