Legal! Mas quando foi questionado sobre a justiça o nosso arauto da cidadania esquivou-se no mais cínico do argumentos, que não é o primeiro a beneficiar de tal pouca-vergonha, e tranquilizou-nos porque iria receber apenas um terço do vencimento de deputado (mas a totalidade dos 3 meses que trabalhou para a RDP). Ahh... eu ainda me lembro das cobras e lagartos que ele ia bramindo cheio de atrevimento sobre as reformas milionárias de António Vitorino, Vítor Constâncio , Santana Lopes e de outros deputados da assembleia...Será que ele tem coragem agora e em nome da cidadania e da justiça social para falar mal do sistema e servir de exemplo moral para os restantes acumuladores de vencimentos?
A campanha orquestrada contra Manuel Alegre, por causa da atribuição de uma pensão da CGA, é mesquinha e malévola. Os factos: (i) Manuel Alegre era funcionário da RDP quando foi eleito pela primeira vez deputado; (ii) a lei dispõe que os deputados não podem ser prejudicados na sua colocação, pelo que não perdem o seu lugar, mesmo sem exercerem a sua actividade (mas neste caso não recebem a remuneração, obviamente); (iii) Manuel Alegre manteve os descontos para a CGA pela sua actividade suspensa, calculados pela remuneração de deputado, como é de lei; (iv) chegado aos 70 anos, foi compulsivamente e automaticamente aposentado pelo emprego que nunca deixou, com a pensão correspondente à remuneração que serviu de base aos seus descontos para a CGA; (v) porém, continuando a ser deputado no activo, ele não poderá acumular por inteiro a pensão e o vencimento de deputado, tendo de optar por um deles e 1/3 do outro (isto, segundo a nova lei aprovada já neste Governo, pois antes poderia acumular os dois montantes). Acresce que, se ele tivesse querido, ele poderia ter requerido a reforma logo que perfez as condições para isso, podendo portanto ter acumulado essa reforma e a remuneração de deputado durante vários anos. Em vez de ser louvado por não se ter prevalecido desse privilégio (como muita gente fez...), Manuel Alegre é injustamente acusado de uma imoralidade, sem nenhum fundamento. [Publicado por vital moreira]
26.7.06 in http://causa-nossa.blogspot.com/ post de dia Quarta-feira, Julho 26 entitulado "Não pode valer tudo"... e de facto não pode mesmo. quem dera a muitos ser como ele... o "herói-poeta" (bah!) um abraço ivan
Meu caro, quando a notícia saiu ainda não se sabia metade da informação que se sabe hoje, 3 dias depois. Mas o que está em causa ainda agora não é apenas Manuel Alegre e a legalidade do seu ganho (como até já tinha dito), mas um sistema de pensões que tem buracos por todo o lado e contra o qual o próprio tem criticado desde sempre.
Manuel Alegre, como funcionário da RDP, foi reformado (é obrigatório aos 70), na categoria que lhe correspondia naquela empresa, apesar de estar a exercer como deputado. Legitimamente optou por receber um terço desta reforma para continuar a auferir na totalidade o seu ordenado com deputado. Acho que valia a pena referir neste ponto que o justiceiro Manuel Alegre foi um dos que vetou uma lei de Sócrates que impedia por completo a acumulação de vencimentos e limitação dos benefícios fiscais por parte de deputados. Vá-se lá saber agora o que passou na cabeça do batalhador da lógica aparelhista para anular uma proposta de lei tão justa e socialmente honesta …Como se sabe essa lei não passou na assembleia, sendo alterada para uma outra onde se poderia manter 1/3 de um segundo vencimento, como este caso serve de exemplo.. O que o sempre imparcialíssimo Vital Moreira se esqueceu também de mencionar foi que enquanto Manuel Alegre não disser que trabalho fez e que vencimentos recebeu e descontos fez durante os 3 meses, que deram origem às contribuições que valeram a pensão de 3200€ da RDP, a dúvida pressiste. Mais em relação ao modo como a gestão da Segurança Social tem sido feita do que a Manuel Alegre, diga-se de passagem. De qualquer modo, o modo como Alegre respondeu na primeira entrevista que lhe fizeram sobre o caso, onde ignorava por completo a quantia da sua reforma e o modo como foi feito descontos e onde foi deixando suspeitas subliminares sobre os vencimentos do PR não lhe ficaram mesmo nada bem…
O resto é difamação fácil, meias-notícias e cabeçalhos sensacionalistas.
permite-me um citação/resposta em forma de comentário à nossa troca de ideias, aqui vai.
