domingo, 31 de maio de 2009

6 canções para o fim-de-semana

Radiohead - The Gloaming (live São Paulo, Brasil, 2009)
The Pains Of Being Pure At Heart - Young Adult Friction
Foo Fighters - Still
Rogue Wave - On a Plain (Nirvana cover)
Ida Maria - Keep Me Warm
Bon Iver and Matt Berninger (The National) - Big Red Machine (live at Radio City Music Hall, 2009)

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Led

sábado, 23 de maio de 2009

The truth will set u free. Receita para a minha estima eterna:

O Dr. Marinho Pinto aponta o dedo aos magistrados como centros cardinais da corrupção e decadência do sistema judicial e atraso nacional.
O Dr. Marinho Pinto é execrado diariamente pelas elites da advocacia.
O Dr. Marinho Pinto aponta o dedo aos magistrados como centros cardinais da corrupção e decadência do sistema judicial e atraso nacional.
O Dr. Marinho Pinto não nasceu em berço de ouro e tem o sotaque que lhe embarga a possibilidade de admissão no clube das castas dengosas da advocacia.
O Dr. Marinho Pinto aponta o dedo aos magistrados como centros cardinais da corrupção e decadência do sistema judicial e atraso nacional.
O Dr. Marinho Pinto foi eleito para a Ordem pela maioria silenciosa de advogados independentes e em início de carreira.
O Dr. Marinho Pinto aponta o dedo aos magistrados como centros cardinais da corrupção e decadência do sistema judicial e atraso nacional.
O Dr. Marinho Pinto não depende do estado para o poder defender com unhas e dentes.
O Dr. Marinho Pinto aponta o dedo aos magistrados como centros cardinais da corrupção e decadência do sistema judicial e atraso nacional.
O Dr. Marinho Pinto transmite uma imagem de honestidade e transparência pouco habitual às lides judiciárias.
O Dr. Marinho Pinto aponta o dedo aos magistrados como centros ...

E o Dr. Marinho Pinto respondeu assim à principal equimose do populismo arrogante, manipulador e calunioso dissimulado de jornalismo em Portugal.


PS: Visto em directo e a ferver de prazer revanchista.


Led

A eterna atracção pela barbaridade. O lucro, sempre o lucro.




Led

sábado, 16 de maio de 2009

2 canções para o fim-de-semana

Chegou-me esta semana mais um single em vinil do clube de fãs, com o típico atraso de 5 meses. Está feita a conversão em mp3. É só desfrutar da benesse:

Pearl Jam - Santa Cruz.mp3

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Led

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Momento nostálgico despropositado e absurdo? É só puxar da alavanca Ren and Stimpy:


"Mr. Horse - Do I know you?
Ren (salesman) - I don’t think so! Would you like to take a look in some fine rubber nipples?
Mr. Horse - Did my wife send you? (looking frightened)
Ren - No, Sr.! But you look like someone who could really use some rubber nipples.
Mr. Horse - How do I know you are not from the FBI??
Ren - Sr., I can assure you. We’re only salesman!
Mr. Horse - All right, so I made a mistake!! (panicking and shouting) One mistake!! Can’t a man start over?? Will I have to keep on paying?? Arghh!! Maybe I should make another mistake! Maybe two more!! (madly stare at Ren and Stimpy)

(Ren and Stimpy trembling)

Ren - Please, Sr.!!I think one mistake is plenty! Just let me show you what’s inside here (showing a suitcase)?
Mr. Horse - Do it, man!! I’m not armed!!
(with hands raised, facing the suitcase)

Ren - We really just wanna sell you some rubber nipples!! See!!
(showing a rubber nipple)

Mr. Horse
- Ohhhh (relieved)! It is a nipple!Ahahah! Ohhh..what you may think of me...Forget everything I said! (glad) So, nipples, hein? Humm...No, Sr. I don’t think I have any use for rubber nipples (although wearing pants, gloves and a cap made of rubber). But I tell you what, though...(suspiciously gazing inside the house) Do you have a rubber walrus protector? (showing a sharped teeth walrus being held captive inside the house)
Frightened walrus - Call the police (weeping)!!!”


