terça-feira, 22 de março de 2005

Jogo Justo em Futebol Jogado mas Injusto em 2 momentos cruciais

Parabéns, então,sr. João Ferreira:o senhor conseguiu,finalmente, decidir este campeonato,que não havia maneira de se decidir
1- Ontem, ao minuto 35 do jogo de Alvalade, o sr. João Ferreira decidiu abrir o caminho do título ao Benfíca, juntando-se a uma vasta campanha nacional em curso que tem como objectivo levar o Benfica ao título, nem que seja por decreto-lei.
Quando digo que decidiu, quero dizer exactamente que a anedótica expulsão de McCarthy - a mais inacreditável expulsão que eu vi em quarenta anos a ver futebol - não foi um deslize de momento, uma precipitação do árbitro. Não: ele teve vários dias para meditar na importância do jogo que estava a dirigir. Ele sabia que jogavam dois candidatos ao título e que a derrota de um deles - o Sporting-significaria que esse estava fora da corrida, e a derrota do outro - o FC Porto - significaria que ambos ficavam, com toda a probabilidade, afastados do título. E sabia, como qualquer árbitro sabe, que, num derby, reduzir uma equipe a 10 jogadores, ainda para mais a visitante, e quando ainda falta mais de uma hora para jogar, equivale praticamente a sentenciar o vencedor. Por isso, uma decisão tão determinante no desfecho quanto essa, tem de assentar num facto absolutamente incontestável por todas as partes. Ora, por mais jogos que arbitre, nunca mais o sr. João Ferreira terá oportunidade e necessidade de expulsar um jogador por ele acertar com o braço na anca de um adversário, quando este está sentado em cima dele e delibera-damente o impede de se levantar. Sobretudo quando, minutos antes, o mesmo sr. João Ferreira fez que não viu uma entrada para aleijar do Beto sobre o Quaresma - que não tinha sido, aliás, a primeira. E, como se dez contra onze não fosse já suficiente, o mesmo sr. João Ferreira, culminando uma arbitragem escandalosamente caseira em tudo, desde o critério disciplinar à avaliação das faltas, ainda tratou de expulsar também o Seitaridis, "esquecendo-se" que, não tendo ele cortado com a mão uma bola que fosse a caminho da baliza, a sanção correspondente era o cartão amarelo e não o vermelho. Podia ser até, que o Sporting viesse a ganhar o jogo com toda a naturalidade e justiça. Mas ele não deixou que as coisas acontecessem com naturalidade e justiça.
De uma assentada, o sr. João Ferreira conseguiu atingir duplamente o FC Porto: tomando decisões que se revelaram determinantes na derrota e privando a equipa de contar com McCarthy para os jogos seguintes. Numa e noutra coisa, ele não é, aliás, original: esta época têm sido inúmeros os jogos em que decisões "infelizes" dos árbitros têm resultado em perdas de pontos para o FC Porto: ainda no penúltimo jogo, contra o Nacional (ninguém falou nisso porque a exibição foi tão má que não cabiam desculpas), mas a verdade, verdadinha, e que o árbitro lisboeta perdoou mnpenalty sobre o Jorge Costa, quando havia 0-1, e fez vista grossa a uma falta sobre o Ricardo Costa que tornou possível o segundo golo do Nacional. E, quanto ao McCarthy, uma coligação de gente que não gosta de ver jogar grandes jogadores se eles forem do FC Porto - que inclui árbitros, juizes do CD da Liga, adeptos e o presidente do Benfica - têm-se esforçado e conseguido, abusando do poder discricionário de que gozam, para impedir que ele jogue, transformando - o numa espécie de carniceiro do futebol, massacrando inocentes defesas que, coitadinhos, tal como o Rui Jorge ontem, que nada fazem para provocar as suas agressões selvagens.
Parabéns, então, Sr. João Ferreira: o senhor conseguiu, finalmente, decidir este campeonato que não havia maneira de se decidir.
Miguel Sousa Tavares in "Nortada",22/03/05
Opinião de 4 árbitros sobre as expulsões :
33' McCarthy foi bem expulso por ter atingido Rui Jorge?
Jorge Coroado:
MAL.A reacção de McCarthy deveu-se a facto de Rui Jorge estar sobre ele sentado. O gesto foi do género "sai daqui". Exibir o vermelho naquelas condições é uma insensibilidade ao espírito da lei e à compreensão dos jogadores.
Rosa Santos:
MAL.Vermelho mal mostrado, o que não é novidade na atitude deste árbitro. Já aconteceu outras vezes. Foi exagerado expulsar o McCarthy quando houve outros lances mais duros. As pessoas - no caso, McCarthy - não podem ser perseguidas por circunstâncias que remetem a outros jogos.
Soares Dias:
MAL.Houve um exagero da parte do árbitro. Rui Jorge estava sentado sobre McCarthy e este tentou libertar-se, atingindo Rui Jorge na zona lombar com o cotovelo. O vermelho não me pareceu adequado. Impunha-se uma chamada de atenção ao jogador.
60' Justifica-se o cartão vermelho a Seitaridis no lance do penálti?
Jorge Coroado:
MAL.Devia ter sido mostrado um amarelo e não o vermelho. O jogador grego cortou uma linha de passe e não uma clara oportunidade de golo, até porque sobre a linha de baliza estavam ainda Vítor Baía e Jorge Costa.
Rosa Santos:
MAL.Vermelho não é adequado. A lei diz que esse cartão só deve ser mostrado quando impede a bola de entrar ou quando o jogador adversário está em posição de golo iminente. Ainda havia jogadores à frente, não era lance de golo iminente. Seria apenas amarelo.
Soares Dias:
MAL.O cartão vermelho não se justifica. O penálti é inquestionável, mas, dada a posição de Liedson, este não ficava enquadrado com a baliza, pelo que o vermelho é exagerado. O amarelo era mais adequado por Seitaridis cortar uma linha de passe.
António Rola :
MAL.Seitaridis jogou a bola com a mão, impedindo que o adversário a pudesse jogar de cabeça. Grande penalidade indiscutível. Quanto ao cartão, desta vez o árbitro foi extremamente rigoroso na exibição do vermelho. Penso que, perante o lance, se ajustava um cartão amarelo.
Led

