Triste jornalismo este que passa duas semanas em volta de um celeuma gerado por motivos políticos sem se aperceber do cinismo de tal actividade. A obstinação e a revalorização de insinuações gravosas e artífices fraudulentos tendo unicamente como base boatos e informações fragmentadas e deslocadas originadas de fontes duvidosas. Sem seriedade, sem piedade, sem responsabilidade cívica, sem limites o mundo balbuciante de asquerosidades e suspeições mesquinhas que servem o oco de uma oposição que queria ser credível face a este governo. Sorrateiramente, sub-repticiamente e com muito esforço de contorcionismo ético lá se conseguiu encontrar o arauto da resistência num destemido militante do PSD com investigações circunspectas e imparciais (-líssimas) no universo incorruptível da blogosfera. E o país treme e bloqueia durante quase 3 semanas enrodilhado na chicana politiqueira disfarçada quase sempre de investigação louvável ou de exercício saudável de liberdade de imprensa. Nunca se questionam os motivos , os impulsos e as circunstâncias em que tais “investigações” ao cardápio académico de José Sócrates surgiam, todo o conceituado cronista e cómico afamado concentrava as suas energias no arreio público aberto e colectivo (como sempre) pois os factos eram indesmentíveis e a interrogação do seu manejo não interessava para o caso . A Universidade Independente está a morrer aos poucos, e daí surge uma fresta de colagem da polémica a um dos seus ex-alunos que por acaso até é primeiro-ministro. E claro que não pode haver acasos quando a sarrabulhada do mundo político é metida à pressão e como é óbvio os políticos têm de ser todos iguais neste país de mentes rasas. Uma oportunidade flagrante de revanche política quando não há mais nada senão um bom escândalo que faça as tiragens disparar.
A explicação de ontem à noite de José Sócrates até me pareceu sincera e credível para quem conhece um mendinho do mundo anárquico e folgado da requisição de certificados , das equivalência académicas inter-universitárias e os regimes de exclusividade para alunos transferidos que constituem o meio académico desprezando ainda o atoleiro excepcional em que se encontra a UI . Mas como é óbvio, e ouvindo desde logo as tiradas acusadoras de Marques Mendes ( um conceituado ex-professor da triste UI) após a entrevista, as revelações serão certamente insuficientes para demover o orgulho protagonista dos treinadores de bancada e dos profissionais do mundo político, pois aposto que o cinismo e o festival de insultos mascarados de astucia jornalística ou de oposição política acutilante vão continuar durante mais uns tempos. Até que mais uma polémica surja em todo o seu esplendor de novidade medíocre...para fazer render o peixe. Os novos analistas políticos. A farófia destes moços, toda feita de ideias e palavras estereotipadas. Bom mimetismo. E a exibição dos peitorais à custa dos peitorais dos outros – da boa reputação que dá o ser “avançado”... O tom destes vivaços como se dominassem a história. Falam alto de política, de crítica, de como é que tudo deve ser, com o riso oblíquo e seguro de quem convive com Apolo. Mas há quem se impressione. Há quem não veja muito para além do espectáculo mediático e imediato, sem distinção de contexto ou distanciamento ou de reflexão moderada. Se calhar até eu... E por isso estou tonto, entediado disto tudo. Tenho evitado falar de política pela náusea que me vira do avesso. Ou porque me endureci à pressão. Ou porque toda a gente se descobriu político e não havia vaga para mais um.
Led
A explicação de ontem à noite de José Sócrates até me pareceu sincera e credível para quem conhece um mendinho do mundo anárquico e folgado da requisição de certificados , das equivalência académicas inter-universitárias e os regimes de exclusividade para alunos transferidos que constituem o meio académico desprezando ainda o atoleiro excepcional em que se encontra a UI . Mas como é óbvio, e ouvindo desde logo as tiradas acusadoras de Marques Mendes ( um conceituado ex-professor da triste UI) após a entrevista, as revelações serão certamente insuficientes para demover o orgulho protagonista dos treinadores de bancada e dos profissionais do mundo político, pois aposto que o cinismo e o festival de insultos mascarados de astucia jornalística ou de oposição política acutilante vão continuar durante mais uns tempos. Até que mais uma polémica surja em todo o seu esplendor de novidade medíocre...para fazer render o peixe. Os novos analistas políticos. A farófia destes moços, toda feita de ideias e palavras estereotipadas. Bom mimetismo. E a exibição dos peitorais à custa dos peitorais dos outros – da boa reputação que dá o ser “avançado”... O tom destes vivaços como se dominassem a história. Falam alto de política, de crítica, de como é que tudo deve ser, com o riso oblíquo e seguro de quem convive com Apolo. Mas há quem se impressione. Há quem não veja muito para além do espectáculo mediático e imediato, sem distinção de contexto ou distanciamento ou de reflexão moderada. Se calhar até eu... E por isso estou tonto, entediado disto tudo. Tenho evitado falar de política pela náusea que me vira do avesso. Ou porque me endureci à pressão. Ou porque toda a gente se descobriu político e não havia vaga para mais um.
Led
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