Extract from “Rubber Nipple Salesmen” episode - Ren & Stimpy


Led

terça-feira, 12 de maio de 2009

Agarrado

Regressei aos prazeres do autoritarismo, intolerância medieval e chacina sanguinolenta por controlo remoto. Tudo com vista um objectivo áureo diga-se, a sobrevivência da raça no mundo épico e fantástico de Azeroth. Com a sua indispensável dose de raiva sublimada e deslealdade característica dos mais distintos bárbaros da humanidade, confortavelmente abrigado atrás de um ecrã enquanto hordas de milícias, cavaleiros, trolls, feiticeiros, sacerdotes, bruxos, grifos, dragões, moribundos, esqueletos, espíritos e bestas submissas, todos se exterminam em nome do seu grande líder militar, ideológico e espiritual. Moi!

Delícia, o despotismo.

Chamem-me geek sociopata, frustrado e alienado. Não me importo com ofensas de infiéis. Em Azeroth sou divino!!

Mas não deixo de ser triste e débil quando desligo o computador.


Led

domingo, 10 de maio de 2009

Não temos imprensa desonesta nem Gatos Fedorentos estilosos. Mas somos melhores e por isso ganhamos títulos. O 24º nacional.

Depois de mais uma época recheada de ataques, tentativas de rapinagem, insinuações, indirectas, remoques, provocações, rancores engolidos, perseguições e maus-perderes crónicos...tudo cessa no derradeiro brilho indiscutível do mérito. E vou-vos dizer como é...muuito gostoso! Mais um arco triunfal no vasto brasão abençoado deste nosso Porto, Porto, Porto, Porto!

P.S. personalista: Sendo que me foi impossível responder a todos, um abraço fraterno para os fair players amigos (vocês sabem que são) que não impediram o clubismo de lhes contrafazer a elegância de me congratular esta noite. Não sereis esquecidos!;)

Led

sábado, 9 de maio de 2009

Das leituras recomendáveis – “desinquietações” da classe média lisboeta do século XIX

“(...) Sebastião não conhecia Basílio pessoalmente, mas sabia a crónica da sua mocidade. Não havia nela certamente, nem escândalo excepcional, nem romance pungente. Basílio tinha sido apenas um pândego e, como tal, passara metodicamente por todos os episódios clássicos da estroinice lisboeta: - partidas de monte até de madrugada com ricaços do Alentejo; uma tipóia despedaçada num sábado de touros; ceias repetidas com alguma velha Lola e uma antiga salada de lagosta; algumas pegas aplaudidas em Salvaterra ou na Alhandra; noitadas de Colares nas tabernas fadistas; muita guitarra; socos bem jogados à face atónita de um polícia; e uma profusão de gemas de ovos nas glórias do Entrudo. As únicas mulheres mesmo que apareciam na sua história, além das Lolas e das Carmens usuais, eram a PisteIli, uma dançarina alemã cujas pernas tinham uma musculatura de atleta, e a Condessinha de Alvim, uma doida, grande cavaleira, que se separara de seu marido depois de o ter chicotado, e que se vestia de homem para bater ela mesma em trem de praça do Rossio ao Dafundo. Mas isto bastava para que Sebastião o achasse um debochado, um perdido; ouvira que ele tinha ido para o Brasil para fugir aos credores; que enriquecera por acaso, numa especulação, no Paraguai; que mesmo na Baía, com a corda na garganta, nunca fora um trabalhador; e supunha que a posse da fortuna para ele, seria apenas um desenvolvimento dos vícios. E este homem agora vinha ver a Luisinha todos os dias, estava horas e horas, seguia-a ao Passeio...

Para quê?... Era claro, para a desinquietar!”

em “O Primo Basílio” (1878)

Led

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Coisas que nos deixam nas nuvens...

...como esta excelente peça visual gravada pelos tipos da Blogotheque para uma prestação ao vivo dos Mogwai em Reims, na sua recente passagem por França. O tema em questão, o emblemático e portentoso “Mogwai Fear Satan”, do melhor álbum de sempre da banda escocesa (“Young Team”):

Mogwai - Mogwai Fear Satan from La Blogotheque on Vimeo.