quinta-feira, 17 de março de 2005

Chamem o Sindicato de Treinadores! Temos aqui um explorado, coitadinho...


"Venho ao departamento todos os dias: chego à uma da tarde e saio normalmente às quatro, quatro e meia, Vejo o que há para fazer, mexo no computador, vou à Internet, vejo as novidades... Nenhum técnico anterior fez isso. Nenhum! Havia técnicos que passavam por aqui de 20 em 20 ou de 30 em 30 dias. Só vou ao Brasil uma vez por mês, raramente vou mais que isso."
Nojento...asqueroso...que mundo injusto,mesmo!
Led
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Cínico ou Senil


"Só posso dizer bem de Pinto da Costa"

"O Sporting mantém relações com o FC Porto. O Sporting entende que não há corte de relações entre clubes. O sr. Pinto da Costa resolveu cortar relações e tive de entender que era comigo. Houve um período muito positivo, com relações excelentes, e dele só posso dizer bem. Tenho muita pena, porque quando o 'Movimento dos Presidentes' teve de reconhecer o seu insucesso, ele decidiu seguir outro caminho e aí as coisas pioraram"

Led
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Tomada de posse


A esperança tomou posse... sem tosse!:)
Led
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Song of the week


"I'm coming out of my cage
And I've been doing just fine
Gotta gotta be down
Because I want it all
It started out with a kiss
How did it end up like this
It was only a kiss, it was only a kiss
Now I'm falling asleep
And she's calling a cab
While he's having a smoke
And she's taking a drag
Now they're going to bed
And my stomach is sick
And it's all in my head
But she's touching his-chest
Now, he takes off her dress
Now, let me go

I just can't look its killing me
And taking control
Jealousy, turning saints into the sea
Swimming through sick lullabies
Choking on your alibis
But it's just the price I pay
Destiny is calling me
Open up my eager eyes
'Cause I'm Mr Brightside

I'm coming out of my cage
And I've been doing just fine
Gotta gotta be down
Because I want it all
It started out with a kiss
How did it end up like this
It was only a kiss, it was only a kiss
Now I'm falling asleep
And she's calling a cab
While he's having a smoke
And she's taking a drag
Now they're going to bed
And my stomach is sick
And it's all in my head
But she's touching his-chest
Now, he takes off her dress
Now, let me go

Cause I just can't look its killing me
And taking control
Jealousy, turning saints into the sea
Swimming through sick lullabies
Choking on your alibis
But it's just the price I pay
Destiny is calling me
Open up my eager eyes
'Cause I'm Mr Brightside"


Mr.Brightside ( Remix by Thin White Duke)
Led
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Sem novidades

Acabou-se o sonho que ainda persistia de passagem à fase seguinte da Liga dos Campeões.
Com aquela afirmação não quero dizer que fosse possível passar, bem pelo contrário.Foi um jogo sem grande história, pois logo no princípio do jogo o Inter teve a sorte de beneficiar de um golo, fruto de um ressalto furtuito em Pedro Emanuel que traiu Vítor Baía, mas sejamos honestos, no final do jogo, o FC Porto também teve muita sorte, quando o mesmo Pedro Emanuel salvou um possível golo do Inter mesmo sobre a linha de golo.

