domingo, 26 de dezembro de 2004

Desvirtuosismos venerados


The White Stripes...simplesmente horríveis! Odiosos! Execráveis! Não percebo realmente a fascinação com esta banda (?) ou com a sua música (?). Um duo que vive do efeito hype transitório, de roupas guerridas e de um pretenso trono na cena indie revivalista actual. Poderia centrar as minhas críticas em outras bandas nojentas oportunistas da nova geração ( Franz Ferdinand, The Vines, The Hives, The Libertines) mas de facto é talvez esta a mais mainstream e assim a mais vulnerável a apreciações. Para mim a musica do par misógino Jack and Meg White é de um vazio de criatividade tremendo e talvez seja essa simplicidade artística que tenha fomentado a sua explosão comercial... Não percebo o que vêem nas suas canções de 2-3 acordes parolos (faz-me lembrar quando andava a aprender a tocar guitarra) e de uma bateria de ritmos infantis amadores, inexperientes e cansativos...a falta de um baixo e de graves é notória e dá-me náuseas...Em 4 álbuns e alguns EP´s o crescendo de criatividade é inexistente e concluo facilmente que é uma banda que vive do provincialismo, ignorância e conformismo dos ouvintes compradores. A simplicidade musical não é obrigatoriamente sinónimo de algo mau mas também não significa necessariamente algo de bom. Em cerca de 7 anos de existência não noto evoluções nem sequer a procura de novas ideias para composições, apenas um sugadouro e aproveitamento das modas e clichés de época. Desde 1997 até 2001 pouco se falava de White Stripes provavelmente porque nessa altura o vulgo “nu metal” estava em alta. Este é apenas mais um caso caricato da industria musical que levas as bandas de “ best into beast” ( mais explicita no caso do reino unido). Não contesto pois o hype pois este pode trazer-nos em contacto com novas bandas e novas concepções musicais. Como exemplo gosto de outras “The...” bandas recentes, como os The Strokes, The Music, The Thrills e Interpol. São bandas com musica de qualidade, original, bem composta e escrita de criatividade em escala. Se estes parâmetros foram correspondidos então aí estou pouco me importando com o hype e aproveitamentos comerciais secundários. Triste é quando estes pormenores acessórios se tornam no cerne das atenções...
Franz Ferdinand é mais um caso infeliz da cena actual, “copy paste” de Interpol e The Music, lambe-botas das revistas da especialidade britânicas ( NME e Q Magazine) para serem imediatamente consideradas como a promessa britânica/escocesa para competirem com os Interpol americanos ( tal como The Libertines com os The Strokes). Consecutivamente catapultados para o palco da publicidade musical chegaram mesmo a tentar medir forças para “best alternative act” nos MTVAw com a brilhante banda Muse. Ridículo que haja quem tenha ficado surpreendido e desiludido com a vitória dos Muse...impensável! Querem “party rock”? Ouçam The Music e logo verão que ficam estarrecidos!
The Vines? Outro vómito copiador das áureas Nirvanistas e Beatlesistas...uma banda tão imberbe e merdosa que me faz perder a paciência...as deambulações e trips simuladas e calculistas do vocalista Craig Nicholls são de morrer de vergonha e ridículo...
The Libertines mais Pete Doherty e Carl Barât nos seus conflitos narcisistas, partilha de seringas mais God Save the Queen, copia um pouco mais daqui de Sex Pistols, mais a perseguição constrangedora pelos media musicais britânicos inferiorizados pelos norte-americanos mais musica de esterco e mais blá, blá, blá...que asco de grupo...
Voltando aos egocêntricos White bullshits...apenas acho que depois do próximo álbum( este ainda protegido pela cena musical actual) os White vão lentamente perder o sentido e acabar por cansar mesmo os mais devotos. As suas novelas e roupas acabarão por enfastiar e aborrecer e eles irão rapidamente desaparecer com a rapidez com que surgiram após o novo hype estar em marcha, seja ele qual for. Acredito no vosso bom senso e bom gosto e espero que recebam a musica com os ouvidos e coração e menos com os olhos. Irrita-me tremendamente que bandas esforçadas e de musica de qualidade continuem na penumbra enquanto outras mais comodistas e maquiavelicamente espertas sejam bonificadas com as atenções focadas na sua superficialidade, desvirtuosismos e inutilidades. Os White produzem musica má de pacote expresso, não têm ambição e são pretensiosos até que baste. Não gosto de ser visto como pseudo-elitista ou destrutivo do pré-estabelecido por hábito diletante mas as bandas não devem ser vistas pela concepção que representam mas sim pelo que elas interessam verdadeiramente...a sua música!
Sejam selectivos e inteligentes nas vossas escolhas das modas que vão e vêm, apercebam-se das jogadas do mercado musical e ouçam boa música!
Cyau!
Led
Posted by Hello

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