"quando a notícia saiu ainda não se sabia metade da informação que se sabe hoje, 3 dias depois." - verdade, tem mais cuidado com as fontes que usas
"Mas o que está em causa ainda agora não é apenas Manuel Alegre e a legalidade do seu ganho (como até já tinha dito), mas um sistema de pensões que tem buracos por todo o lado e contra o qual o próprio tem criticado desde sempre." - verdade, o sistema de pensões está cheio de buracos e maningâncias das quais muitos cidadãos-podres se aproveitam. mas se queres mesmo criticar o sistema de pensões usaste a noticia errada com a pessoa errada com a fonte errada,... mas parecia tão facil, não parecia?
mas como tu disseste (e bem) "O resto é difamação fácil, meias-notícias e cabeçalhos sensacionalistas.". portanto, não queiras contribuir! ahh... o heroi-poeta! abraço ivan
Eu acho que tu já deverás saber como funciona a orgânica efémera deste meio especial de informação porque acredito que percebeste que fiz apenas alusão a uma notícia que estava na ordem do dia e que estava a ser comentada por toda a blogosfera. Agora outra coisa é imaginar um dia ter de tomar precauções especiais antes de publicar o que entender com receio de ofender a susceptibilidade de seja quem for até porque neste caso reafirmei por várias vezes a legalidade (apesar de achar imoral) do caso de Manuel Alegre e de outros deputados que usam e abusam do mesmo sistema de acumulação de vencimentos.
Agora - e antes de o considerares a ele como exemplo cívico e eu no polo oposto como instrumento promotor da calúnia e difamação (;)) - o que eu não entendi de facto é se leste com atenção tudo o que eu escrevi?
mas... mas... mas é legal!
ResponderEliminar...
Legal! Mas quando foi questionado sobre a justiça o nosso arauto da cidadania esquivou-se no mais cínico do argumentos, que não é o primeiro a beneficiar de tal pouca-vergonha, e tranquilizou-nos porque iria receber apenas um terço do vencimento de deputado (mas a totalidade dos 3 meses que trabalhou para a RDP). Ahh... eu ainda me lembro das cobras e lagartos que ele ia bramindo cheio de atrevimento sobre as reformas milionárias de António Vitorino, Vítor Constâncio , Santana Lopes e de outros deputados da assembleia...Será que ele tem coragem agora e em nome da cidadania e da justiça social para falar mal do sistema e servir de exemplo moral para os restantes acumuladores de vencimentos?
ResponderEliminarcorreio da manhã... esse grande jornal.
ResponderEliminarA campanha orquestrada contra Manuel Alegre, por causa da atribuição de uma pensão da CGA, é mesquinha e malévola.
Os factos: (i) Manuel Alegre era funcionário da RDP quando foi eleito pela primeira vez deputado; (ii) a lei dispõe que os deputados não podem ser prejudicados na sua colocação, pelo que não perdem o seu lugar, mesmo sem exercerem a sua actividade (mas neste caso não recebem a remuneração, obviamente); (iii) Manuel Alegre manteve os descontos para a CGA pela sua actividade suspensa, calculados pela remuneração de deputado, como é de lei; (iv) chegado aos 70 anos, foi compulsivamente e automaticamente aposentado pelo emprego que nunca deixou, com a pensão correspondente à remuneração que serviu de base aos seus descontos para a CGA; (v) porém, continuando a ser deputado no activo, ele não poderá acumular por inteiro a pensão e o vencimento de deputado, tendo de optar por um deles e 1/3 do outro (isto, segundo a nova lei aprovada já neste Governo, pois antes poderia acumular os dois montantes).
Acresce que, se ele tivesse querido, ele poderia ter requerido a reforma logo que perfez as condições para isso, podendo portanto ter acumulado essa reforma e a remuneração de deputado durante vários anos. Em vez de ser louvado por não se ter prevalecido desse privilégio (como muita gente fez...), Manuel Alegre é injustamente acusado de uma imoralidade, sem nenhum fundamento.
