Para incitarem os benfiquistas a comprar, a estratégia escolhida foi a política de terra queimada publicitária.
Levantar esta lebre é fazer o jogo de quem idealizou o anúncio de página inteira que está incluído nesta edição de "Record" e tem sido publicado em vários jornais a tentar promover a venda de lugares cativos no Estádio do Sport Lisboa e Benfica. A publicidade reza assim: "Alguns estádios foram feitos para estarem vazios. Outros não!" Isto é, para incitarem os sócios e adeptos do Benfica a comprarem, a estratégia escolhida foi realçar a suposta inércia de concorrentes. Uma espécie de política de terra queimada publicitária que, não tendo qualquer base regulamentar para ser condenada, não pode deixar de merecer um vivo repúdio por quem se esforça por promover o futebol. O que diz o anúncio em questão, grosso modo, é que o meu sabão lava muito branco e o das outras marcas nem sequer lava. Grande lata!Tal é o descaramento que a própria foto escolhida para ilustrar um Estádio da Luz cheio até tem lugares por preencher. Aliás, até à data, foram mais as vezes em que responsáveis encarnados anunciaram casas cheias que se verificaram ser meias casas do que as vezes em que a Luz encheu. Infelizmente. Para o Benfica e para o futebol.
A estratégia publicitária adoptada na campanha dos lugares cativos do Estádio da Luz aponta para um endurecimento da estratégia geral do Benfica na relação com a concorrência. A insistente afirmação de que "acabou a brincadeira" (quem andou a brincar?), tanto da boca de Veiga como da de Vieira, teve um episódio no minimo ridiculo à boa maneira sul-americana com a invasão dos estúdios da SIC Notícias. Uma actuação de Luíz Filipe Vieira que, com toda a certeza, não recolhe aplausos em todos os quadrantes do universo benfiquista.
Trata-se de um estilo "nós (os bons) contra todos" que fez de Pinto da Costa o mais bem sucedido dirigente de todos os tempos, mas que o próprio presidente do FC Porto já abandonou, por total inadequação aos tempos que correm. Não é possível ter uma Liga competitiva sem convergência de (alguns) objectivos, sendo que o principal é exactamente o de ter TODOS os estádios cheios. Como ideal, é claro. E, sem uma Liga competitiva, é escusado sonhar com Benficas competitivos. Aliás, Vieira está tão preocupado com o desfecho da operação "Cativos" - que só será um êxito se se traduzir num índice de ocupação do estádio ao nível do que FC Porto e Sporting conseguiram na última época - a ponto de "chantagear" os benfiquistas, fazendo depender deste sucesso comercial a vinda de um reforço. Surpresa, para poder funcionar o sonho Rui Costa. Mesmo que depois saia um qualquer Eder de um Grémio Inhumense...
Led
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