O que mais me desiludiu neste jogo foi o facto de após o 2-1 o FC Porto não ter conseguido sair do seu meio campo, o que ditou a sorte do jogo.Aceita-se a vitória do Inter. A sua passagem à fase seguinte, porque além de ter sido superior nalgumas fases dos dois jogos, teve sempre a sorte do jogo do seu lado.

Esta época já alcançamos duas vitórias em duas provas importantes: a Supertaça Portuguesa e a Taça Intercontinental. Para uma equipa em reconstrução e traumatizada não está mal. Agora que só nos resta o campeonato esperamos que lute por ele até ao fim, mas tudo vai depender do resultado que o FCP conseguir obter na próxima segunda-feira fente ao Sporting em Alvalade. Neste jogo a equipa que não vencer pode dizer adeus ao título.
Força FCP!
Led

terça-feira, 15 de março de 2005

Campeão do Mundo,Europeu e Nacional - uma vergonha!


"Manda a independência de espírito que se diga que o desastre é, primeiro e quase exclusivamente, um desastre ao nível da gestão, do planeamento e da capacidade de renovação. E, logicamente, os responsáveis não se chamam Del Neri, nem Victor Fernandez, nem José Couceiro: chamam-se Pinto da Costa e SAD.


HOJE à noite é preciso que haja um milagre em Milão, mesmo que por directa intervenção divina (e nem se vê como possa ser de outra maneira...)- Foi assim com Victor Fernandez, em Novembro passado: quando tudo parecia perdido, o FC Porto foi ganhar a Moscovo ao CSKA e depois conseguiu, com uma segunda parte que foi até agora o melhor momento da época, transformar uma derrota anunciada numa vitória contra o Chelsea de Mourinho, com isso materializando o milagre da passagem aos oitavos-de-final da Champions.


Mas agora as coisas são ainda piores e as circunstâncias mais exigentes: exige-se (exigem-no os adeptos) que esta pobre equipa do FC Porto, sombra triste de quem foi campeão europeu há 10 meses atrás, elimine hoje o Inter, em Milão, e na segunda-feira vença o Sporting, em Alvalade. Só essa duas quase impossíveis vitórias fora podem atenuar as consequências e fazer esquecer o sofrimento da continuada vergonha da prestação caseira, bem traduzida no facto de ser a única equipa da SuperLiga, e talvez a única no Mundo, que ainda não conseguiu vencer um jogo em casa em 2005.

Em 17 jogos oficiais disputados esta época no Dragão o FC Porto venceu cinco. Como aqui já escrevi várias vezes, nenhum por-tista poderia legitimamente esperar e exigir este ano a repetição dos dois fabulosos anos anteriores. Mas, entre isso e o desastre total a que vimos assistindo, vai um abismo que deveria ter consequências. E a primeira consequência seria justamente a devolução do preço pago pelos quase 30 mil titulares de lugares cativos no estádio ou a sua renovação grátis para a época seguinte. Os adeptos, que, apesar do interminável pesadelo a que vêm assistindo, continuam a fazer do Dragão o estádio líder das assistências na SuperLiga e nunca faltam com a sua crença e o seu apoio à equipa, têm direito a um gesto efectivo de desculpas. Talvez custe caro mas pelo menos sempre é menos dinheiro disponível para mais loucuras e disparates.

A segunda consequência, que já deveria ter sido efectivada há muito sem olhar às vaidades e teimosias atingidas, é pegar nas supostas vedetas compradas por milhões e pagas sumptuosamente - Diego, Postiga e Fabiano - e enfiar com elas na equipa B, mesmo com prejuízo da equipa B. E deixá-las por lá a vegetar tempo suficiente até que supliquem a rescisão do contrato. E, mesmo que, a curto prazo, isso custe dinheiro, poupa-se a médio prazo, em ordenados e na nossa paciência. Por-que a minha, devo dizê-lo, esgotou-se em relação a estes três: acho-os três casos irrecuperáveis de falta de categoria e brio profissional.

Ficariam ainda por resolver mais uns quantos casos de jogadores que ninguém entende porquê e a benefício de quem foram comprados: Areias, Raul Meireles, Leo Lima ou Leandro (não o do Bonfim, que esse parece bom jogador). Mas vai demorar anos a amortizar os danos da demência e irresponsabilidade das compras desta época - 17 jogadores, dos quais apenas três são titulares habituais e 10 são brasileiros! Se pensarmos que uma equipa profissional de futebol é normalmente composta por 25 a 30 jogadores, temos a dimensão de uma pequena empresa. Que pequena empresa sobreviveria ao luxo de contratar 17 empregados novos num ano, acabando a tirar partido apenas de três e dando-se até ao luxo de emprestar uns quantos a empresas rivais, ficando a pagar-lhes o ordenado enquanto eles trabalham na concorrência? Só mesmo um clube de futebol habituado a viver na irresponsabilidade financeira.