[Publicado por vital moreira]
26.7.06 in http://causa-nossa.blogspot.com/ post de dia Quarta-feira, Julho 26 entitulado "Não pode valer tudo"... e de facto não pode mesmo.
quem dera a muitos ser como ele... o "herói-poeta" (bah!)
um abraço ivan
Meu caro, quando a notícia saiu ainda não se sabia metade da informação que se sabe hoje, 3 dias depois. Mas o que está em causa ainda agora não é apenas Manuel Alegre e a legalidade do seu ganho (como até já tinha dito), mas um sistema de pensões que tem buracos por todo o lado e contra o qual o próprio tem criticado desde sempre.
ResponderEliminarManuel Alegre, como funcionário da RDP, foi reformado (é obrigatório aos 70), na categoria que lhe correspondia naquela empresa, apesar de estar a exercer como deputado. Legitimamente optou por receber um terço desta reforma para continuar a auferir na totalidade o seu ordenado com deputado. Acho que valia a pena referir neste ponto que o justiceiro Manuel Alegre foi um dos que vetou uma lei de Sócrates que impedia por completo a acumulação de vencimentos e limitação dos benefícios fiscais por parte de deputados. Vá-se lá saber agora o que passou na cabeça do batalhador da lógica aparelhista para anular uma proposta de lei tão justa e socialmente honesta …Como se sabe essa lei não passou na assembleia, sendo alterada para uma outra onde se poderia manter 1/3 de um segundo vencimento, como este caso serve de exemplo.. O que o sempre imparcialíssimo Vital Moreira se esqueceu também de mencionar foi que enquanto Manuel Alegre não disser que trabalho fez e que vencimentos recebeu e descontos fez durante os 3 meses, que deram origem às contribuições que valeram a pensão de 3200€ da RDP, a dúvida pressiste. Mais em relação ao modo como a gestão da Segurança Social tem sido feita do que a Manuel Alegre, diga-se de passagem. De qualquer modo, o modo como Alegre respondeu na primeira entrevista que lhe fizeram sobre o caso, onde ignorava por completo a quantia da sua reforma e o modo como foi feito descontos e onde foi deixando suspeitas subliminares sobre os vencimentos do PR não lhe ficaram mesmo nada bem…
O resto é difamação fácil, meias-notícias e cabeçalhos sensacionalistas.
permite-me um citação/resposta em forma de comentário à nossa troca de ideias, aqui vai.
ResponderEliminar"quando a notícia saiu ainda não se sabia metade da informação que se sabe hoje, 3 dias depois."
- verdade, tem mais cuidado com as fontes que usas
"Mas o que está em causa ainda agora não é apenas Manuel Alegre e a legalidade do seu ganho (como até já tinha dito), mas um sistema de pensões que tem buracos por todo o lado e contra o qual o próprio tem criticado desde sempre."
- verdade, o sistema de pensões está cheio de buracos e maningâncias das quais muitos cidadãos-podres se aproveitam. mas se queres mesmo criticar o sistema de pensões usaste a noticia errada com a pessoa errada com a fonte errada,... mas parecia tão facil, não parecia?
mas como tu disseste (e bem)
"O resto é difamação fácil, meias-notícias e cabeçalhos sensacionalistas.". portanto, não queiras contribuir!
ahh... o heroi-poeta!
abraço
ivan
Eu acho que tu já deverás saber como funciona a orgânica efémera deste meio especial de informação porque acredito que percebeste que fiz apenas alusão a uma notícia que estava na ordem do dia e que estava a ser comentada por toda a blogosfera. Agora outra coisa é imaginar um dia ter de tomar precauções especiais antes de publicar o que entender com receio de ofender a susceptibilidade de seja quem for até porque neste caso reafirmei por várias vezes a legalidade (apesar de achar imoral) do caso de Manuel Alegre e de outros deputados que usam e abusam do mesmo sistema de acumulação de vencimentos.
ResponderEliminarAgora - e antes de o considerares a ele como exemplo cívico e eu no polo oposto como instrumento promotor da calúnia e difamação (;)) - o que eu não entendi de facto é se leste com atenção tudo o que eu escrevi?