segunda-feira, 30 de junho de 2008

Piada de Olivença só para acalmar o dia

- O que é o ego?
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- O pequeno espanhol que vive dentro de cada um de nós.
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1 comentário:

  1. ALENTEJO POPULAR (jornal Progressista), 5-Março-2009
    OLIVENÇA DEFENDE PORTUGUÊS
    (grande fotografia do Convento de São João de Deus em Olivença, com carros e pessoas à
    sua porta)
    ANTÓNIO MARTINS QUARESMA/HISTORIADOR
    Conforme o «Alentejo Popular» noticiou no último número, realizou-se no passado 28 de
    Fevereiro, em Olivença, um encontro, que teve por tema central o português oliventino,
    isto é, o português alentejano ainda falado naquela cidade pela franja mais idosa da
    população.
    A organização deste Encontro deve-se à recentemente fundada associação oliventina Além
    Guadiana, que, estatutariamente, persegue a revitalização das raízes culturais
    portuguesas, em particular da língua. Esta Associação, dirigida por jovens, representa em
    Olivença uma nova maneira de encarar a cultura tradicional, valorizando-a e combatendo o
    preconceito que normalmente atinge as formas de cultura popular.
    O Encontro foi apoiado pelas instituições locais e regionais espanholas, como o
    "Ayuntamiento" de Olivença e a Junta de Extremadura, que aliás estiveram presentes
    através do Presidente da Junta, o também oliventino Guillermo Fernández Vara, e pelo
    "Alcalde" de Olivença, Manuel Cayado Rodríguez.
    Recorde-se que em Olivença, antiga vila portuguesa desde o século XIII, anexada à
    Espanha no princípio do século XIX, o português se falou maioritariamente, até há bem
    pouco tempo. Hoje em dia, é falado apenas por uma minoria, mas os vestígios materiais da
    presença portuguesa são numerosos e muito visíveis. A influência portuguesa é sentida
    também nos «pormenores». A doçaria, por exemplo, onde sobressai um saboroso doce, que dá
    pelo peculiar nome de técula-mécula, é familiar ao nosso gosto alentejano.
    Nesta jornada estiveram presentes alguns linguistas, portugueses e espanhóis, cujas
    comunicações se revestiram de alto nível. Eduardo Ruíz Viéytez fez ressaltar a ideia de
    que a defesa das línguas minoritárias, como o POrtuguês oliventino, é também uma questão
    de Direitos Humanos e uma preocupação do Conselho da Europa. Juan Carrasco González
    explicou as variedades linguísticas da fronteira. Lígia Freire Borges falou no papel do
    Instituto Camões. José Gargallo Gil dissertou sobre fronteiras e enclaves na Península.
    Manuela Barros Ferreira trouxe o MIrandês, a língua minortitária de trás-os-Montes.
    Manuel Jesus Sánchez Fernández focou as dificuldades do Português oliventino. Servando
    Rodríguez Franco mostrou exemplos de alterações toponímicas em Olivença, resultantes da
    interpretação castelhana do POrtuguês. Domingo Frades Gaspar discorreu sobre a língua do
    vale do Eljas. António Tereno, o único responsável político português presente, explicou,
    por sua vez, as vicissitudes por que tem passado o processo de «classificação» do
    «barranquenho».
    Um momento especial foi a intervenção de José António Meia-Canada (querem apelido mais
    alentejano?), natural de Olivença, que, na sua língua materna, deu genuíno testemunho do
    Português oliventino.
    Por fim, foi projectado um projectado um documentário sobre o Português de Olivença,
    realizado a propósito. Após a projecção, com a noite já entrada, a Jornada terminou, no
    meio de geral satisfação, pelo seu êxito e pela geral convicção de que se estão a
    realizar acções profícuas no sentido da defesa do Português oliventino.
    Uma palavra ainda sobre a Associação Além Guadiana. Ela tem o seu sítio na "net", onde
    se podem encontrar notícias sobre as actividades que desenvolvem, para além de diversas
    informações com interesse. Basta procurar no Google, ou ir directamente aos endereços
    "http://wwwq.alemguadiana.com" e "http://alemguadiana.blogs.sapo.pt/". O Presidente da
    Direcção é Joaquim Fuentes Becerra. Os restantes mebros são Raquel Sandes Antúnez,
    conhecida de todos os que gostam de boa música e do grupo oliventino Acetre, Felipe
    Fuentes Becerra, Fernando Píriz Almeida, Manuel Jesús Sanchez Fernández, Eduardo Naharro
    Macías-Machado, Maria Rosa Álvarez Rebollo, José António González Carrillo, António
    Cayado Rodríguez e Olga Gómez.
    À laia de apelo, deixamos aqui uma nota final, dirigida especialmente às entidades
    portuguesas responsáveis pela política cultural, para que, à semelhança do que fazem os
    nossos amigos oliventinos, também em Portugal se preste atenção ao Português alentejano
    de Olivença.

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