Por isso mesmo a terceira consequência a tirar era chamar o ou os empresários que este época ganharam milhões no desmantelamento da equipa campeã da Europa e do Mundo, substituindo-a por um charter de pára-quedistas brasileiros, e obrigá-los a devolver o dinheiro ganho com a ruína da equipa, sob pena de não fazerem mais negócios com o FC Porto e não se voltarem a sentar na tribuna de honra do Dragão. Mas já li algures que o sr. Jorge Mendes, sem dor de consciência alguma, se prepara para trazer mais um brasileiro, um tal de Fred, para o FC Porto. E de novo me assaltam as perguntas inocentes: no FC Porto não há prospecção própria de mercados? Só conhecem o mercado brasileiro? Não têm formação e uma equipa B para produzir novos talentos para a equipa principal - onde estão eles?

Passados que são oito meses de mediocridade competitiva, 14 jogos de frustração caseira (até o Beira-Mar, de Cajuda, conseguiu lá a sua única vitória), batidos todos os registos históricos de humilhação entreportas, experimentados 17 novos jogadores e três treinadores em meia época, manda a verdade e manda a independência de espírito que se diga que o desastre é, primeiro e quase exclusivamente, um desastre ao nível da gestão, do planeamento e da capacidade de renovação. E, logicamente, os responsáveis não se chamam Del Neri, nem Victor Fernandez, nem José Couceiro: chamam-se Pinto da Costa e SAD. Na noite gloriosa de Gelsenkirchen confidenciava-me um membro dos órgãos sociais do FC Porto que estava com medo do futuro próximo. Perguntei-lhe porquê e ele respondeu-me: "Porque vem aí muito dinheiro e, com dinheiro no bolso, eles não se conseguem conter." Dito e feito, apesar dos avisos que alguns de nós não deixámos de ir fazendo.

Não seria justo nem útil estar agora a incluir José Couceiro no lote dos também responsabilizáveis. Não tem culpa de ter herdado uma equipa onde alguns inamovíveis só servem para atrapalhar, onde há quatro defesas-esquerdos e apenas um defesa-direito, onde se andou a vender, a dispensar e a emprestar avançados para acabar apenas com um extremo de raiz e um verdadeiro ponta-de-lança, impedindo, por exemplo, que uma equipa oficialmente candidata ao título possa jogar em 4x3x3. Mas a verdade também, e sem culpas próprias, é que não deixa de ser extraordinário que para treinar o campeão da Europa em título baste ter como currículo dois anos de estágio, um bom e um mau, em equipas que lutam pela permanência. José Couceiro pode até vir a revelar-se um excelente treinador, pode demonstrar uma acelerada capacidade para aprender rapidamente, mas não pode ter a maturidade de pegar num campeão europeu em crise e dar-lhe a volta instantaneamente, como que por magia. E dou apenas um exemplo concreto: a desesperada frequência com que o FC Porto inicia os jogos contra equipas que lhe são inferiores em tom de passeio e sem pressas, para logo, na primeira vez que o adversário vem à frente, consentir um golo, é claramente um sinal de imaturidade competitiva, desconcentração e inibição psicológica, que um treinador mais experiente já teria controlado. Essa experiência só se consegue ou com os anos ou com um profundo conhecimento da equipa; é por isso que me custa entender que, sendo capaz de arriscar em Couceiro, a SAD não se tenha lembrado de arriscar antes, e já que estava no ponto de tudo arriscar, em Aloísio, que conhece como poucos os cantos à casa. Dir-me-ão que Mourinho também tinha pouca experiência e também foi um risco que deu certo. Mas Mourinho é um caso à parte, é a excepção que confirma a regra, e, de qualquer forma, como , como adjunto e brevemente como treinador principal, já tinha passado por vários grandes: Sporting, FC Porto, Barcelona e Benfica, além de ter transformado num ápice o União de Leiria num grande. Pode ser, repito, que Couceiro venha a ser um grande treinador do futebol português mas duvido que este fosse o momento dele no FC Porto. Possa eu enganar-me!

E agora? Agora é ganhar hoje em Milão e segunda-feira em Alvalade. E depois falamos. "

(Miguel Sousa Tavares in "Nortada" 15/03/05)
Led
Posted by Hello