Obrigado, JI!

Led

terça-feira, 5 de maio de 2009

Óptimo


Peixe : Avião - Estátua de Espanto.mp3

Led

O corpo, o último reduto da alma humana - divagações nocturnas dementes

Discorriam Francisco José Viegas e João Pereira Coutinho, no último “A Torto e a Direito”, a propósito da indústria contemporânea do trágico e calamitoso, protagonizada desta vez pelo surto de gripe suína. Decerto os símbolos apocalípticos são um símbolo incontestável do nosso tempo cultural. Encontramo-los facilmente em filmes e em livros - o homem permanentemente ameaçado por forças colossais e incontroláveis, quer sejam sob a forma de meteoritos, mudanças climáticas abruptas, atentados nucleares ou pandemias letais. Deverá haver alguma explicação metafísica e psicanalítica para a nossa atracção pelo fúnebre calamitoso. Segundo FJV, a explicação filosófica acerca-se do equívoco trazido pela glorificação do corpo pelo Homem moderno. É bem verdade que, da ruína dos mitos divinos e terrenos (alguns do século passado), o Homem regressou ao fundamento deles todos, precisamente ele próprio e àquilo que o delimita de palpável, o seu corpo. Dizendo “não” à fábula bíblica que se instalara durante séculos para tranquilizar o mistério da natureza e do Homem, a Ciência remeteu os limites do Universo ao próprio Homem. A Ciência tranquilizou sobretudo enquanto durava o brio do desmentido divino. Mas, uma vez transposta a euforia do desdito divino secular, galgada a incontestabilidade da ilusão comunista como sistema humano derradeiro e omnisciente, de novo o estremecimento do mesmo problema se colocou ao Homem. De facto, paradoxalmente às expectativas iniciais (depositadas por muito realistas do séc. XIX), à medida que a ciência ia decifrando um mistério, outro mais denso se defrontava. Por isso a Ciência nunca servirá para tranquilizar o absoluto do mistério do Homem, sendo que a tranquilidade só existe de uma consciência firmada em limites. A Ciência engendrou mesmo novos limites, impossibilitou a pacificidade que deriva de um enigma estancado. E essa é mesmo a característica mais admirável e igualmente assombrosa da evolução da ciência. A sua natureza indómita, volúvel e imparável. Mas de modo nenhum se lhe pode imputar a responsabilidade de não responder à questão essencial pois esta não é de facto uma questão, mas antes uma interrogação que deriva da nossa existência gratuita de seres humanos pensantes num universo sem sentido. Assim, o mistério do Homem acentuou-se, e com isso uma nova opressão de demanda. O Homem ficou assim limitado à palpabilidade do seu corpo. O Homem estremou o seu questionamento a uma só dimensão e medida de grandeza, a do imediatamente palpável e mensurável. Sendo que os mitos projectam em valor aquilo que valorizamos, a degradação deles (do corpo) é a nossa degradação (do espírito), ou seja do próprio Homem. O corpo sofre hoje portanto a mais obsessiva demanda de projecção do espírito. E o drama joga-se na incorruptibilidade do último. Dentro de mim o corpo é intemporal como eu. Como resolver o paradoxo? O Homem criou novas necessidades, esconjurou os novos traidores da sua fé moderna (a "saúde"), responsabilizou os delitos pecaminosos, desta vez pela sua falta de exercício físico, pela dieta desequilibrada ou pela falta desta ou daquela prática "saudável". Assim o mesmo sistema religioso culpabilizante se manteve, ainda que sob novas formas mais actuais, mas apenas os autos/instrumentos de criminalização da consciência se alteraram. O Homem continuará a acreditar que deverá controlar tudo o que o rodeia iludido que oferece uma significação ao mistério. Dentro deste dogma, o imparável relógio biológico que acarreta consigo a natural velhice e corrupção física, é por isso objecto de um desassossego angustioso para o Homem moderno da ciência e da técnica. O corpo é hoje e em boa verdade, a derradeira tentativa aproximação/transposição a um espírito eterno revoltoso. Determinámos no corpo a nossa sustentabilidade espiritual. E, esvaindo-se esse apoio pelas leis da natureza, o Homem atemoriza-se pelo confronto com o vazio que sempre o acompanhou. Mortas as ideologias, o Homem sublimou, divinizou, endeusou, glorificou o corpo até à exaustão que se avizinha. O último reduto de suporte no vazio insuportável do universo. Daí que qualquer ameaça à autoridade desta entidade corpórea mas espiritualizada, provoque o alvoroço global que observamos quando algo foge do nosso controle. “O mito/valor do nosso tempo”, dizia FJV. Mas todos os mitos têm a sua fragilidade e todos os dogmas transitórios. E o final deste já se pressente por todo o lado, pela simples apreciação que se lhe faz (sendo que os mitos duram enquanto não temos consciência que são mitos, duvidar deles é já o prenúncio da sua morte). Repetindo-me, que vamos re-inventar agora?

