Corria o ano de 1999 quando saía este single do clube de fãs que ainda conservo comigo em vinil. Mais tarde era englobado na compilação de (alguns) lados B e raridades - “Lost Dogs” de 2003. Um repositório de canções que me deixou satisfeito por um lado - por trazer à luz do dia e aos novos fãs temas arquivados e difíceis de adquirição- ; mas que me deixou frustrado por anos intensos de procura, encomendas estranhas e devoção total e absorvente. Tanto emproamento para dizer que sentia simplesmente inveja da facilidade e comodismo com que os novos fãs adquiriam as músicas. Hoje percebo que todos esses esforços (também financeiros) valeram bem a pena pois hoje cada uma dessas canções é uma peça do puzzle de parte da narrativa da minha vida. As músicas em si não são nada sem o universo de emoções e memórias e significados que lhes damos. Cada portanto, uma história singular e especial sem par. Como a de uma certa vez num certo palco de um certo bar de uma certa vila raiana perdida da beira interior bem portuguesa, tentava fazer com uma amiga covers dos PJ para uma plateia de pedreiros, bêbedos, camionistas, emigrantes e pastores que nos olhavam com uma atenção boquiaberta...lembro-me que por entre a “Crazy Mary”, “Bee Girl” e “Daughter” e “Wash” lá toquei a “Strangest Tribe” e a “Drifting”...mas que estranheza, que satisfação surreal sem par....Mais alguém terá uma história assim?
Escrito por Stone Gossard, o tema em si é genial, sarcasticamente religioso. Na minha interpretação, os Cristãos da herança ocidental são a tribo estranha, tenho substituído a fé na religião com um celebração de excesso e materialismo. “Having the feast and wanting more” é apenas uma declaração de glutonaria e insatisfação.
Os acordes fantasmagóricos e aéreos, a voz quente e intimidante de Eddie que apela instintivamente a um qualquer tipo de insubstancialidade individual e o misto de estranheza e distância onírica que percorre a canção fizeram deste tema um dos meus favoritos de sempre. A canção é simples mas recua-me a uma saudade incompreensível que ainda hoje me acena de um lugar incerto. Those were the days….
Os acordes fantasmagóricos e aéreos, a voz quente e intimidante de Eddie que apela instintivamente a um qualquer tipo de insubstancialidade individual e o misto de estranheza e distância onírica que percorre a canção fizeram deste tema um dos meus favoritos de sempre. A canção é simples mas recua-me a uma saudade incompreensível que ainda hoje me acena de um lugar incerto. Those were the days….
Led
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