Led

domingo, 3 de maio de 2009

Ensaio sobre a lucidez

“Espero que a estas horas os agressores de Vital Moreira já tenham sido identificados. Quem são eles, afinal? Que foi que os levou a um procedimento em todos os aspectos repulsivo? Que ligações partidárias são as suas? Sem dúvida a resposta mais elucidativa será a que vier a ser dada à última pergunta.

A Vital Moreira chamaram-lhe "traidor", e isto, queira-se ou não se queira, é bastante claro para que o tomemos como o cordão umbilical que liga o desprezível episódio do desfile do 1º. de Maio à saída de Vital Moreira do Partido Comunista há vinte anos. Neste momento estamos assistir a algo já conhecido, toda a gente, com a mais clara falta de sinceridade, a pedir desculpa a toda a gente ou a exigir, como vestais ofendidas, que outros se desculpem. De repente, ninguém parece interessado em saber quem foram os agressores, dignos continuadores daqueles célebres caceteiros que exerceram uma importante actividade política pela via da cachaporra em épocas passadas. Não tanto por contrariar, mas por uma questão de higiene mental, gostaria eu de saber que relação orgânica existe (se existe) entre os agressores e o partido de que sou militante há quarenta anos. São militantes também eles? São meros simpatizantes? Se são apenas simpatizantes, o partido nada poderá contra eles, mas, se são militantes, sim, poderá. Por exemplo, expulsá-los. Que diz a esta ideia o secretário-geral? Serão provocadores alheios à política, desesperados por sofrerem esta crise e que pensam que o inimigo é o PS e o candidato independente às eleições europeias?… Não se pode simplificar tanto, nem na rua nem nos gabinetes.

(...) Que espero que não seja por me considerarem a mim também traidor, pois embora militante disciplinado, nem sempre estive de acordo com decisões políticas do meu partido. Como, por exemplo, apresentar listas separadas para a Câmara de Lisboa, que, pelos vistos, vamos entregar a Santana Lopes, isso sim, sem que ninguém tenha perdido a virgindade do pacto municipal. Apetece dizer "Deus nos valha", porque nós parecemos incapazes.”

por José Saramago em “Expulsão”, DN – 03/04/09

Led

Ainda do "castigo divino"

Gostava mesmo que esta prudente imprensa me esclarecesse quantas centenas de milhares de pessoas por ano morrem às mãos da estirpe “ordinária” do Influenza sazonal. E reflectisse por uns momentos antes de descarregar mais uma dose de alvoroço colectivo.

Led

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Assim se vê a força do PC... da CGTP

Pior que as bestas sovietes e mais a sua concepção exclusiva de democracia, só mesmo os arruaceiros da retórica como o estridente Paulo Rangel, candidato do PSD às eleições europeias, entrevistado no momento a mostrar preocupação não com o bem-estar de Vital Moreira, mas, claro está, com o futuro aproveitamento político do PS da situação. Na segunda entrevista, lá se emendou e condenou com uma veemência trágica as acções sectárias dos obtusos vermelhos do costume. Mas a nódoa, essa já ninguém lha tira.

Triste. Muito triste.


Led